Peguei a história no Twitter:
Tucanistão. RT @ALuizCosta: Diretor da revista "História" foi demitido por publicar resenha de "A Privataria Tucana… http://twishort.com/ae7eu
Como em QUALQUER notícia, e as de demissão em especial, fico com a purga atrás da oreia. Às vezes neguin é demitido por mil outras razões e alega "perseguição". Na Subprefeitura, havia funcionários cujo currículo era uma capivara, mas na hora em que eu mexia com eles... "Tá de marcação comigo!"
Cliquei no twitshort:
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Elio Gaspari denuncia que diretor da revista "História" foi demitido por publicar resenha de "A Privataria Tucana" (transcrição abaixo)
PATRULHA E CENSURA
Diga qual foi a publicação onde aconteceu isso:
Tendo publicado em seu site uma resenha favorável a um livro, ela foi denunciada pela direção de um partido político e daí resultaram os seguintes acontecimentos:
1) A resenha foi expurgada.
2) O autor do texto foi dispensado.
3) Semanas depois o editor da revista foi demitido.
Isso aconteceu na revista "História", o livro resenhado foi "A Privataria Tucana", a denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o jornalista dispensado foi Celso de Castro Barbosa e o editor demitido foi o historiador Luciano Figueiredo.
Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante.
A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição. No episódio, sua suposta amizade ofendeu a ideia de pluralidade essencial às bibliotecas.
PATRULHA E CENSURA
Diga qual foi a publicação onde aconteceu isso:
Tendo publicado em seu site uma resenha favorável a um livro, ela foi denunciada pela direção de um partido político e daí resultaram os seguintes acontecimentos:
1) A resenha foi expurgada.
2) O autor do texto foi dispensado.
3) Semanas depois o editor da revista foi demitido.
Isso aconteceu na revista "História", o livro resenhado foi "A Privataria Tucana", a denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o jornalista dispensado foi Celso de Castro Barbosa e o editor demitido foi o historiador Luciano Figueiredo.
Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante.
A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição. No episódio, sua suposta amizade ofendeu a ideia de pluralidade essencial às bibliotecas.
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O JORNALISMO NÃO MORREU - Celso de Castro Barbosa
‘Privataria Tucana’ prova que a reportagem de investigação está viva e José Serra, aparentemente, morto.
Engana-se quem imagina morta a reportagem de investigação no Brasil. Embora os jornalões, revistas semanais e emissoras de TV emitam precários sinais vitais do gênero, ele está vivíssimo, como prova A Privataria Tucana, livro do premiado repórter Amaury Ribeiro Jr.
Lançado em dezembro e recebido pela grande imprensa com estridente silêncio, seguido de críticas que tentaram desqualificar a reportagem e o autor, o sucesso do livro, já na terceira edição e no topo das listas dos mais vendidos, não se deve a suposto sentimento antitucano. Até porque os fatos objetivos relatados não poupam o PT. Não há santos na Privataria.
Com base em documentos oficiais, da CPI do Banestado e outros que o autor conseguiu em cartórios, Amaury torna pública a relação de dirigentes do PSDB e a abertura de contas no exterior de empresas de fachada, responsáveis pelo retorno ao Brasil do dinheiro sujo da corrupção. Dinheiro que voltou, naturalmente, limpo.
Muita gente deve explicações à Justiça que, nesse episódio como em outros envolvendo expressivos representantes da elite brasileira, move-se a passos de tartaruga. Ou simplesmente não se move. Pelo cargo que ocupou na época das tenebrosas transações, as privatizações da era FHC, José Serra, então ministro do Planejamento e depois duas vezes candidato à presidência, prefeito e governador de São Paulo, é quem tem a imagem mais chamuscada, para não dizer estorricada, ao fim da Privataria Tucana.
De origem humilde, o tucano paulista exibe patrimônio incompatível com os rendimentos de um político. Tudo em nome de sua filha, Verônica, que ao lado de Ricardo Sérgio, tesoureiro das campanhas de Serra e Fernando Henrique, emergem como principais parceiros do ex-governador no propinoduto que marcou a venda das empresas de telecomunicação.
Além de jogar uma pá de cal na aura de honestidade de certos tucanos, o livro de Amaury tem ainda o mérito de questionar, involuntariamente, a atuação da grande imprensa no país. Agindo como partido único, onde só é permitida uma única opinião, jornais, revistas e mídia eletrônica defenderam, com unhas e dentes, a privatização. O principal argumento era a vantagem que traria aos consumidores: eficiência e tarifas baixas por causa da concorrência. Passados mais de dez anos, o Brasil cobra tarifas de telefone das mais altas do planeta e as concessionárias são campeãs de reclamação nos Procons.
Não bastasse, ao ignorar o lançamento do livro, a imprensa hegemônica mostra sua face semelhante à dos piratas: um olho tapado, que nada vê, e outro atento à movimentação dos adversários.
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Ainda não li o diabo do livro, mas quero. Mas vi uma entrevista do Amaury... Santo deus. Como disse um advogado sobre Luxemburgo anos atrás, "ele não domina o vernáculo". Vejam, por favor:
(O link antes disponível na Revista Fórum não está mais lá -
http://www.revistaforum.com.br/blog/2011/12/12/assista-entrevista-de-amaury-ribeiro-jr-no-lancamento-de-a-privataria-tucana/ ).
