Eu discordo das duas avaliações.
O governo federal tratou o meio ambiente como "entrave para o desenvolvimento" mais de uma vez... Sujou a matriz energética (com o aumento do número de termoelétricas a carvão), aprovou projetos muito discutíveis quanto ao impacto socioambiental, perdoou (exaltou!) desmatadores. Quando a Ministra Marina Silva protestou contra a expansão da fronteira agrícola na região do Pantanal, o governador Zeca do PT disse que ela não entendia nada do assunto e não tinha que se meter.
O governo federal também não tomou nenhuma providência para que tenhamos um diesel mais limpo, como já deveríamos ter há muito tempo (caso típico de medida que existe apenas no papel, à espera de alguém que finalmente a faça cumprir). Incentivou a venda de automóveis (em discurso no Rio de Janeiro, Lula desdenhou dos que falam sempre em "mais metrô": "Eles querem tirar os pobres da frente para poderem passar com seus carros").
Sobre as políticas sociais, também tenho sérias objeções. Se as pessoas ficam dependentes do pagamento de uma Bolsa, é porque não saíram da pobreza... Mas mesmo que contemos aquelas que tiveram o aumento momentâneo de renda como "saídas da pobreza" - que é a conta que o governo faz - vejamos os números (a fonte é o IPEA):
O número de pessoas vivendo na pobreza absoluta no Nordeste diminui 15% entre 95 e 2008. 15%!!!! Restam ainda 26,4 milhões de pessoas absolutamente pobres apenas no NE! Será que esse é mesmo um resultado assim tão espetacular?
E na Região Norte, que o número de pessoas nessa faixa de renda aumentou???
No Brasil todo, restam CINQUENTA E TRÊS MILHÕES DE PESSOAS VIVENDO NA POBREZA ABSOLUTA. Pqp.
Digo o mesmo sobre o gráfico da pobreza extrema... Ainda sobra gente demais na MISÉRIA para um país que se gaba tanto de ter a Petrobrás entre as maiores do mundo no mercado de ações... E quando o governo diz que "24 milhões de pessoas deixaram a pobreza", logo se vê que esse número é a soma dos dois gráficos. Só que nem todas saíram da pobreza... Uma parte delas saiu da pobreza absoluta para a pobreza extrema (ou é o contrário, sei lá).
É por isso que se faz tanto carnaval? Eu quero mais do que isso.
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