terça-feira, 6 de julho de 2010

Cornetando (#CopadoMundo)

Polemizando:
Adorei a campanha do Uruguai. Apesar de serem tratados como "campeões mundiais" (porque foram, dã), há muito tempo a Celeste não se alinha com os "grandes" - e é sempre legal torcer para os "pequenos". O técnico deles é talvez o mais bacana da Copa, um cara esclarecido, interessante. A classificação para a semifinal foi heróica - aliás, a campanha teve vários momentos assim, em que a gana dos uruguaios (perdão...) superou um bom momento dos adversários. Foi assim com a Coreia do Sul, foi assim com Gana, quase foi assim com a Holanda.
Mas...
Do ponto de vista do Fair Play, o Uruguai não podia ir para a final (como se o futebol tivesse qualquer coisa de justiça, ainda mais a "justiça da ética"...).
Os africanos, como mostrou uma reportagem feita dias atrás, resolveram torcer para a Holanda na semi porque não se conformaram com a mano de diós que tirou Gana da Copa.
Foi um lance incrível, de reflexo e não de raciocínio, autodefesa em estado puro. Suárez foi tratado quase como um herói - poucas vezes um jogador expulso foi tão adorado por sua torcida. Aquele lance, inegavelmente, foi decisivo para a desclassificação de Gana. A bola ia no gol, praticamente já estava no gol!!!!
A expulsão não compensa o dano causado. O pênalti não compensa o dano causado.
Aí eu pergunto o seguinte: qual a diferença entre esse lance e o do gol do Henry, que classificou a França para a Copa?
Os dois botaram a mão na bola.
Nenhum dos dois quis sacanear o adversário, só quis ajudar seu time.
Os dois protagonizaram lances decisivos.
A ÚNICA diferença é que um deles o juiz viu...
Mas a gente fica (eu fiquei!) com sensação de simpatia pelo uruguaio e antipatia pelo francês.
No primeiro caso, parece valentia, sacrifício. Mas foi trapaça, não foi?
No segundo, parece apenas trapaça. Talvez pela aparente frieza do Henry...
Não sei se a gente precisaria ser mais rigoroso com o Suárez ou mais compreensivo com o Henry.

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A irritação dos sulafricanos foi tal que eles torceram pela HOLANDA, já pensou? O colonizador, o antigo opressor...
Tomara que isso signifique que eles são capazes de separar a história do momento, o passado do presente (ou todos teríamos ódio uns dos outros para sempre... Da Alemanha, dos cristãos, dos japoneses... Dos portugueses...).
Mas talvez seja só pirraça futebolística mesmo, por solidariedade a Gana.

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Imagine quantos textos teriam sido escritos sobre o simbolismo de um confronto Holanda X Gana, que quase aconteceu...

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A Inglaterra teve lá seu gol legítimo não validado no jogo contra a Alemanha.
COMENTÁRIO: um erro absurdo. A bola entrou completamente e sequer triscou a linha; havia um bom espaço entre uma e outra. O placar do jogo teria sido diferente, mas a injustiça ficará na história para sempre.
ANALISE: TODO MUNDO quis ver o replay para saber se a bola tinha entrado ou não. Aí vimos, do alto e em câmera lenta. Aí é moleza. A bola quica no gramado em uma fração de segundo... O juiz está longe, com sabe lá quantos jogadores entre ele e a bola. No mínimo, havia um: o goleiro, em movimento bem na frente do gol. O bandeira foi pego de surpresa pelo contra-ataque - e não podia se desmaterializar e rematerializar na linha de fundo. Cazzo, eles não viram, como se pode culpá-los por não ter visto?
Agora imagine o bandeira na hora do lance - "Entrou ou não entrou???". Ele NÃO PODE  ter dúvida. Tem de ser 100% decidido. Mas e se NÃO SABE? Para e pergunta? Fica quieto, esperando que alguém decida por ele? Faz que vai para o meio do campo para ver o que acontece?
Sim, o erro foi feio. Mas os autores do erro não erraram feio, capice?

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Mesmo com o gol não validado, os ingleses podiam ter jogado mais e segurado a Alemanha - mas não jogaram. Tiveram uns 10 ou 15 minutos de futebol bom e só.
Se em vez da Alemanha tivessem enfrentado Gana, teriam apanhado deles também.

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Depois tem mais.

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