sábado, 30 de outubro de 2010

2009: Protestos de estudantes da UEPA durante a "marolinha"

Apenas um recuerdo...

Do Blog Vamos à Luta, O Tempo Não Para

A onda global de demissões influenciou a maré dos rios paraenses. Ao invés da marolinha de Lula, assistimos a uma verdadeira pororoca em nosso estado. O ano de 2009 chegou com uma queda nas exportações. O setor mineral foi afetado. Empresas como a VALE colocam trabalhadores em licença remunerada e férias coletivas.



Em 2009, de acordo com dados do DIEESE aumentaram os casos de demissões, aumentando a fila do desemprego. A indústria madeireira demitiu 19 mil pessoas; fechou 7 mil postos de trabalho, mas que o dobro em relação a 2007. A construção civil desacelerou; demitiu, apenas em março, 8840 trabalhadores; fechou 1062 postos de trabalho. Na indústria de transformação, em 4 meses, foram extintos 7002 postos de trabalho. Das 11 empresas do ramo siderúrgico localizadas em Marabá e Abaetetuba apenas 2 estão funcionando; ao todo são 4 mil novos desempregados no setor. O comércio fechou 2194 postos de trabalho apenas no primeiro semestre de 2009.


Em quatro meses, entre dezembro de 2008 e março de 2009, o Pará fechou 23 mil postos de trabalho. Isso equivale ao fechamento de 192 postos por dia. Nunca antes na história desse estado esse quadro foi alcançado. A situação é desesperadora. O Pará possui cerca de 7 milhões de habitantes, destes cerca de 4 milhões estão localizados abaixo da linha da pobreza. Esse é o quadro da barbárie que envolve o povo trabalhador Paraense. Na outra ponta da sociedade os ricos estão bem. Empresários, madeireiros, banqueiros, sojeiros, latifundiários são protegidos pelo governo Lula, Ana Júlia e pelos prefeitos.

Ana Julia impõe corte de verbas em meio à crise econômica


Em meio à crise econômica mundial Lula cortou verbas das áreas sociais e destinou recursos aos ricos. Aqui no Pará Ana Júlia lançou um decreto visando reduzir despesas. O decreto prevê fechamento de repartições públicas às 14h, extinção das horas extras, suspensão de diárias em viagens fora do estado, redução de 20% em gastos com luz, telefones e materiais de expediente. A saída de Ana Julia frente à redução de arrecadação do Estado é despejar a crise na costa dos trabalhadores. Esse decreto afetou também nossa universidade que teve seus recursos cortados em mais de 20%.


(...)


CORTE DE VERBAS PREJUDICA ESTRUTURA DOS CAMPIS DO INTERIOR


O corte de recursos feito pelo governo da Ana Júlia junto com o descaso da atual reitora com relação a estrutura da universidade como um todo esta causando muitos problemas aos estudantes dos campus do interior. No campus do Mojú, por exemplo, é constante os assaltos aos alunos por que o campus não possui segurança suficiente e também por que os alunos dividem o campus com diversos moradores do local que estão ocupando o terreno da UEPA, já que a mesma não possui muro ou cercado que delimitem o terreno da universidade. Outro problema enfrentado pelos estudantes do campus do Mojú é com relação ao acervo de livros na biblioteca que não consegue suprir a demanda dos estudantes, prejudicando os estudantes, pois os mesmos necessitam ter uma boa produtividade nos trabalhos acadêmicos, e dessa forma precisam de um maior número de exemplares na biblioteca, tanto nas áreas de Ciências Naturais quanto em Pedagogia, Letras e Matemática. Outro fator que prejudica os estudantes é a quantidade grande de déficit de professores efetivos e fixos no campus, sendo que apenas estes podem orientar e assinar projetos de extensão.

PRINCIPAIS PROBLEMAS LEVANTADOS PELO DA NO CAMPUS DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA


Em Conceição do Araguaia quando os estudantes procuram a biblioteca é constante perceber que o livro não tem, que já foi emprestado ou que a biblioteca não possui o exemplar. Existe uma grandes deficiências no quis diz respeito à infra-estrutura dos laboratórios de química, física e biologia, sendo que os cursos de matemática, letras e pedagogia se quer tem laboratório, sendo que a alegação da coordenação é que não tem recursos e que nesse semestre está havendo um corte de gastos muito grande por parte do governo. No campus todos os problemas têm que ser resolvidos pela capital o que causa o atraso na resolução dos mais diversos problemas do núcleo. Mesmo o campus sendo o segundo maior da UEPA nunca a coordenação discutiu com os estudantes um projeto de assistência estudantil que contemple Restaurante Universitário e Moradia Estudantil. No campus necessita urgente de mais professores efetivos, pois os estudantes não agüentam mais iniciar os semestres em atraso por falta de professores. A falta de estrutura para os portadores de necessidades especiais é outro problema enfrentado no campus, pois os banheiros dos alunos não são adequados aos portadores de necessidades especiais e isso acaba dificultando a discussão a cerca da inclusão dos deficientes na universidade.


