“Um dia você se elege prefeita, e aí?”
Não foi irônico, foi com tom de “pense nisso”.
Não foi irônico, foi com tom de “pense nisso”.
***
Encontrei o vereador na entrada de uma festa ontem à noite na Vila Leopoldina. Aniversário de uma editora daqui da região da Lapa que publica um jornal famoso e temido por aqui, o “Jornal da Gente” rs.
Encontrei o vereador na entrada de uma festa ontem à noite na Vila Leopoldina. Aniversário de uma editora daqui da região da Lapa que publica um jornal famoso e temido por aqui, o “Jornal da Gente” rs.
Ele passava por mim sem cumprimentar; chamei, disse que não
tinha me visto. “Estava agora mesmo ali na calçada perguntando - “quem foi que
disse que não tem mais jeito”?”. Respondi achando que era amistoso, repetindo meu
lema (“Quem foi que disse?”). Ele respondeu, sem o menor esboço de um
sorriso - “Tem jeito, é só explodir a
Câmara”.
Ainda não foi aí que entendi que ele não estava brincando.
Muito vereador, com sincero desalento ou querendo fazer média, diz coisa
parecida. “Não, não precisa chegar a tanto rs...”. Ele me interrompeu com o
alerta sobre “ser prefeita um dia”.
“Dizer que tem gente que troca voto por dinheiro?” A
expressão era de condenação indignada.
“Não tem?”
“Não tem?”
“Para, Soninha!”
“Não tem?”
“Você não pode falar um negócio desses”. Como se realmente, realmente achasse um absurdo.
“Eu não estava falando só da Câmara de São Paulo e sim do Parlamento de alto a baixo”.
“Dinheiro? Dinheiro por voto?”
“Escuta, o que é que está sendo julgado hoje no Supremo???”
“Não tem?”
“Você não pode falar um negócio desses”. Como se realmente, realmente achasse um absurdo.
“Eu não estava falando só da Câmara de São Paulo e sim do Parlamento de alto a baixo”.
“Dinheiro? Dinheiro por voto?”
“Escuta, o que é que está sendo julgado hoje no Supremo???”
Balançou a cabeça, irritado. “Olha, dizer que é só acordo,
ok”.
“Sim, e existem acordos republicanos. Eu disse isso”.
“Você foi até a parte dos cargos...” (Não concluiu, então não sei se ele achou essa parte aceitável ou não). “Aí dizer que ‘no mínimo’ tem dinheiro?”
“Eu disse “na pior das hipóteses”!”
“Sim, e existem acordos republicanos. Eu disse isso”.
“Você foi até a parte dos cargos...” (Não concluiu, então não sei se ele achou essa parte aceitável ou não). “Aí dizer que ‘no mínimo’ tem dinheiro?”
“Eu disse “na pior das hipóteses”!”
Repetiu a advertência (“e se você se elege prefeita?”) e entrou
sem um sorriso. E ele é do tipo galanteador.
***
Dentro havia um candidato a vereador para cada 15 convidados. Alguns [candidatos] decentes, inclusive.
Dentro havia um candidato a vereador para cada 15 convidados. Alguns [candidatos] decentes, inclusive.
Vc devia fazer um favor à população e dizer o nome dele. Melhor não... Prefiro você sã e salva e pelo jeito o jogo é pesado.
ResponderExcluirVc certamente se lembra de quando o PT era sério e éramos estudantes (Libelu, etc) como ganhar eleição parecia um sonho. Ganharam...
Sua vez vai chegar. Não desiste não.
keep pushing
ResponderExcluir#sorte
Estou eu, em minha casa, fazendo às unhas. Chamei a manicure do salão, que aceita fazer em casa, porque pode ganhar um pouquinho mais, já que em casa não tem que dividir o valor com a dona do salão, e a moça começa a contar super contente, que sua filha de 15 anos e seu netinho de 4 meses, sem pai, vão conhecer a sua família, no interior do Piaui.
ResponderExcluir"Nossa Márcia, mas é muito sofrido, 3 dias no ônibus, com um bebe de 4 meses" "É, eu sei, mas é nesse época que os candidatos de la mandam o dinheiro pra passagem, pro povo de lá que mora aqui, ir votar neles."
...
claro que existe venda de voto, e várias formas. Dentadura, cadeira de rodas, vaga em hospital (essa é a pior, já que é obrigação do estado fornecer vaga), passagem, cesta básica, e se formos procurar achamos mais uma infinidade.
Isso me da vergonha de ser brasileira.
Como denunciamos esse candidato do Piaui?