"...But when you talk about destruction/Don't you know that you can count me out"
domingo, 27 de setembro de 2009
Não é roupa usada, livro lido, móvel velho
É muito mais fácil de doar - você realmente não vai precisar!
Imagine o que é precisar da doação de um órgão. Fígado, rim, coração, córnea...
O seu, por alguma razão, não funciona mais (ou nunca funcionou). Sua vida é terrivelmente prejudicada e sofrida por conta disso. Para que sua vida seja muito melhor, para que possa continuar, você precisa receber um órgão doado por alguém.
Mas você não pode, é claro, esperar que alguém sacrifique um pedaço do próprio corpo por sua causa. Que alguém sofra para te salvar.
Tem gente que faz isso - que se doa completamente, por escolha profissional ou por ato voluntário. Mas não se pode exigir isso de ninguém.
Ainda bem que não precisa...
Uma pessoa pode doar o órgão quando definitivamente não ele não lhe serve para mais nada..
Uma roupa velha, um móvel usado, um disco ou livro deixados de lado podem até voltar a ser úteis, atraentes, interessantes depois de algum tempo.
Mas um órgão só interessa a uma pessoa viva. Depois que ela não vive mais, o órgão não serve para nada. Vai simplesmente apodrecer e ser devorado por microorganismos. Vai se decompor como uma fruta passada, uma árvore caída, uma flor murcha. É da natureza (ainda bem – já imaginou se nada se decompusesse? Se tudo fosse como plástico e isopor e ficasse centenas de anos sobrando por aí?)
Um dia, a gente não vai mais viver. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a trinta anos. Seja quando for – no momento em que minha vida, bela vida terminar, eu não preciso mais de córneas, rins, fígado, coração, pele, ossos.
E eu não quero jogá-los fora quando ainda podem ser úteis para alguém...
Não quero mandar tacar fogo no meu corpo sem doar tudo o que puder ser doado. Não quero perder a chance de ajudar alguém a enxergar, caminhar, amar, ser feliz.
Não cheguei a mandar escrever no meu RG “Sou doador de órgãos”, mas tenho adesivos e cartões para tudo quanto é lado. “Sou doador! Sou doador!”. Minha família já sabe, e agora vocês todos também.
Pensei até em tatuar um símbolo da reciclagem no braço.
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Existem doações que a gente pode fazer em vida, sem tirar pedaço. Uma delas é a de medula óssea. Eu me cadastrei como doadora e torço para um dia ter a oportunidade de fazer minha doação (que nada mais é do que uma punção – minha filha, quando teve leucemia, fez várias, e nem anestesia tomou, apenas um leve sonífero).
Minha filha, felizmente, não precisou de doação de medula – a quimioterapia fez efeito. Um amigo meu precisou e não conseguiu. Com uma voz linda, uma simpatia incrível, disse adeus a esta vida no dia em que fazia 40 anos.
Se eu pudesse, teria ofertado mais vida a ele (mas não éramos compatíveis).
Se você puder, não vai fazer o mesmo?
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Dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos. Estenda a mão para essa causa.
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Muito bom isso! Mesmo eu atrasado com essa informação deste dia importante, que não foi só ontem, mas todos de nossas vidas, eu acho de extrema importância a ideia de doar, seja livros, brinquedos, agasalhos e principalmente orgãos.
ResponderExcluirEu penso que as pessoas deixam suas marcas, e nada melhor de uma forma que outro alguém possa ser salvo. Não quero também ter meu corpo se decompondo ou queimado e muitas pessoas ainda vivas precisando ainda continuar seu caminho.
Abraços e muito bom post e blog!
Roberto B.