O evento hoje à noite no Sesc Paulista vai ser mais ou menos assim:
"O debate acontecerá em função do lançamento da coleção Ópera Urbana. Os quatro livros (Cidade dos deitados, Montanha-russa, Surfando na Marquise e Av. Paulista) surgem com a proposta de convidar o jovem a olhar de um modo diferente para a cidade e para os espaços urbanos, para que ele entenda que pode interferir neles e modificá-los. Cada história se passa em um ponto importante da cidade. E, como em toda ópera, os livros vem acompanhados de um libreto, espécie de mini-guia ou almanaque com curiosidades e dicas sobre o tema tratado no livro: o que se pode fazer de graça no Ibirapuera? Por que o ar naquela região é um dos mais poluídos da cidade? O que existe na Paulista e ninguém sabe? Informações sobre a arte tumular, o funcionamento da montanha-russa etc.
Este libreto vem encartado no livro, mas fizemos uma tiragem extra para distribuir gratuitamente amanhã no Sesc. Além disso, a coleção conta com um site (www.operaurbana.com.br), no qual o conteúdo é feito pelos usuários. O site já está cheio de fotos, vídeos e textos. Muito bacana.
Amanhã [hoje, sexta!], durante todo o dia, atores e músicos circularão pela avenida Paulista fazendo algumas esquetes inspiradas nos livros. Duas cabines do Museu da Pessoa também permanecerão na avenida colhendo depoimentos das pessoas comuns sobre a cidade. E, a partir das 19h30, teremos o debate e o coquetel no Sesc Av. Paulista. Na mesa redonda, além da Soninha, estarão presentes a Didi Wagner, a Carla Caffé e a Valdenice Minatel (professora do colégio Dante Alighieri que faz um trabalho muito interessante com os alunos sobre São Paulo). Danilo Miranda, diretor regional do Sesc, fará a mediação. Ele apresentará rapidamente a coleção e, em seguida, fará uma pergunta para os convidados, sobre a forma como o jovem ocupa a cidade. Em seguida, no último andar do prédio, teremos a sessão de autógrafos com os autores e ilustradores e o coquetel".
Bem legal, hein!
ai Soninha ja temos o blog da ASSAVI,entra e veja que dezzzzzzz.......http://vilaipojuca.blogspot.com/bjimmmmmmm
ResponderExcluirSalve Soninha...gostaria de saber mais sobre seu livro...trabalho com arte educação...ele é só para palmeirenses?...rsrrs...ou fala sobre crianças?...de qualquer forma parabéns...forte abraço a voce e Rachel...ela é parceirona...já até contribuiu com nosso blog...paz e luz..
ResponderExcluirTubarão
Olá, Soninha!
ResponderExcluirte convido a participar de um encontro virtual bem interessante. Debates de interesse geral, como estes sobre Leitura e Educação. Tomo a liberdade de mandar as informações por aqui. Assim, v. fica sabendo e os leitores do seu blog também.
DEBATE SOBRE LEITURA E EDUCAÇÃO
Dinossauros/@nfíbios
Do saber ao não saber − a escolha, o diálogo, a leitura
COORDENAÇÃO DE: Maiara Gouveia.
COM PARTICIPAÇÃO DE: Emanuelle Santos; Lucas Guedes; Márcio-André e Rodrigo Petronio.
PARTE DO EVENTO VIRTUAL REALIZADO POR: http://dinosanfibios.ning.com
QUANDO: dias 12 e 13 de setembro (sábado e domingo)
Como participar?
Basta criar uma página por lá, no http://dinosanfibios.ning.com (para saber também das outras atividades). Enquanto não publicamos os textos dos convidados, quem quiser refletir acerca da proposta será bem-vindo. Vou postar a contribuição de todos. Dúvidas, críticas e sugestões também serão aceitas. No dia do evento, haverá chat, mediado por Emannuele Santos e espaço para manifestações públicas de interesse por tudo.
Discutiremos os seguintes temas:
i. A formação e má formação de um leitor − por Rodrigo Petronio
ii. Da literatura à educação − por Emanuelle Santos
iii. A didática pelos quanta − por Márcio-André
iv. Novas formas de ler: tecnologia para quem? − por Lucas Guedes
Atividades-Surpresa
Há atividades ainda não contempladas dentro da programação. Tudo dependerá da disponibilidade de outras pessoas convidadas para o encontro. Dou uma dica: imagine filósofos e físicos batendo um papo com poetas e universitários. E o melhor da festa: estudantes ávidos por debates e conhecimentos. Fiquem na torcida.
Texto de abertura desta mesa
APRESENTAÇÃO
Partindo da etimologia da palavra lição − do latim, lectio, “ato de escolher, eleição” − cuja raiz também serve à palavra leitura, propomos um diálogo aberto, em que sejamos todos aprendizes.
[continuação do convite anterior]
ResponderExcluirTexto de abertura desta mesa
APRESENTAÇÃO
Partindo da etimologia da palavra lição − do latim, lectio, “ato de escolher, eleição” − cuja raiz também serve à palavra leitura, propomos um diálogo aberto, em que sejamos todos aprendizes.
