segunda-feira, 4 de maio de 2009

Né fácil não

Entre todas as coisas que foram ditas sobre a Virada Cultural, esta foi uma das críticas mais marcantes que eu li na internet:

"Eu não tenho nada a falar da Polícia Militar, face a pandemia de gripe suína, só posso dizer da irresponsabilidade do senhor prefeito de São Paulo em autorizar uma concentração de pessoas desta monta, mas como faziam os antigos romanos, povo se governa com pão e circo..."

Já pensou, cancelar a Virada por causa da "pandemia" de gripe suína??

(E tem frase pronta pra tudo... Quase tudo que seja promovido em termos de cultura e esporte pode ser chamado de "circo"... Já o pão entrou na história de gaiato)

20 comentários:

  1. Não é fácil mesmo. A Virada Cultural Centralizadora (onde tudo ocorre no centro, não vale um show pinadinho as três da tarde num CEU qualquer, né?) promovida pela Secretaria de Cultura Segragadora Municipal e pela São Paulo Turismo Corrupismo.
    Pior que isso, só as pérolas de sabedoria do homem que já foi Ministro da SAÚDE, Prefeito, Governador, entre outras coisas...
    http://www.youtube.com/watch?v=_z97MhLvWsI&feature=popular

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  2. Pandemia de gripe suina? Poisé né? Tem tanta gente contaminada com isso heim?
    Meldels! Depois dizem que os "conspiracionistas" é que viajam!

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  3. "No Brasil, a burrice tem passado glorioso e futuro promissor" -- Roberto Campos

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  4. Fabio, A Virada tem vários eventos nos CEUs , não só "um show pinadinho" (?) às 3 da tarde. Mas vc tem razão, a essência da Virada é o centro da cidade. Que não é, de maneira alguma, um lugar "de rico" (você tem ido ao Centro???). Veja bem, a Virada não é nos Jardins... A maioria das atividades é no "centrão" mesmo. Um lugar muito bem servido por transporte coletivo e de acesso razoavelmente fácil para quem vem de qualquer canto da cidade. E por isso mesmo a Virada é tudo, menos segregacionista. Se houvesse "viradas" em tudo quanto é canto, as pessoas simplesmente não se encontrariam. O povo da Zona Sul ficaria por lá, o da Leste no seu canto... Vendo uma ou outra atração cultural, mas sem que todo mundo pudesse se ver, e sem poder dar uma espiada em quase todas as atrações! O legal de ser principalmente no centro é as pessoas TODAS irem pra lá. Do Capão ou do Jardim Europa, do Morumbi e da Brasilandia. Dividirem todas as mesmas ruas, quer gostem de reggae ou de orquestra, de samba rock ou de tecno. Ter lado a lado no Anhangabaú alguém que conhece e entende de dança contemporâne e alguém que nunca viu nada parecido - seja uma pessoa em situação de rua que costuma passar as noites ali mesmo ou um morador de Cidade Tiradentes. Aliás é poder, numa caminhada, ver um pouco de música, circo, teatro, artes plásticas... Tudo com metrô funcionando a noite inteira, quase tudo de graça. O centro, Fabio, é ponto de encontro de todo mundo, principalmente na Virada.Ela serve tanto para desfrutar de uma atração artística quanto para ter oportunidade de caminhar a noite toda, se quiser, por um dos lugares públicos mais democráticos da cidade.
    Abs, Soninha.

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  5. A Soninha me pediu para não dizer isso, mas não aguento: quem quer reclamar de tudo, sempre acha um argumento. Ô mania! (prontofalei.)
    Agora sou eu, a Lylian.

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  6. Eu sugiro a todos os chatos de plantão que aproveitem as rodovias administradas, as ferrovias recauchutadas, o espaço aéreo disponível e vão passar o próximo feriado, a próxima Virada, na casa do chapéu e deixe Sampa pra gente curtir! Vou muito bom, muito cheio, muito divertido. Teve de tudo, mas é daí? Vivemos numa megalópole. Quem quer paz sempre pode dar uma esticadinha até Santa Henriqueta de Jocoruncunga, né?

