As famílias ou grupos de pessoas que se instalaram na favela ao lado da ponte Julio de Mesquita continuam lá.
A maioria delas está debaixo da ponte. Um barraco ainda está de pé, com uma mulher e várias crianças junto de si.
Durante o dia, houve várias tratativas, sem solução. Eles não quiseram ser encaminhados para albergues ou abrigos; queriam "solução habitacional" (claro que não seria possível; as famílias cadastradas, que realmente estavam ali há muito tempo, foram encaminhadas para isso) ou "indenização" (a que também não fariam jus, porque não estavam perdendo suas moradias, e sim o cenário montado da noite para o dia).
O Conselho Tutelar foi chamado para ajudar com as crianças. Um Conselheiro foi até lá e fez a abordagem e o cadastramento das famílias, que continuaram não querendo sair de debaixo da ponte. Mas, com muito esforço e habilidade, ele conseguiu convencê-las a aceitar abrigamento em outro lugar.
Estou resumindo a história, que é muito extensa e intricada.
Houve episódios de todos os tipos - de agitação e revolta, sincera ou forçada, e de tristeza profunda de quem realmente se sente desamparado e está ali procurando um "pronto-socorro" no desespero.
Quando sairemos desse quadro de miséria, desigualdade, desespero, violência? Quando essas situações ficarão obsoletas, completamente abandonadas no passado, porque não haverá mais ocupações irregulares, moradias precárias, situações de conflito?
Não dá, de jeito nenhum, para o poder público ficar brigando com pessoas por causa de móveis apodrecidos, pedaços de madeira, telhas vagabundas e um arranjo tosco chamado de "barraco". Não devemos tolerar que São Paulo tenha pessoas vivendo de lá para cá por absoluta falta de estabilidade (emocional, sócio-econômica), servindo como freguesia para mercadores de vários tipos de opressão, sem nenuma perspectiva de levar uma vida "normal"?
Quando acabar a miséria e a desigualdade, ora pois. E quando a criatividade dos cenógrafos
ResponderExcluire atores for redirecionada. Só não vale perguntar como.
Seguindo a linha do nobre Mjolnir acima, nosso problema é que temos tido diretores, produtores executivos e roteiristas sádicos, perversos ou indiferentes!
ResponderExcluir"Pobre que se exploda!" (Justo Veríssimo)