DO SABER AO NÃO SABER
entre leituras e escolhas
[ABERTURA]
texto de maiara gouveia
“Entre os estudos, comecemos por aqueles que nos façam livres”, propunha Michel de Montaigne, inventor de uma nova modalidade de escrita: o ensaio. E também dizia “... há uma peste no homem, é a pretensão de saber alguma coisa”.
Contrário ao saber instituído, acreditava, tanto quanto Sócrates (Platão), na construção de um conhecimento que partisse de duas premissas fundamentais: em primeiro lugar, o reconhecimento da própria ignorância e da incapacidade de emitir qualquer verdade; em segundo, a necessidade de conhecer a si mesmo, desenvolver a inteligência por meio da experiência, em vez da mera aceitação de ideias alheias.
O diálogo, para Sócrates (Platão), era a melhor forma de buscar a verdade, que embora nunca aparecesse de todo, poderia se manifestar em vagas reminiscências, tanto mais nítidas quanto mais o espírito estivesse próximo do saber.
[continua]
[continuação]
ResponderExcluirMontaigne, por sua vez, realizou na literatura uma espécie de diálogo por escrito, um gênero que preferia a reflexão fluente às regras e formalidades de qualquer sistema. Pretendia desafiar a sabedoria de cátedra, discutir temas a partir da incerteza, sem impor conclusões, ensaiando respostas. Embora contrário à erudição estéril (mera coleção de pensamentos emprestados), oposta à reflexão despojada de dogmas, era notório devorador de livros.
Outro ensaísta, dois séculos depois, questionaria a relação entre excesso de leitura e sabedoria: Arthur Schopenhauer. Os dois cavalheiros poderiam disputar os direitos autorais desta constatação: é preciso não aceitar nenhuma autoridade além de si mesmo e mais vale a inteligência do que a erudição... Sócrates, contudo, talvez ganhasse a contenda, pois nesses casos, curiosamente, o mais velho sempre tem maior crédito.
Pois bem, Schopenhauer, como Montaigne, havia dado ênfase à curiosidade e sabia, tanto quanto aquele que anda em busca de sábios (Sócrates), que a ignorância está em toda parte, sobretudo dentro de nós. Assim, alertava aos homens sobre o perigo de se julgar, porque entupido de conceitos, conhecedor ou inventor de algo. Pois, segundo ele, saber ou criar uma obra dependeria de agregar experiência de vida e leitura a ideias formuladas pelo próprio sujeito, ideias nascidas da própria reflexão, portanto.
Sócrates, Montaigne, Schopenhauer: cada um, à sua maneira, acreditava na capacidade do indivíduo de experimentar o mundo e o pensamento de maneira singular; de criar, partindo da dúvida e consciência do despreparo em relação ao desconhecido, sempre enorme; em suma, de inventar e reinventar o conhecimento ao formalizar a relação com o mistério, cuja substância somente aos poucos se divisa, à medida que o morador do subterrâneo se aproxima da luz, até que a alma inteira finalmente esteja pronta para contemplar “a parte mais brilhante do ser”, como supõe a belíssima alegoria da caverna, em A República, de Platão.
[continua]
[continuação]
ResponderExcluirPartindo dessa pequena amostra e da etimologia da palavra lição − do latim, lectio, “ato de escolher, eleição” − cuja raiz também serve à palavra leitura, propomos um diálogo aberto, em que sejamos todos aprendizes.
________________
O direito à escolha
(...)
Em primeiro lugar, precisamos compreender que embora as palavras do poeta catalão Joan Brossa estejam corretas “Não há os adiantados, mas sim os atrasados. Homens a viver seu tempo e outros não”, é para a humanidade inteira que se faz literatura, não é para os literatos, é para a maioria, embora a maioria nunca seja diretamente influenciada por ela, mas apenas tocada por uma ideia, que paira como um enigma, e se propaga à medida que toca o maior número de camadas possíveis de compreensão, do leitor mais simples ao mais preparado, sem discriminar a possibilidade de interação com nenhuma época ou lugar.
Se a esfera de influência de uma obra é maior, maior é a obra, mais viva se torna a literatura. Um leitor leva a outro e, desse modo, contribui-se para que a arte espalhe suas raízes criadoras de universos, de soluções impensadas, de matizes fundamentais a tornar movediço, século após século, o estabelecido como base.
No entanto, consideremos: num país como o nosso, tão jovem, tão desarticulado em tantos níveis, é preciso, antes de tudo, formar leitores, inclusive entre pretensos poetas, que nada mais fazem do que perpetuar sistemas ineficazes. Não há nada mais triste do que um poeta que não lê o passado e, portanto, não sabe ler o presente, tateando, cego, o futuro improvável, que se anuncia somente em seu triste espetáculo e então explode, em fogos de artifício.