Começa "bem" (1min23): Amaury diz "Eu tô nessa jornada mais de 20 anos, né (...) Há 20 anos eu tento publicar esse livro e não consigo. A imprensa não quis publicar isso (...) No Globo eu não consegui". Vinte anos atrás - 1992 - sequer Fernando Henrique era presidente.
(O link antes disponível na Revista Fórum não está mais lá -
http://www.revistaforum.com.br/blog/2011/12/12/assista-entrevista-de-amaury-ribeiro-jr-no-lancamento-de-a-privataria-tucana/ ).
Começa "bem" (1min23): Amaury diz "Eu tô nessa jornada mais de 20 anos, né (...) Há 20 anos eu tento publicar esse livro e não consigo. A imprensa não quis publicar isso (...) No Globo eu não consegui". Vinte anos atrás - 1992 - sequer Fernando Henrique era presidente.
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Voltemos ao tuíte original.
A Revista de História é "da Biblioteca Nacional", como diz sua própria capa - e não "editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição". E a Sociedade de Amigos tem tudo a ver com a veneranda instituição - sua página, aliás, está no site da Biblioteca Nacional, veja aqui .
A Revista de História tem "patrocínio" da Petrobrás, do Ministério da Cultura, do governo federal... Vejam:
Não são exatamente instituições tucanas, neam?
Qual seria, então, a fonte sobre a demissão do jornalista Celso de Castro Barbosa?
O próprio: achei uma carta dele aqui.
Trechos em destaque:
"O que passo a contar agora não encontra paralelo em tudo o que vi e vivi em ambiente de redação. Em 1º de fevereiro fui chamado à sala do editor, que me comunicou o seguinte: que concordava com praticamente todas as observações da minha resenha; que o sr. Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo FHC, mobilizara o alto escalão tucano para protestar contra o texto"
[A Revista é patrocinada pelo Petrobrás etc e editada pela Fundação Biblioteca Nacional - que é ligada ao MINISTÉRIO DA CULTURA, não custa lembrar]
"Não sou petista, muito menos entusiasta do governo Dilma e não tenho simpatia pela pessoa da presidente. Um fato, no entanto, me leva a admirá-la, ainda que parcialmente. O de não ter delatado seus companheiros de organização política, nos anos 1970, nem sob tortura. Admiração semelhante tenho por Roberto Marinho, que protegeu seus empregados sempre que foram atacados. Na ditadura e na democracia".
[Alegação básica para protestar isenção: "Não sou petista"... E declarar admiração por algum "inimigo"... Hmmm].
"... apurei meu faro de repórter de forma a me proteger e saber com quem de fato estava lidando.Em consulta à página da Plataforma Lattes, do Cnpq, fiquei sabendo que o professor Luciano Figueiredo é contratado da Universidade Federal Fluminense em regime de dedicação exclusiva. Em consulta ao Gabinete do Reitor da UFFfui informado de que é vedado aos professores contratados sob este regime quaisquer atividades remuneradas, mesmo que relacionadas às suas áreas. E em consulta ao Ministério Público, fiquei sabendo que é crime acumular as duas funções".
[Então... Seu algoz trabalha para dois órgãos federais. Bom, lá atrás o próprio Celso já tinha escrito:]
"Em 1º de fevereiro fui chamado à sala do editor, que me comunicou o seguinte: que concordava com praticamente todas as observações da minha resenha; que o sr. Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo FHC, mobilizara o alto escalão tucano para protestar contra o texto; que redigiria uma nota assumindo toda a culpa pelo episódio".
[Só temos a versão do Celso, mas se o professor, funcionário público federal, disse que gostava de "praticamente tudo" na resenha mas os tucanos estavam pressionando... Por que ele cedeu, hein, se a chefe, em última instância, é a Dilma??]
***
Enfim, a origem da história está no fato de um colunista do PIG (Elio Gaspari, da Folha e do Globo), ter publicado uma nota com erros crassos, elementares:
1 - Isso aconteceu na revista "História" ---> Essa é outra; foi na "Revista de História".
2 - A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional ---> Não, é publicada pela própria Fundação Biblioteca Nacional.
3 - "...a Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição". ----> Não, tem tudo a ver, é uma sociedade civil diretamente ligada à veneranda instituição, que por sua vez é vinculada ao Ministério da Cultura.
"A denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB" ---> bom, aí não sei, o próprio Celso citou outros tucanos.
4 - "Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante". ----> Então... a publicação é do governo federal. Aquele, do PT/PMDB, partido que preside o país hoje, com o glorioso Michel Temer, na ausência da presidente.
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PS1: Desde quando ser da lista de "mais vendidos" é prova de qualidade e fidedignidade? (O resenhista destaca muito isso. Bem... Grande coisa)
PS 2: Algumas participações de Celso Barbosa na internet:
#Phyno.
Espírito democrático.
(A resposta do Augusto tb... Afe. Bom, a página é esta aqui)
PS 3: Preciso mesmo ler A Privataria. Mas não foi a resenha que me convenceu, não.
Leitura obrigatória. Depois de ler acredito no ditado: "O macaco senta-se no rabo e acusa o macaco de ter cuada grande".
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