segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Só um dia

Na sexta-feira, passei quase o dia todo sem transporte motorizado.

Fui para a Sub de bicicleta – não dá 15 minutos. (Outro dia fui de carro, porque precisava carregar muita bagagem, e fiquei 20 minutos, fora de brincadeira, só para achar um lugar para estacionar). Também de bicicleta, fui a uma reunião no Hospital Sorocabana (5 minutos). Em seguida, peguei carona até a estação Lapa da linha 8 da CPTM e fui até o metrô Barra Funda. De metrô, cheguei à estação Tiradentes, de onde caminhei até o Museu da Polícia Militar para um seminário. Voltei do mesmo jeito (metrô e trem). À noite voltei de moto para casa...

Se foi um sacrifício andar por aí sem carro? Claro que não, foi um prazer. O tempo estava ótimo para pedalar e o trajeto é totalmente viável. A ladeira mais forte é na esquina da Bartira com a Diana, mas é só descer e empurrar. Não dá 30 segundos. O trem durante o dia demora um pouco mais para chegar, mas tem espaço de sobra. Em só uma das pernas do trajeto (Barra Funda-Lapa, na volta) eu fiquei de pé; nas outras deu até pra viajar sentada. Levei coisas para ler e aproveitei bem o tempo. O maior desconforto foi o calor nessa última viagem, mas no meu carro sem ar condicionado também sofro – e ainda tenho de prestar atenção no trânsito.
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Amanhã é Dia sem Carro. Para alguns, sinônimo de sacrifício inimaginável – mas nem todos têm razão em pensar assim.

Carro é insubstituível em algumas situações, mas em outras, apesar do velho refrão (“o transporte coletivo precisa melhorar muito!”), ele pode ser trocado com vantagens por uma combinação de outras formas de deslocamento.

Aliás, essa é a melhor maneira de circular em uma cidade como São Paulo (grande, congestionada, desorganizada, desigual): combinando, planejando. As pessoas já mudam sua rotina em função do rodízio – saem mais cedo ou chegam mais tarde (mas não largam o carro!). E se experimentarem, ao menos UM DIA NO ANO, mudar a rotina para sair SEM carro? Rever os trajetos, os horários, os encontros. Tentar uma carona. Andar até o ponto de ônibus, pedalar até a estação de trem ou de metrô, atravessar a cidade sobre trilhos, pegar um táxi só para concluir a viagem?

Carro é ótimo em algumas situações, é um estorvo em várias outras - para o próprio motorista, o passageiro e para os demais veículos à sua volta. Todo mundo que reclama do congestionamento dentro do seu é, também, um congestionador... Principalmente se estiver sozinho! O Dia sem Carro é um convite para reorganizar a vida, fazer experiências, e, generosamente, abdicar do espaço, poluição e barulho decorrentes do uso do automóvel particular em nome de uma cidade mais sustentável e suportável.

Ao menos UM dia.

7 comentários:

  1. Também circulo por São Paulo de ônibus, mas sofro... aqui no meu Bairro (alto da Mooca) é péssimo, ônibus no período das 7 às 8:30 é um sufoco. Só temos uma linha que faz o trajeto Jd Oratório Parque Dom Pedro (linha 3161), onde pego, não dá pra entrar no mesmo. Tenho que ir até a rua da Mooca e pegar outro.
    Antigamente tínhamos um linha que era uma maravilha (3151) José Higino - Pq Dom Pedro, mas a Dona Marta fez o favor de tirar. Pegar metro no Tatuapé para ir para o centro de manhã, nem pensar. Sardinha em lata anda mais confortável do que gente nesta linha de metro.

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  2. Andar de metro e trem sem ser nos horários de pico é o melhor meio de transporte. Andar de ônibus que tem em seu intinerario as marginais, melhor sair de carro. Aos fins de semanas o metro poderia funcionar 24 horas, para quem não tem carro poder ir ao teatro e a shows, geralmente terminam o espetaculo tarde. Dependendo de onde se mora o taxi fica caro, como vc disse, vai até o metro mais proximo de sua casa e termina a viagem de taxi gastando menos e adquirindo cultura..

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  3. Moro em Barretos/SP e pelo menos uma vez por semana vou ao trabalho de Bike.
    É incrível como o dia começa melhor quando vou com de bicicleta para o trabalho.

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  4. oi soninha. escrevi sobre o dia mundial ano passado http://fabulariogeral.wordpress.com/tag/dia-mundial-sem-carro/

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  5. Soninha,
    quantos metros de ciclovia você fez na Lapa?

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  6. Soninha, se você não se importar em andar de bike pela contramão, acho melhor você ir pela Caiubi, pega a Diana e depois a Ministro Ferreira Alves

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