
É muito mais fácil de doar - você realmente não vai precisar!
Imagine o que é precisar da doação de um órgão. Fígado, rim, coração, córnea...
O seu, por alguma razão, não funciona mais (ou nunca funcionou). Sua vida é terrivelmente prejudicada e sofrida por conta disso. Para que sua vida seja muito melhor, para que possa continuar, você precisa receber um órgão doado por alguém.
Mas você não pode, é claro, esperar que alguém sacrifique um pedaço do próprio corpo por sua causa. Que alguém sofra para te salvar.
Tem gente que faz isso - que se doa completamente, por escolha profissional ou por ato voluntário. Mas não se pode exigir isso de ninguém.
Ainda bem que não precisa...
Uma pessoa pode doar o órgão quando definitivamente não ele não lhe serve para mais nada..
Uma roupa velha, um móvel usado, um disco ou livro deixados de lado podem até voltar a ser úteis, atraentes, interessantes depois de algum tempo.
Mas um órgão só interessa a uma pessoa viva. Depois que ela não vive mais, o órgão não serve para nada. Vai simplesmente apodrecer e ser devorado por microorganismos. Vai se decompor como uma fruta passada, uma árvore caída, uma flor murcha. É da natureza (ainda bem – já imaginou se nada se decompusesse? Se tudo fosse como plástico e isopor e ficasse centenas de anos sobrando por aí?)
Um dia, a gente não vai mais viver. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a trinta anos. Seja quando for – no momento em que minha vida, bela vida terminar, eu não preciso mais de córneas, rins, fígado, coração, pele, ossos.
E eu não quero jogá-los fora quando ainda podem ser úteis para alguém...
Não quero mandar tacar fogo no meu corpo sem doar tudo o que puder ser doado. Não quero perder a chance de ajudar alguém a enxergar, caminhar, amar, ser feliz.
Não cheguei a mandar escrever no meu RG “Sou doador de órgãos”, mas tenho adesivos e cartões para tudo quanto é lado. “Sou doador! Sou doador!”. Minha família já sabe, e agora vocês todos também.
Pensei até em tatuar um símbolo da reciclagem no braço.
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Existem doações que a gente pode fazer em vida, sem tirar pedaço. Uma delas é a de medula óssea. Eu me cadastrei como doadora e torço para um dia ter a oportunidade de fazer minha doação (que nada mais é do que uma punção – minha filha, quando teve leucemia, fez várias, e nem anestesia tomou, apenas um leve sonífero).
Minha filha, felizmente, não precisou de doação de medula – a quimioterapia fez efeito. Um amigo meu precisou e não conseguiu. Com uma voz linda, uma simpatia incrível, disse adeus a esta vida no dia em que fazia 40 anos.
Se eu pudesse, teria ofertado mais vida a ele (mas não éramos compatíveis).
Se você puder, não vai fazer o mesmo?
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Dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos. Estenda a mão para essa causa.
Muito bom isso! Mesmo eu atrasado com essa informação deste dia importante, que não foi só ontem, mas todos de nossas vidas, eu acho de extrema importância a ideia de doar, seja livros, brinquedos, agasalhos e principalmente orgãos.
ResponderExcluirEu penso que as pessoas deixam suas marcas, e nada melhor de uma forma que outro alguém possa ser salvo. Não quero também ter meu corpo se decompondo ou queimado e muitas pessoas ainda vivas precisando ainda continuar seu caminho.
Abraços e muito bom post e blog!
Roberto B.