quarta-feira, 29 de junho de 2016

Eu voto no seu e você vota no meu

Nada é aprovado na Câmara Municipal de São Paulo sem acordo. Não precisa ser em torno de dinheiro e cargos - é mais comum que seja na base do "eu voto no seu projeto e você vota no meu, ou pelo menos não atrapalha".

Eu fiquei embasbacada quando soube. Acompanho a CMSP desde que o Jânio Quadros era prefeito, mas só descobri quando fui vereadora. Não é à toa que tantos projetos são aprovados por "unanimidade" - tem vereadora e vereador (e como tem) que nem lê eles todos, afinal já "tem acordo".

Quando são aprovadas bobagens (ou barbaridades), a mídia dá destaque (e só às vezes, escapa muita aberração) e a população se revolta. Mas o pior costuma ser o outro lado do acordo - o projeto do governo que fez parte da negociação. A gente reclama do nome de rua, mas é como correr atrás do ratinho enquanto o leão devora sua família.

Na quarta-feira, dia 22 de junho, teve um desses na Câmara Municipal. Entre os projetos aprovados pelos vereadores, tem o que permite publicidade em pontos de táxis na cidade, blindagens das viaturas da CGM e o que permite a volta das sacolinhas plásticas no comércio; em "contrapartida", o prefeito vai aprovando um projeto que arregaça a Operação Urbana Jacu Pêssego. Como essa parte é mais difícil de explicar, depois eu volto.

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