Podemos eleger o campo que desejamos fecundar. Podemos escolher a sala vazia, em que a ausência de público se torna pauta, ou podemos ser, ao mesmo tempo, público e arauto de um espaço aberto, em que este ou aquele leitor pode entrar, em busca de um diálogo e, portanto, de necessária mudança de perspectiva, considerando-se o interesse das duas partes envolvidas nesse encontro.
Como preconizava Montaigne, aquele que procura estimular em outro o saber não estabelece regras a seguir, não enfatiza este ou aquele aspecto, mas apresenta o maior número possível de formas de enxergar uma questão, e que a audiência decida pela melhor ou crie outra ou permaneça na dúvida, sempre partindo de si mesma.
Formar um leitor, portanto, seria oferecer a ele um apanhado de formas literárias, de vários autores e épocas, dando diretrizes distintas, diferentes possibilidades de se relacionar com essas formas, sempre extraindo dele o que está em cada obra, até que, como alguém tocado pela graça, que durante todo tempo sobrevoou sua cabeça, ele descubra (recorde) a própria luminosidade e desde esse dia, a não ser que o tempo mude repentinamente, tenha clareza para encontrar respostas ou iluminar perguntas interessantes.
A literatura contemporânea vem depois. O que existe hoje não faz o menor sentido sem aquilo que já existiu, ainda que se queira negar a herança do passado. É a última proposição e, sem dúvida, bem mais interessante, e talvez compreensível, ao fim desse processo.
Agora, há leitores aptos a apreciar e questionar o que temos a oferecer. Eles chegaram até aqui e querem ver mais, querem ver o que está por vir. E, certamente, esperam encontrar um pouco da substância daquele mistério que os estimulou inicialmente, que representava um campo de infinitas possibilidades, enorme, assustador, talvez até opressor, mas, aparentemente, cheio de uma força inexplicável.
O que temos a oferecer?
[continua]
[continuação]
ResponderExcluirTemo que esse leitor, recém iniciado na arte de fazer escolhas, prefira, ainda assim, uma bela tarde no cinema do que um poema cujas palavras sejam meras aglomerações de teorias que eram muito mais vivas na fonte, ou talvez nem ali. Se esse leitor especial se voltar à poesia é porque chegou a um estágio em que deseja não apenas fugir do óbvio, do conceito e das noções emprestadas de outros, esse leitor deseja uma experiência com a linguagem que, por algum tempo, por alguma razão, o transporte a uma região nunca explorada daquela maneira.
Mas esse leitor pode ser homem ou mulher, adolescente ou avançado em idade, das mais variadas etnias e hábitos culturais. Pode estar à nossa espera em 2100 ou congelado em uma percepção semelhante àquela de alguém de 1720 ou sabe-se lá... esse leitor quer entrar em uma região nunca explorada daquela maneira.
Evidente: em poesia, o conteúdo é a forma. Mas essa forma é feita de quê? As palavras, sozinhas, são como pá e cal jogadas num depósito. A construção exige a sintaxe, a música (ou ausência de), a imagem ou conceito (ou ambos) e a experiência, aquela, o estopim, o que nunca se repetirá daquela maneira.
Se um autor experimenta pouco, é natural que tenha pouco a oferecer e é natural que tenha leitores circunstanciais, em vez de leitores interessados. Sendo assim, a escolha, na relação entre o poeta e seu leitor, é uma via de mão dupla: se este último adquire o direito à eleição de seus autores, aquele precisa reeleger a matéria de que se mune − todos, enfim, apesar de qualquer vazio, estão em busca de alguma substância.
[algumas questões]
ResponderExcluirDiálogo, monólogo, tecnologia e cânone
→ O diálogo, conforme propomos, é a via pela qual o conhecimento deixa de ser estático, deixa de ficar confinado dos livros e flui, de indivíduo para indivíduo, tornando-se novo.
→ O monólogo é imprescindível. É o instante de introspecção, fundamental para apurar e modelar a experiência, fundamental à reflexão e ao contato com a zona de intersecção de épocas e seres.
→ Dentro da proposta de formar leitores, podemos pensar também no analfabetismo tecnológico. Se há tão grande número de iletrados, o que pensar da quantidade de gente que mal sabe lidar com e-mails?
→ Para formar leitores, a proposta de um cânone precisa ser pensada. Qual será o modelo mais abrangente, a reunir autores mais diversos e a apresentar informações relevantes sobre características exemplares da boa literatura? Como oferecer um cânone sem ser dogmático, sem impor visões idiossincráticas do que é a boa literatura? E se não houver um cânone, como saber das obras fundamentais à formação de um leitor: ele as descobrirá sozinho?
ACHO QUE LOTEI SUA CAIXA DE COMENTÁRIOS POR UM BOM MOTIVO. ESPERO QUE POSSA PARTICIPAR, COMO PARTICIPOU DA FLAP, NO SATYROS. ABRAÇÃO.
ResponderExcluirSoninha, acabei de ler que o Kassab quer aumentar o seu salário de 5 mil para 18 mil mensais. O que voce acha?
ResponderExcluir