domingo, 25 de janeiro de 2009

25 de janeiro

Há novos bicicletários e paraciclos em estações de metrô por toda a cidade.
Você pode ir com sua bicicleta de casa até uma delas e pegar o metrô ou ônibus para um destino mais distante...
Ou pode ir de metrô até perto do seu destino e pegar uma bicicleta emprestada para completar a viagem.
Essas possibilidades combinadas são ótimas (sua bicicleta + transporte coletivo + bicicleta emprestada)
Bicicleta não é A solução para o trânsito, o sedentarismo, o estresse, o distanciamento entre as pessoas, a poluição do ar e sonora, o aquecimento global. Mas não existe nenhuma solução no singular, só soluções. E não podemos abrir mão de nenhuma delas.

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Hoje fui de bicicleta até a estação Vila Madalena, onde começa a funcionar um desses novos bicicletários (parceria do Instituto Parada Vital com o Metrô/Secretaria dos Transportes Metropolitanos e patrocinados pela Porto Seguro). Da minha casa até lá, existe uma ladeira muito puxada e praticamente inevitável – a da Rua Apinagés entre Ministro Gastão Mesquita e Paracuama. O jeito, para mim, é subir a pé, empurrando a bike. E outra perfeitamente contornável – da mesma Apinagés, entre a Capital Federal e Havaí. É só subir a Alfonso Bovero (aclive perfeitamente pedalável) e descer uma das agradáveis ruas residenciais que levam de volta à própria Apinagés no ponto em que é só descida.

(Imagino o quanto isto soa incompreensível para quem não conhece o lugar. A mensagem que precisa ficar é: ciclistas precisam planejar bem seu caminho. Faz toda a diferença).

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De lá, pedalei até a Lapa de Baixo, onde haveria uma festa organizada pelo Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), na Doze de Outubro com Cincinato Pomponet. “Naquela esquina, até o ano passado, incrustado na parede, existia um antigo telégrafo usado para acionar a polícia em caso de emergência. "Fomos atrás da história desse telégrafo. Conversarmos com o presidente da Associação Amigos de da Lapa de Baixo, o Décio Ferreira, que nos contou como funcionava a máquina", lembra o presidente do Consabs, José Benedito Boneli. "Entramos, então, em contato com a Polícia Militar, que se encarregou de abrir a caixa que guardava o telégrafo. A máquina hoje está exposta no museu da PM. No dia 25, vamos inaugurar uma placa na esquina da Doze com Cincinato para lembrar que ali era um posto telegráfico da Lapa de antigamente" (fonte: Jornal da Gente).

Estavam ali presidentes de várias associações da Lapa e região (Pirituba, por exemplo). Muita gente emocionada com a ocasião; vários antigos moradores com lágrimas nos olhos. Não pude ficar muito, porque de lá precisei correr – mais precisamente, pedalar correndo – até o Pelezão, para o encerramento do Beach Soccer (o bom e velho “futebol de areia”).

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No caminho Vila Madalena - Doze de Outubro, fui fazendo mil e duas anotações mentais: calçadas, asfalto, rotatórias, árvores, placas de rua. Ainda no metrô, confirmei com o Secretário do Verde, Eduardo Jorge, uma reunião esta semana para discutirmos várias tarefas que devemos compartilhar: desimpermeabilização e arborização (plantio, substituição, manutenção); Parque Vilas-Boas; Parque na Aldeinha; bicicletas, é claro.

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Já perto da Doze, passei por um rapaz com um saco de lixo e luvas nas mãos, recolhendo lixo da rua. Claramente um morador, engajado em manter a cidade mais limpa e agradável.
Se cada um mantivesse ao menos a fachada de sua casa ou comércio limpa, vocês têm idéia de quantos milhões a prefeitura poderia gastar em outros serviços que não varrição?
Vou levantar o número.
E as pessoas que hoje recolhem nosso lixo poderiam, por exemplo, trabalhar em manutenção de áreas verdes.