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  7. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,meu pandemiaaaa e doseeee pra leoaoooo,de que bauuuuuu esse cara tirouuuuu essa palavra!!mesma coisa dizer que esse srrrrr,e uma pandegaaaaaa.........kkkkkkkk,rir faz bem para o figado e de graça,bjks

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  8. Lembra da meningite, nos anos 70, quando todo mundo andava com uma pedra de cânfora pendurana no pescoço por causa de uma possível pandemia da doença? Muita criança deixou de ir à escola, perdeu prova, aniversários deixaram de ser comemorados e tinha gente que nem entrava em supermercado, por causa do pânico. E minha vizinha, que nem saía de casa, pegou!!!
    Olha, a Virada é maravilhosa. Fui no ano passado só pra ver o Sérgio Dias cantar "Anjos do Sul".
    Mas a única coisa ruim é a bebida que é vendida pelos ambulantes, e consumida aos montes pelos adolescentes. A Santa Casa que o diga! Perguntem ao SAMU, aos médicos e funcionários como a coisa fica feia nesses dias. A toda hora chegam meninas e meninos passando mal, principalmente por causa das bebidas "batizadas". Gente, é coisa de louco!!! E todo ano tem sido a mesma coisa. Deixam de atender gente doente de verdade pra cuidar dos bebuns...rs.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Lylian,
    Eu espero que você saiba o que é ser negro e está passando a três quilometros de distância de um evento que teminou em conflito e você não tinha nada com isso.
    Foi meu caso, na Virada que teve show dos Racionais.
    Nada demais. Só que daí, com quem eu não cruzo no que você chama de "Ponto de encontro"?
    A querida PM.
    Preciso continuar pra dizer como terminou?
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    Discurso. Dizer que teve atividades no CÉU...
    Um show de uma banda que ninguém na comunidade ouviu falar?
    Que porra é essa?
    "ah, teve alguma coisa" Pra mim soa "ah, joga qualquer merda naquele CEU!"
    * era "pinGadinho
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    Concordo com uma coisa contigo: a Soninha está certa. Quando alguém quer reclamar... Isso me lembra ela quando era crítica.
    Mas você deve saber melhor do que eu. A Sonia é boa no discurso.
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    Claro. Há gente boa na Secretaria de Cultura como em qualquer outra Secretaria. Mas uma vez que a política de Cultura é segregar, não tem jeito.
    Sonha que a Virada não é segregacionista.
    Sonha, Alice.

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  11. Fabio, eu vou dizer uma coisa só para encerrar a minha participação (de verdade, não é pessoal. Mas eu não consigo estender uma discussão sabendo que ela não terá fim. Prefiro me retirar em algum momento): meu namorado é negro, o pai dele e os irmãos. Num evento chamado Natal Solidário, a GCM deu porrada em quase todos os assessores da Soninha (BRANCOS) que estavam lá, a própria Soninha (que é branca) e, curiosamente, foi o único assessor negro (que estava lá) quem não apanhou e conseguiu mediar aquela confusão toda. Então... seres humanos, em geral, têm problemas. Ainda mais quando estão no meio duma baderna como foi aquela do show dos Racionais. Pontofinal. É a vida. Se caiu 7 vezes, levante-se 8. Isso eu ensino para o meu filho.

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  12. e pena que não sei o que é ser negra: os acho mais bonitos, mais fortes, dançam melhor e cantam melhor. Tenho a maior inveja. Branca.

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  13. Lylian,
    Pra encerrar também. Acho que você está certa. Isso não é fórum. Peço pra assistir o CQC no sábado. Você vai ver um cidadão que resolve ir de carro na Virada. Só rindo com a Organização (Festa de primeiro de maio, Virada Cultural, Final de Campeonato e obra no metrô no mesmo dia é falta de organização... E essa cidade quer receber a Copa... mesmo sem sanitários públicos... isso não cheira bem)
    E o Imperador, respondendo perguntas "selecionadas" e ainda se achando quando admite ter "se inspirado" nas noites brancas "só que maior", ele se orgulha tiranamente dizendo que é "um evento internacional". Ele só esqueceu de copiar a mentalidade dos franceses.
    Bônus: crianças recebendo material escolar.
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    Hahaha.
    Não tem jeito, a Virada Cultural reflete em apenas um dia, o que acontece o ano todo. A Cultura da Segragação ainda tem defensores. Isso me incomoda.
    Mas você deve ter lido os jornais, internet, etc. Deve ter visto a queda do público dos CEUs.
    É a (con)Gestão Kassab e as políticas do século XVIII.
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    Todo mundo reclama: até o prefeito reclamou do lixo.

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  14. Obra de metrô no mesmo dia - realmente, PÉSSIMA escolha (a Estação República ficou fechada nesse fim de semana). Fico tentando entender por que - imagino que, no caso de qualquer obra do metrô, adiantar ou atrasar uma semana signifique uma operação ENORME, inviável. Em todo caso, foi infeliz a coincidência. Sobre a falta de banheiros públicos: rapaz, havia dezenas deles - os horrorosos banheiros químicos, mas havia. Mas homem faz xixi na rua (as mães ensinam os meninos a se aliviar em qualquer lugar!). Sobre ir para a Virada de carro: burrice. Não tem nada que ir de carro para o centro da cidade. Sobre as atrações dos CEUs na Virada: então se é um artista de que a comunidade nunca ouviu falar, não vale? Vamos aos elementos concretos: por que a política cultural é "segregacionista"? Talvez eu esteja enganada. Talvez seja mesmo e eu não saiba... Não tenho nenhum problema em mudar de ideia se estiver convencida de que me enganei.

