Problemas, problemas, problemas, problemas, probl...

Recebemos dezenas de mensagens reclamando da manutenção das áreas verdes da cidade. Reclamações totalmente justificadas e corretas, exceto por duas coisas: 1) quando dizem que o problema é "falta de vontade" (ah, sim, eu não tô nem aí para o aspecto horrível das áreas públicas...); 2) quando dizem que "desde o Pitta não ficava tão ruim" (a vida toda eu me queixei do mato crescido em São Paulo, praguejei, xinguei. Agora eu sou xingada e tenho pesadelos com mato e entulho, mas ao menos sei o que acontece, tento explicar e, mais importante, resolver). Ah, tem outra, às vezes dizem também que o mato está alto porque "a periferia está abandonada". Resposta amarga: não, os bairros de classe média também estão no meu pé, tem mato alto em Perdizes e no Alto da Lapa.

Como algumas pessoas já sabem, temos 317 áreas verdes na área da Subprefeitura. Algumas com pouco mais de 100m², outras com mais de 10.000m2, tão diversas entre si quanto a alça de acesso à Ponte do Piqueri (26.222 m²), a Praça Amadeu Dacome (15.000m2, no alto da Cerro Corá) e o canteiro central da Avenida Politécnica (35.000m²). Existem três maneiras básicas de fazer a manutenção dessas áreas: com equipes contratadas pelas Subs, com assinatura de Termos de Cooperação ("adote uma praça") e com o programa Zeladores de Praças (em vigor em algumas Subprefeituras).

Não sei se já disse isso tudo antes, mas aqui parece sempre o Dia da Marmota - tudo igual, igual, igual... Já não consigo distinguir bem o que é novo e o que é repetido. No momento, temos duas equipes de corte de grama. Trabalhando o dia todo sem serem interrompidas pelas chuvas, conseguem cortar + ou - 40.000m² por semana cada uma. No fim, dá uma média de 200.000m2 por mês. Assim, levam-se cinco meses para cortar pelo menos uma vez o mato de todas as áreas. Uma vez a cada cinco meses é pouquíssimo, principalmente quando chega o verão. E assim temos o triste concurso "minha praça está pior do que a sua". Então vamos às candidatas, com os respectivos emails reclamando:

1) Padre Guerino Riccioti

"A "Praça" que só existe em decreto, já era maltratada e ignorada, agora está completamente abandonada e servindo de depósito de lixo da construção irregular ao lado. Estão jogando entulho em toda extensão da calçada que deveria servir aos pedestres (inclusive crianças alunas do Colégio Paulo Nogueira, ao lado). Um acidente grave por conta disto é eminente. Soninha, o que faz com que maus munícipes ajam dessa forma é a imoral demora de ações do poder público, associada a falta de interesse em prestar serviços mínimos de sua responsabilidade e obrigação. Olha, o mato lá já engoliu uma placa da Prefeitura de "Proibido Jogar Lixo" - é até uma ironia - e o "orelhão" da Telefonica. Tudo isto já escrevi e falei com vocês (...) Por favor, mande averiguar a obra e autuar o proprietário pelos entulhos jogados em toda extensão da calçada e dentro da praça. (...) Sei que a situação atual é de pouca verba e muita economia. Mas te peço encarecidamente que faça algo mais que um "trato" naquela NOSSA Praça. Pelo tempo das promessa e pela nossa Praça mais parecer uma ponta de terreno abandonado, será necessário urbanizar o espaço para que definitivamente ela perca o aspecto de "pasto" e local de desova das tranqueiras que os maus munícipes depositam nela."

Pois bem, essa praça (ou "praça" - na verdade é uma área verde que realmente precisa de um bom trato para vir a ser um lugar de desfrute) consta em nossos registros como tendo 2000m² (embora pareça ser maior do que isso). As fotos aparecem para mim como sendo de 2006, mas acho que é um problema do ajuste da câmera - não duvido que a situação atual seja feia assim. E em 2004 o autor do email já reclamava da praça para um jornal, quer dizer, haja saco da população para aguentar anos sem melhoria - ao contrário, com pioras regulares.

Um agente vistor da Sub esteve lá para intimar o dono da obra (completamente inadequada) e as equipes de capinação estão chegando. A Padre Guerino logo sairá do páreo das mais feias - mas torná-la bonita é um desafio que perdurará.

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