terça-feira, 16 de abril de 2013

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A notícia em forma de release (ou vice-versa) tem como título "Prefeito quer construir 240 creches".

A Prefeitura de São Paulo já fechou o plano de obras para unidades de educação infantil. A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) pretende construir nos quatro anos de mandato 240 novas creches.

>>> “Já fechou o plano de obras". Oi? Que "plano"?

As novas unidades devem criar cerca de 50 mil vagas em creche, o que atenderia praticamente metade das crianças na fila por creche na cidade. Em dezembro, a fila registrada era de 94 mil crianças.

>>> Na campanha ele dizia que eram “140 mil”. Em todo caso, em UM ano, quantas vagas das 94 mil necessárias serão criadas? Daqui a quatro anos essas crianças já estarão precisando de Educação Infantil, não de creche...

Fazem parte dos planos da Prefeitura unidades já anunciadas: as 172 creches que já contam com repasse federal, de R$ 200 milhões, e também 20 unidades que serão construídas por convênio com o governado estadual, com recursos de R$ 45 milhões. As outras 48 unidades serão construídas apenas com recursos do município.

>>> “Já anunciadas”. Quer dizer, já prometidas em discurso. Sobre o “já contam” com repasse federal... Qual repasse, hein? Para receber recursos do Proinfância, o programa do governo federal que envia recursos para a construção de creches, tem de mandar:

- Relatório de vistoria de terreno (padrão FNDE);
- Relatório fotográfico;
- Planta de localização do terreno mostrando a posição do lote em relação ao entorno imediato e população a ser atendida pela escola (ex. foto áerea, foto de satélite, mapa da cidade, etc.);
- Planta de situação do terreno onde seja possível verificar as dimensões do lote, ruas, confrontações limítrofes e norte magnético;
ETC!

Veja aqui: Portal FDE – Dúvidas Proinfância.

Como as creches “já contam com repasse federal” se nem terreno tem pra todas elas?

Em todos os casos, no entanto, é a Prefeitura que vai arcar com os gastos dos terrenos. Encontrá-los nas áreas em que há a demanda por vagas é visto como um dos principais desafios para o poder público. No fim de janeiro, a secretaria já tinha uma lista de 98 áreas identificadas.

>>> Pois é, não tem nem 100 terrenos “identificados”. Uns 70, aliás, já faziam parte de um levantamento da gestão anterior. Entre “identificados” e realmente disponíveis, vai chão. E a prefeitura, que cedeu por no mínimo 90 anos duas glebas para o governo federal, aliás bem maiores do que eles mesmos precisam para as obras prometidas (uma universidade e uma escola técnica), tem de arcar sozinha com os custos do terreno. Nem pra fazer uma troca com a União... Isso porque os governos municipal e federal são “amigos”!

O restante do déficit, quase 50% da fila registrada em dezembro, será atendida por dois modelos: expansão da rede de creches conveniadas (com organizações não governamentais) e centros de educação infantil criados por empresas, com apoio e repasse da Prefeitura para a gestão.

>>> Claro, considerando que o atendimento de 50% já está garantido (NÃO ESTÁ COISA NENHUMA), o restante “será antendido” assim assado. Líquido e certo.

A rede conveniada foi a aposta da última gestão. 

>>> “Aposta da última gestão”??? Não, é um modelo que existe e funciona há muitas e muitas gestões e não foi uma “aposta”.

De 2005 a 2012, a Prefeitura construiu 84 creches, que atendem cerca de 18 mil crianças - fazendo com que praticamente 90% da expansão do número de vagas tenha se dado pelos convênios. A equipe de Gilberto Kassab (PSD) indica que conseguiu saltar a oferta de vaga de 60 mil para 216 mil.

>>> Se liga na má vontade: “INDICA”. Não dizem “SALTOU a oferta de vagas”. Tipo assim, “não me responsabilizo pela informação, são eles que indicam”. Só faltou dizerem “alegam”.  Com a atual prefeitura, é tudo de boa vontade: “fará”. Com a anterior, com números que podem e DEVEM ser checados, é “diz que fez”. Afinal, foram criadas 18 mil vagas ou 156 mil vagas, cacilda?

Apesar de setores do PT já terem criticado a política de Kassab de realizar convênios, Haddad não vai dispensar o modelo. A secretaria de Educação realiza desde o início do ano um pente fino na rede conveniada para apurar falhas no atendimento, mas também ter um diagnóstico da capacidade de atendimento.

>>> Isso, “setores do PT” criticam, especialmente a classe do Magistério. Os tão queridos “movimentos sociais” não, por duas razões: eles TEM FILHOS que PRECISAM de creche e querem ser bem atendidos, seja pela Associação Bom Parto ou por uma creche de administração direta. E muitos movimentos são ligados a entidades que ADMINISTRAM creches conveniadas. Mas realmente tem gente que acha convênio absurdo, e o Estadão vem de novo corroborar a MENTIRA de que essa seria uma “política DO KASSAB”. E quando fala em “pente fino na rede conveniada”, também reproduz uma fala do governo, totalmente enviesada. Pente fino é o que se faz na cadeia, por exemplo, para localizar armas e celulares. É uma expressão pejorativa, que se refere a atividades ilícitas. Queria saber como é o tal “pente fino” da prefeitura.

O raio X só deve ficar pronto no fim do mês, mas a pasta já tem a informação de que é possível aumentar a oferta de vagas nas organizações já conveniadas.

>>> “Já tem a informação”. Assim fica fácil dizer que “fez um pente fino” e descobriu coisas incríveis – pega informação que já tem, né?

Empresas. Fazer com que a iniciativa privada construa creches é uma das apostas da Prefeitura, como o Estado revelou em 25 de janeiro. A ideia é que o município oriente empresas a montarem unidades que atendam filhos de funcionários e de moradores da região. As conversas já começaram com alguns grupos, mas ainda não há nenhuma definição. Empresas que prestam serviços à Prefeitura podem ter os primeiros modelos. 

>>>Acompanhemos essa “aposta”. Não sou contra a ideia não – aliás, não sou contra as outras também. Mas falta algo FUNDAMENTAL: o que as mães podem fazer com suas crianças AGORA, enquanto 100 mil vagas não são criadas. Minha proposta era pagar a mensalidade de berçários particulares ou contratar cuidadoras para essas mães sem creche. Enquanto a prefeitura não faz isso, elas se viram pra pagar a escolinha (às vezes é metade do salário) ou dão um trocado para a vizinha “tomar conta” e seja o que Deus quiser.

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Na verdade, saiu no Estadão mas é da Agência Estado. Então saiu igualzinho no Ig, Exame, Rede Andi, Frizz, Verdade Web, Yahoo Notícias... Ê, Laiá.

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