O blog Buteco do Edu publicou um post retomando duas ações na Justiça em que eu, ao lado de outras pessoas, interpelo José Serra por "improbidade administrativa" e acusações similares.
As outras pessoas eram os vereadores do PT... Que inventavam, a torto e direito, ações contra o Serra. A bancada discutia, votava, a maioria era favorável e pronto, assinávamos todos.
Se eu concordava com o que eles alegavam? Claro que não, todos nós sabíamos que era forçação de barra ou pura mentira, os favoráveis também. Mas era voto vencido...
Às vezes eu criava coragem e dizia: "Não quero assinar". Criava um clima pavoroso. Não à toa, começaram a falar de mim e do prefeito em termos cada vez mais chulos.
Com o tempo, fui criando mais e mais coragem para registrar em público meu voto contrário às decisões da bancada. No começo, votava com eles, contrariada. Era horrível acreditar em uma coisa e votar pelo contrário dela, mas... "É democrático", eu pensava, tentando me convencer. "A maioria do partido decidiu assim, preciso seguir a orientação da liderança".
Mas às vezes não dava mesmo pra engolir. Aliás, já foi assim no PRIMEIRO dia de mandato, na eleição da Mesa Diretora - eu me recusei a votar no utlra malufista Agnaldo Timóteo (PP) para um cargo na Mesa e no Wadih Mutran (PP tb) para Corregedor. Foi um climão dali em diante. Então eu tentava me consolar, "é importante agir de acordo com o partido, o mandato não é só seu"...
Então, como disse, fui divergindo em público com cada vez mais freqüência. Não dava pra aprovar o projeto de Reforma Administrativa da Câmara. Não dava para aprovar as contas da Marta. Não dava pra aprovar o projeto de super salários para o TCM. Não dava pra assinar representações ridículas ao Ministério Público.
Até que, somando 194 mil divergências, ficou evidente que aquele não era mais o meu partido. Se você perde todas as votações nas reuniões da bancada (e por 10 X 2 ou 11 X 1), se você discorda de 90% do que eles decidem fazer, "é hora de dar tchau".
Eu resisti, eu lutei, as terças-feiras eram dias de sofrimento porque eram os dias de reunião da bancada... Depois tínhamos 3 dias de encenação no plenário... Dor-de-barriga permanente. Até que eu saí. Que alívio.
Em tempo: uma das representações que o partido quis protocolar contra o Serra no Ministério Público o acusava de dano ao patrimônio público, porque ele aparecia em uma foto que dava a entender que estava com o pé apoiado no banco de um ônibus. Mas não estava, era na base metálica do banco da frente. O líder da bancada preparou a ação, mas não me lembro se essa foi aprovada pela maioria da bancada, porque às vezes até a maioria se envergonhava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Talvez eu responda seu comentário com outro comentário... Melhor passar por aqui de vez em quando para ver se tem novidades para você.