quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Empresas gringas e o pré-sal

Petrobras muda planos e exploração de pré-sal começa no ES 

Fonte: Valor Econômico
Data: 26/11/2007 00:00

Os indícios de que existem mais campos com as dimensões de Tupi na camada pré-sal ao longo da costa brasileira já levaram a Petrobras a reprogramar seus investimentos. Em posição privilegiada por já deter a concessão de quatro descobertas na área - sozinha ou com as sócias BG, Galp e Repsol - a estatal vai dar prioridade à produção de óleo leve da camada pré-sal pelo Espírito Santo em 2008, deixando o gigantesco Tupi, na bacia de Santos, para um segundo momento.

O plano será colocado em prática no campo de Cachalote, onde a estatal pretende "ignorar" o petróleo pesado já descoberto na área de concessão e ir mais fundo, até abaixo da camada de sal para explorar o óleo leve (28 graus API na escala do American Petroleum Institute) encontrado quando perfurou o poço ESS-103. Para isso vai utilizar as plataformas P-34, que já está pronta e prevista para Jubarte, e a P-57, em licitação.

Dada a proximidade da costa, cerca de 50 quilômetros, a companhia poderá escoar o petróleo por meio de um oleoduto vindo do mar até uma base terrestre. Em relatório, a consultoria americana PFC Energy estima que a Petrobras precisará investir de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões para desenvolver a produção em Tupi (em 2013), o que representa 17,85% do total de investimentos programados no plano estratégico 2008-2012, onde estão previstos investimentos de US$ 112 bilhões, não incluindo Tupi. Os custos iniciais de Tupi são estimados entre US$ 6 bilhões e US$ 9 bilhões.

Uma fonte da área de exploração e produção da estatal ouviu os números e, sem confirmar nem desmentir, disse que a avaliação tem como base o atual método de produção, baseado na colocação de plataformas flutuantes. "Mas em Tupi vamos ter que pensar em novas concepções de produção e escoamento. Não será necessariamente o que fazemos hoje."

A partir do início da produção de Tupi, as projeções são de que a Petrobras poderá produzir ali no mínimo 1 milhão de barris de petróleo por dia (mais de 50% da produção atual) em 2014, quando ele atingir o pico de produção. O valor é quase o dobro do pico de produção do maior campo brasileiro, Marlim (bacia de Campos), que chegou a produzir 650 mil barris/dia de petróleo.

O capixaba Cachalote - o primeiro do pré-sal a entrar em operação - está dentro do chamado "Parque das Baleias", no antigo bloco BC-60 que é 100% da Petrobras, onde a empresa também descobriu petróleo nos campos Jubarte, Baleia Franca, Baleia Azul, Baleia Anã e Baleia Bicuda.

Empresas como BG e Repsol já são sócias da brasileira em áreas onde ela descobriu campos gigantes no pré-sal, além de Tupi. Um deles é o campo Carioca, no bloco BM-S-9 onde a BG tem 30% e a Repsol 25%. Outros gigantes descobertos no pré-sal são os campos Caxaréu (Espírito Santo a 120 quilômetros de Vitória) e Pirambu.

Ainda não está claro - pelo menos para fontes do governo - se a faixa pré-sal tem uma acumulação contínua de petróleo ou se existem vários campos gigantes próximos um do outro, que guardariam 80 bilhões de barris de petróleo. Na Petrobras, a aposta é sobre a existência de "dezenas" de campos do mesmo porte de Tupi intercalados ao longo de toda a faixa do pré-sal.

A discussão é relevante para a definição de um novo modelo de exploração e produção. Se for uma única acumulação será preciso "unitizar" a produção, com base na legislação existente. Algumas companhias já têm concessões em parte do pré-sal (associadas à Petrobras ou não) e algumas produzem petróleo pesado acima dela. É o caso da Shell com os campos Bijupirá-Salema, na bacia de Campos. Os estudos estão sendo considerados porque a Petrobras encontrou petróleo com a mesma densidade e característica em 8 dos 15 poços perfurados que foram testados ao longo da faixa. Todos produziram óleo leve de 28º API e gás natural associado.

A PFC Energy também ressaltou que a descoberta de óleo leve deverá levar a Petrobras a rever os planos de conversão de suas refinarias, que estão sendo adaptadas para processar óleo pesado.

Fonte: Valor Econômico

Galp retira primeiros barris de petróleo do campo de Tupi

Fonte: Agência Lusa
Data: 26/06/2009 09:27
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A Galp concluiu nesta terça-feira o primeiro carregamento de petróleo do campo Tupi, na bacia de Santos, incorporando no mercado um total de 315 mil barris, anunciou nesta quinta-feira (25) a empresa.

A Galp estima que o campo Tupi, descoberto em 2006, venha a render entre cinco e oito bilhões de barris de petróleo e gás natural.

De acordo com a petrolífera portuguesa, "este primeiro carregamento totalizou cerca de 315 mil barris que foram transferidos da Plataforma Flutuante de Produção, Armazenamento e Offloading Cidade de São Vicente para o petroleiro Nordic Spirit, com destino ao porto de São Sebastião, no Estado de São Paulo, no Brasil".

O presidente executivo, Ferreira de Oliveira, considerou - citado numa nota da Galp -, que este carregamento "representa a incorporação no mercado das primeiras quantidades de óleo provenientes do pré-sal da bacia de Santos", sendo assim um dia "que ficará na história deste grande projeto”.

A empresa especificou que toda a produção atualmente "é obtida a partir do poço Tupi-Sul, o qual produz cerca de 14 mil barris de petróleo por dia, no âmbito do teste de longa duração que se estenderá por um período de 15 meses".

"Durante este período, serão ainda recolhidos dados técnicos fundamentais para avaliação e desenvolvimento dos outros reservatórios descobertos na bacia de Santos, como os de Iara, Iracema, Júpiter, Bem-te-Vi e Caramba", acrescenta o texto.

A jazida explorada pelo poço Tupi-Sul, localizado no Bloco de exploração petrolífera BM-S-11, "encontra-se numa área onde a lâmina de água é da ordem dos 2.200 metros, a cerca de 5 mil metros de profundidade sob uma sequência de formações salíferas com mais de 2 mil metros de espessura".

A Galp Energia participa em mais de 20 projetos de exploração e produção no Brasil, em parceria com a Petrobras.

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