segunda-feira, 19 de março de 2012

Deu no Fantástico


Algumas considerações sobre a matéria que mostrou flagrantes de "acerto" entre empresários e um servidor público (no caso, um repórter) em um hospital no Rio de Janeiro.

1) O hospital onde foi gravada a matéria foi apresentado como "modelo" ou "de excelência". Nas imagens, um prédio que escapa por pouco da descrição "caindo as pedaços". Paredes descascadas e manchadas, com sinais de umidade. Pensei até que o mau estado fazia parte da denúncia... Nas áreas de circulação, a impressão de sujeira e descuido.

2) O diretor do hospital diz que autorizou a gravação para mostrar que, embora os funcionários encarregados de compras sejam invariavelmente suspeitos de corrupção, não é assim em todo lugar.

Impossível discordar da condenação aos empresários corruptores. Mas a desenvoltura com que eles negociam as manobras para driblar as regras, o valor da propina e a forma de pagamento mostra o quanto eles costumam ter a colaboração dos funcionários encarregados das compras... Não vem não.

3) O Ministro da Educação, responsável em última instância pelos hospitais das universidades federais, teria dito que planeja criar uma empresa para padronizar os procedimentos de compras. "Teria dito" porque não há "sonora" com ele (ou seja, não há imagem do próprio ministro dizendo isso) e a ideia me parece tão despropositada e estapafúrdia como solução para a corrupção que prefiro dar a ele o benefício da dúvida.

(Volto a isso mais tarde)

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