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  15. e euzinha chamando a a virada de farofa cultural, este cara ai da internê me tombou!

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  16. Fábio Santos, não perca seu tempo. A subprefeitinha carguista, tucaninha enrustida não admite críticas ao seu chefinho, aquele que começou na vida política pelas mãos do Maluf e que no governo Pitta quis lançar o movimento "Reaja Pitta", aliás, governo no qual aumentou seu patrimônio em quase 300% quando foi Secrtário de Planejamento...Qualquer crítica a respeito do modo "ex-pefelista de governar" ela não responde ou então lança dúvidas sobre os questionamentos feitos aqui...Isso porque ela se diz budista e de ainda de esquerda (hahahahahahahahahahaha...a piada do século). Mas tudo bem, vou ver se roubo algumas mansões por ai, algumas lojas do tipo Daslu. Não sou ladrão não. Eu apenas promovo a "expropriação do capital". Ah, quanto a política cultura, a subprefeitinha carguista e que agora adora fazer terrorismo na televisão (e depois fica irritadinha quando é chamada de boneca ventríloqua do Roberto Freire), vai se fazer de ingênua e desentendida se você, por exemplo, escrever aqui que o chefinho dela, aquele que gosta de expulsar trabalhador de órgão público aos berros de "vagabundo", que o mesmo adora fechar bibliotecas na periferia. Ou melhor, acho que sequer ela vai responder, como fez no tópico sobre a poupança, quando lançou a pérola que o seu candidato a presidente em 2010, o José Sanguessuga Serra, é de esquerda e tem horror ao neoliberalismo (hahahahahahaha...a segunda piada do século!). Mas tudo bem, vamos postar a notícia aqui:

    "Kassab fecha quatro bibliotecas em São Paulo" - http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u373422.shtml -

    vamos ver qual vai ser a desculpa para defender o chefinho...

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  17. A gripe suína não é nada perto do surto de imbecilidade que contaminou os políticos em geral e parte da população, todos comandados pelo Grande Lider Marolinha, é claro.

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  18. antes líder da Marolinha que Ratazana Sanguessuga que culpa os "migrantes" pelo caos na educação pública de S.P., o mais novo amiguinho do peito da neo-tucana Soninha

    oooppppsssss....esqueci que esse cara é de esquerda. Ele até está pensando em chamar o camarada Bornhausen e a camarada Kátia Abreu para discutirem políticas sociais de esquerda no seu governo, coisas do tipo, como gastar 313 MILHÕES EM PUBLICIDADE e não com saúde, educação e segurança pública.

    e por onde anda a subprefeitinha neo-tucana carguista que não aparece para responder as críticas?

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  19. "Vamos aos elementos concretos: por que a política cultural é "segregacionista"? Talvez eu esteja enganada. Talvez seja mesmo e eu não saiba... Não tenho nenhum problema em mudar de ideia se estiver convencida de que me enganei."

    nooosssaaaa...que ingênua que ela é!!! será que a subprefeitinha neotucana e carguista, pelo fato de também passar a ler a mídia que tanto bajula o governo do qual faz parte, a mesma mídia que esconde toda a corrupção BILIONÁRIA do DEM/PSDB e cia (quem seria a cia????), a subprefeitinha não consegue enxergar o LADO B do governo do seu chefinho???

    pois bem, aqui vai uma amostra:

    Apartheid: espaço negro é discriminado e vigiado na Virada Cultural

    Por Dennis de Oliveira

    Entre tantos confetes despejados pela mídia para a Virada Cultural -principalmente pelo fato do Poder Público mobilizar sua estrutura para criar um "simulacro" de paz no degradado centro de São Paulo, permitindo que a classe média possa passear tranquilamente nas ruas cotidianamente ocupadas por mendigos, trombadinhas, prostitutas, vendedores de crack e outros párias - não passaram despercebidas as atitudes racistas da organização do evento para quem freqüentou o espaço destinado à apresentação dos grupos de hip-hop e black music.