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Na igreja N. Sra. da Lapa, vi algumas pessoas passando pacotes de mantimento de mão em mão, descarregando um caminhão. Muitas eram de terceira idade (não gosto muito dessa expressão, mas parece ser a preferida da maioria). Achei a cena bacana e ia fotografar e seguir adiante, quando pensei que seria muito mais útil ajudar a descarregar...
Como é bom por a mão na massa. Ainda vou construir cisterna no semi-árido (ainda é com hífen?), juro que vou.

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Cheguei ao Pelezão nos minutos finais do jogo, bem a tempo de participar da premiação. O Brasil ganhou da Seleção do Mundo por 5 X 4. Tomara que eventos esportivos despertem nas pessoas o mesmo que despertam em mim: vontade de fazer esporte também

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Essas quatro horas circulando por aí já renderam vinte novos pedidos de agenda. O pessoal até diz “quando você estiver mais tranqüila, vou querer ir lá falar com você”. Melhor não contar com o “mais tranqüila”.

7 comentários:

  1. Ops! Quando leio você falando de botar a mão na massa, lembro de um chileno, mas me poupo de buscar suas palavras. E te poupo do pedantismo das transcrições. Mas gravo o desejo compartilhado, torcendo pra não esquecer.

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  2. Por causa de uma Sub Prefeitura inutil aconteceu uma tragedia como a da Renascer. Soninha, pare de sonhar com Alice no país das maravilhas, se acontecer uma tragédia como essa na tua subjurisdição, o prefeito será o primeiro a te queimar em praça pública. é só ver o que o que estão fazendo o sub-prefeito de lá.
    Saudações

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  3. Para completar , o subprefeitura da Mooca , onde ocorreu a tragédia foi o palco da máfia dos fiscais. Isso é modelo de administração pública? A Ceagesp está cheio de fiscais corruptos, só espero que você não faça vistas grossas???

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  4. Victor, para sonhar com Alice no País das Maravilhas eu teria de estar em coma nesses 5 anos em que vivi imersa em política e administração pública...

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  5. Acho muito importante suas observações, especialmente sobre cada morador ter a conciencia e cidadania de fazer a sua parte onde for possível.Penso que exista a necessidade de se efetuar PROPAGANDA sobre o que cada morador pode ou não fazer para ajudar a melhorar o bairro. Moro na chamada Lapa de Baixo e tudo aqui está semi esquecido. Me preocupa também o número de animais abandonados nas ruas e com os moradores de rua (sem vacinação e castração ). Esses e outros pontos poderiam ser tema de uma propaganda educacional via cartazes, a serem colocados nos comercios, postos de saúde,terminal da lapa, mercado da lapa, etc.

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  6. Boa resposta, mas a advertência do Victor quanto ao risco de ser "queimada" politicamente por futuras tragédias ou escândalos de corrupção provocados por subordinados-terceiros não deve ser desprezada.
    O administrador-mor é sempre o último a saber e o primeiro a se demitir. Eu já estive lá (do lado), eu sei.
    E é "semiárido". Ou "semiarido", sei lá!
    Terra, entenda-se!

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  7. Aproveitando que você falou sobre a necessidade do ciclista de ter de planejar sua rota, faço uma indagação, para a qual os "ciclisto-chatos" nunca me fornecem uma resposta objetiva e prática. Moro no Butantã e trabalho no Centro. Como posso encarar a subida da Rebouças (na ida) ou da Consolação (na volta), sem chegar ao meu local de trabalho suado? Levar a bicicleta a pé na subida? O tempo a mais que perderei andando dessa forma, alguém irá repor? Ou a solução é esta que vemos agora, piorar cada vez mais o trânsito, para que se justifique ir e voltar do trabalho caminhando?

    Quanto à hipótese de cada morador limpar sua fachada poder liberar a prefeitura de varrição, se houver desconto no IPTU devido ao serviço que a Prefeitura deixa de oferecer, me disponho a fazer a minha parte. O desconto estava implícito, ou você esqueceu que pagamos pela varrição?

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