segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Por que saí do PT - capítulo 3

Capítulo 1 - A Prodam ia contratar quem eu indicasse, para que fizesse campanha pra mim

Capítulo 2- "Se fechar por 100..."

Capítulo 3 - Como, por sugestão de leitores, gravei vídeos com outros episódios que, acumulados ao longo de 4 anos (um de campanha, 3 de mandato) explicam minha saída, vou contar por escrito algumas histórias que ficaram de fora.

(Os vídeos vão para o YouTube quando estiverem prontos. O primeiro já está, mas conta de novo o capítulo 1)

Em um evento na penúltima semana de campanha em 2004, um homem de barba me cumprimentou super entusiasmado, disse que gostava muito de mim, era meu fã, queria me ajudar. "Vem conversar comigo, marca uma hora". Legal, fiquei feliz.

Quando eu viro as costas, meu coordenador de campanha (o Alê Youssef) diz: "CARA, o Delúbio diz que quer te ajudar?".

Eu: "Quem é Delúbio?" :oP Não fazia ideia.

***
Fomos a uma reunião com ele no Diretório Nacional do PT. "Poxa, queria ter te encontrado antes para ajudar mais, agora já está no final... O que eu posso fazer por você?"

A gente não sabia nem o que responder. Não tinha muito mais que providenciar, mesmo.

"Vocês não vão fazer outdoor?"

"Vamos, acabamos de negociar um bom preço em bons lugares. Deixamos para o final para ter mais efeito".

"Quantos?"

Acho que a resposta era 15. Tinha um número máximo permitido; guardamos dinheiro e o Alê tratou com um conhecido dele, que estava fazendo um preço de pai pra filho.

"Tem de ter mais. A gente tem um fornecedor, desencana desses e eu faço tudo por aqui".

"Não dá pra desencanar, seria muito sacanagem. O cara foi muito legal, os lugares estão reservados pra gente..."

Bom, no fim ficou assim: "Então tá, passa pra gente esse contato, a gente trata com ele, vê se consegue uns pontos a mais e paga a conta. Quem vai tomar as providências é o dep. X, então agora vocês falam direto com ele".

***
Resumo da história - eu me elegi vereadora. Em janeiro recebo uma ligação - o moço do outdoor não tinha recebido pagamento.

Passamos meses atrás do deputado. Já não retornava mais as ligações. Resultado - muito depois da eleição, sem ter recursos da campanha para quitar a dívida, fizemos um parcelamento de tiramos dinheiro do bolso pra pagar.

Pagar o que eu nem queria. O que eles insistiram para que eu aceitasse.

Ê, Laiá.

5 comentários:

  1. Soninha,

    Espero que você tenha levado estas graves denúncias ao Ministério Público ou a alguma autoridade competente.

    Por que você continuou no PT e só saiu anos depois destes acontecimentos?

    Saudações,

    Fernando Pinto

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  2. Imagina quantos deixaram de receber desses caloteiros e mensaleiros?
    Pro PT os fins justificam os meios, não é verdade?

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  3. Soninha, show de bola seu blog!
    Estou visitando a cerca de um mês e não me arrependo. Parabéns!

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  4. Oi Soninha,

    Votei em você e tenho acompanhado a página no face e o teu blog. Gostaria do endereço dos vídeos no YouTube (ou do primeiro apenas, por enquanto).

    Acho que virei seu cabo eleitoral... ahhahaha.

    Beijo, até mais!
    Cristiano

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