PROBLEMAS NO CAMPUS DE PARAGOMINAS


No campus de Paragominas existe uma carência muito grande nos acervos de livros principalmente nos cursos de TA (madeira) e Eng. Ambiental. Por conta do decreto da governadora a biblioteca deixou de ficar aberta durante todo o dia e passou a fechar em alguns horários do dia, isso quando não fecha a partir das 14h. Pelo mesmo decreto o atendimento da secretaria acadêmica foi reduzido para até as 18h impossibilitando o estudante do turno da noite ser atendido. Um dos maiores problemas do campus de Paragominas é o acesso ao laboratório de informática, já que várias vezes na semana o LABINF fica fechado por não ter monitores ou estagiários ou funcionários aptos a tomar conta do local prejudicando os estudantes que acabam ficando impossibilitado de fazer sua pesquisa na internet.

OS ESTUDANTES DA UEPA NÃO VÃO PAGAR PELA CRISE


Por conta de todos esses problemas os estudantes de vários campi estão realizando assembléias para discutir de que forma podem enfrentar esses problemas e cobrar da reitoria que melhore as condições de ensino. Nesse sentido os estudantes de Paragominas, em conjunto com o DA, realizaram uma assembléia geral na quinta feira, dia 13 de agosto (...) . Por conta dessa assembléia a reitoria foi obrigada a receber uma comissão de estudantes em uma reunião que ocorreu entre a reitoria e os estudantes do campus de Paragominas no dia 17/08 na qual foi exposta a pauta de reivindicação e soluções foram apresentadas.


Essa semana é a vez dos estudantes de Conceição do Araguaia, Redenção e Mojú, que estarão realizando assembléias gerais para debater como podem pressionar a reitoria da universidade no sentido de conseguirem melhorias em seus campi. A principal reivindicação desses estudantes é forçar um canal de dialogo com a reitoria que caso não atenda suas reivindicações os estudantes pretendem paralisar as aulas até que suas reivindicações sejam atendidas. Nesse sentido queremos chamar os estudantes de todos os campi a realizarmos uma jornada de paralisações e atos contra o decreto da governadora Ana Júlia que corta mais de 20% do orçamento da UEPA, e contra o corte de vagas no vestibular. Nós estudantes não podemos pagar pela crise e por isso Vamos à Luta.


REITORIA CORTA MAIS DE 440 VAGAS DO VESTIBULAR E PLANEJA CORTAR MAIS DE 1200.


Em julho quando a maioria dos estudantes da UEPA estavam de férias a reitoria aprovou um corte imenso nas vagas dos vestibulares desse ano e do ano de 2010. O corte foi de 444 vagas, as quais não serão ofertadas no vestibular desse ano; sendo que no do ano que vem já está previsto um corte maior que corresponderá a 1294 vagas. Isso significa que mais estudantes não terão acesso a um curso superior em nossa universidade.


Sabemos que um dos motivos para esse corte de vagas e dos vários problemas que estão passando os estudantes da UEPA tem a ver com a crise econômica. Já que no primeiro semestre a governadora Ana Júlia lançou um decreto que cortou em mais de 20% os recursos da UEPA. Essa é uma demonstração clara de que tanto o governo Lula quanto a governadora Ana Júlia preferem salvar os banqueiros e empresários a ter que investir mais recursos em nossa universidade.

OS CAMPI DO INTERIOR SERÃO OS MAIS PREJUDICADOS


Nessa discussão os mais prejudicados serão os campus do interior que no ano passado ofertaram 2052 vagas, nesse ano ofertarão 1610 vagas e no vestibular de 2010 irão ofertar apenas 890 vagas. Para dar exemplo, campus como o de Conceição do Araguaia que ofereciam para a população da região 306 vagas no ano de 2007, no ano que vem só irão ofertar 70 vagas; o campus do Mojú que no último vestibular ofertou 296 vagas no vestibular do ano que vem irão ofertar somente 40 vagas; o campus de Paragominas que ofertou no último vestibular 206 vagas no vestibular do próximo ano ofertarão somente 80 vagas.

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