    Dentro da filosofia de segmentação dos espaços de acordo com os ritmos apresentados, a organização da Virada Cultural "segregou" o hip-hop e a black music para um local mais distante do centro, a Praça Cívica do Parque D. Pedro, atrás da antiga sede da prefeitura, o Palácio das Indústrias.

    O local é de acesso difícil e fica mais distante da maioria dos espaços centrais onde aconteceram outras apresentações. Os freqüentadores deste espaço na Virada, além de enfrentarem a distância, ainda passaram pelo constrangimento da ação ostensiva da Polícia Militar que mobilizou o seu maior contigente para este local e ainda praticaram atos que não se verificaram em outros espaços, como uma rigorosa revista em bolsas, sacolas e no próprio corpo, tanto em homens como em mulheres.

    A entrada de cervejas e refrigerantes em lata foi proibida (ao contrário de outros locais, onde a venda de bebidas era livre). O rapper Rappin' Hood afirmou: "Estamos sitiados". Para Thaíde, "a localização do palco é uma forma de demonstrar o preconceito". Estas duas declarações foram publicadas na matéria Rappers reclamam de revista da polícia e do local do palco publicada na Folha de S. Paulo de 28 de abril, na página E-5.

    Na mesma página, a Folha de S. Paulo dá destaque para uma ação policial que impediu a apresentação de um grupo francês de dança no largo Santa Ifigênia. Esta mesma matéria é iniciada da seguinte forma: Foco de atenção da última Virada Cultural com o show dos Racionais MC's na praça da Sé - que terminou em pancadaria entre policiais e espectadores - o hip hop ficou longe do núcleo da festa nesta edição do ano. O que se infere desta abertura da matéria é que a discriminação deu-se por conta de uma visão construída, a partir da generalização de um fato particular, de que show de rap é um risco e, portanto, deve ser segregado e colocado sob rígida vigilância.

    A lembrança ao episódio do ano passado que envolveu os Racionais também é lembrada na matéria sobre o problema com o grupo francês de dança, com
    destaque inclusive no "olho" (O secretário municipal de cultura … disse que a ferida de 2007 ainda estrá aberta). Traduzindo: o fato que ocorreu no show dos Racionais no ano passado prejudicou, em primeiro lugar (seguindo a hierarquia estabelecida pelo jornal em termos de destaque) a apresentação do grupo francês de dança e também foi responsável pelo constrangimento a que tiveram que passar os fãs de hip-hop e black music neste ano.

    A culpa é dos pretos pobres que impedem que se civilize a cultura e o centro de São Paulo degradado pelos párias (prostitutas, mendigos, "crackeiros", bêbados). No palco do samba, na Santa Ifigênia, durante a apresentação do Quinteto em Branco e Preto no domingo à tarde, um grupo de jovens, brancos e de classe média, se divertia fumando cigarros e cigarros de maconha, bebendo latas e latas de cerveja e outras bebidas alcóolicas, apresentando-se totalmente tontos e prestes a cair em cima de pessoas - atitudes quesocialmente são justificadas pelo visual "hippie" e pela permissividade de comportamentos quando estes são praticados por pessoas da classe média branca em espaços negros. Nenhuma crítica moralista nisto, mas nota-se com os fatos que o inverso não é verdadeiro. Ou será que jovens negros podem ficar alterados com bebidas e drogas na apresentação, por exemplo, de um grupo de dança francês?

    Dennis de Oliveira é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, jornalista, doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, presidente do Celacc (Centro de Estudos Latino Americanos de Cultura e Comunicação) e membro do Neinb (Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro). E-mail: dennisoliveira@uol.com.br

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/apartheid-na-virada/

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  20. Eu ia emular uma pseudo tese sobre as bibliotecas das periferias (não concordo com essa de fechar, é pior, ficam abertas, em frangalhos, funcionários desestimulados, e vigiados por chefias terroristas "oh, se não tem público vai ter que fechar, assina mais nomes aí no caderno de visita"). Ia dizer sobre os dispositivos culturais muito bem distribuídos apenas nas regiões abastadas. Ia falar da vivência do meu sobrinho nesta Virada; veio uma banda desconhecida, apesar do talento, dele e de toda a mulecada da comuniadade; puta aparelhagem de som e dez pessoas no máximo... o que me faz pensar "cacete, quem programa isso? será que é alguém que sabe o que tá fazendo? Ou a gente continua com o costume de catequizar culturalmente os "pagãos da periferia". Ia falar sobre você morar mo inferno e ser obrigado a ir de carro (porque existem todos aqueles milhares de problemas de transporte públicos manjado)... Ia falar sobre isso, sobre aquilo. Mas depois que saí, e - desculpem o trocadilho - vi o mundo, achei que meus argumentos são muito fracos.

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