quinta-feira, 19 de maio de 2011

Contra a impunidade... Mesmo?

Deu no Jornal Metro de terça-feira:

SP investe para agilizar aplicação de multas
A partir de novembro, prefeitura usará tecnologia para fiscalizar obras, bares, feiras livres e a Lei Cidade Limpa

A Prefeitura de São Paulo decidiu investir em tecnologia para tentar aumentar o número de multas aplicadas na cidade. Ontem, o prefeito Gilberto Kassab anunciou o investimento de R$20 milhões na criação de um sistema de fiscalização eletrônica. (...)

"Para tentar aumentar o número de multas", AFIRMA o jornal.

Ora ora ora...

Uma queixa recorrente da população, bastante presente na mídia, é quanto à IMPUNIDADE.

"Tanta gente fazendo coisas erradas, e ninguém faz nada! Fica por isso mesmo! Eu pago meus impostos e faço tudo direitinho; meu vizinho faz tudo errado e a prefeitura não toma nenhuma providência!"

Quando toma... É porque quer "aumentar o número de multas".

O prefeito e o Secr. de Subprefeituras  disseram que a ideia não é "ganhar mais dinheiro", é "coibir as irregularidades". Os cidadãos ficam de saco cheio de ver coisas erradas e não acontecer nada com os infratores; acreditem, as autoridades também ficam!

Mas as pessoas que são contra a impunidade também não querem nem ouvir falar em multas...

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Eu já vinha pensando no assunto para o Programa de Governo.

Os munícipes e a mídia tem usado bastante a tecnologia para alertar ou denunciar irregularidades etc de outros munícipes e do poder público. Em um instante você fotografa um buraco na rua, uma árvore seca, lixo fora do lugar, calçada detonada e publica na internet, no jornal, na TV - cobrando providências das autoridades.

Em muitos casos, a providência seria multar/intimar o cidadão a fazer as coisas direito (arrumar sua calçada, não jogar entulho na esquina). (Em outros, como Tapa-buraco ou poda de árvore, é a prefeitura mesmo quem tem que agir. E a administração pública está ferrada, porque a facilidade e a velocidade com que se faz uma reclamação ou denúncia é sempre mil vezes maior do que a velocidade para solucionar o problema - ainda que a prefeitura funcionasse às mil maravilhas)

Pois bem. Se os cidadãos podem "fiscalizar" a prefeitura e uns aos outros com a tecnologia... Por que a prefeitura não pode??

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Minha proposta dizia respeito especialmente às benditas calçadas. Os ocupantes dos lotes são responsáveis por elas, então parece que é só fiscalizar, obrigar, multar e pronto. "Por que a prefeitura NÃO FISCALIZA?", me cobrava, por exemplo, a Iênidis, da Viva Pacaembu.

O pior é que a gente, na Sub-Lapa, fiscalizava. Passava folhetos orientando e depois mandava o "fiscal" (agente vistor) ver quem continuava errado. Só que, na prática, não adiantava NADA, porque o sistema é MUITO ESTÚPIDO!

É tão complicado que eu nem lembro dos detalhes, mas é mais ou menos assim. O agente preenche um formulário e manda para a Prodam. A Prodam (Cia de Processamento de Dados do Município) levanta os dados que faltam para complementar a informação sobre o imóvel. Aí uma notificação é enviada pelo correio informando que a pessoa tem 30 dias para reformar a calçada, senão pagará uma multa. Pois bem: enquanto o sujeito não recebe a notificação, é como se não tivesse acontecido nada. Sobrecarregada, a Prodam demora semanas para enviá-la. E se a pessoa não receber - porque não foi encontrada, por exemplo - o processo para aí. Não tem aviso, não tem multa, fica lá a calçada esburacada.

Muito melhor seria se o agente fotografasse a calçada, mandasse pela web a imagem comprovando o problema e emitisse e entregasse uma notificação na hora - que poderia depois ser reforçada pelo Correio, sei lá. Se o imóvel está desocupado é outra história, mas se é uma casa habitada, um comércio em funcionamento, por que não??

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Eu levo a fama de ser mais "tecnológica", mas o atual Sub da Lapa sai por aí com seu I-Phone e, qdo vê algo errado que precisa de intervenção da Subprefeitura, fotografa e envia NA HORA para a Coord. de Obras. E eles tem de correr pra resolver, coitados (não é fácil dar conta de tudo não :o) Precisava haver uma estrutura melhor em vários sentidos, mas isso é conversa pra outra ocasião).

3 comentários:

  1. Por isso votarei na Soninha. Sou a favor sim de fiscalização rigorosa e implacável, doa a quem doer. Na rua onde moro, jogam lixo irregular, móveis, entulho na calçada em frente a um terreno e fica por isso mesmo. O cata-bagulho da prefeitura até ajuda o infrator...

    Sou a favor de câmeras e qualquer artefato tecnológico para fiscalizar.

    Inclusive algo que sempre pensei e seria ainda mais radical, seria a função de fiscal comunitário ou cidadão-fiscal. Seria um morador que fiscalizaria seu quarteirão. Não ganharia nada por isso, mas poderia enviar sua denúncia para a subprefeitura e teria fé pública, convertendo em multa ou punição. Claro, isso talvez seja utópico, juridicamente impossível no Brasil. Mas ninguém melhor do que quem mora na própria rua para saber onde está o problema.

    Enfim, mas confio na tecnologia sim. E tinha que ter câmera principalmente em ruas com grandes e extensos muros, pois é ali que jogam tudo clandestinamente.

    E a GCM deveria ser muito mais eficaz, pois ligamos no 153 e fazem corpo mole, dizem que devemos reclamar na prefeitura... Ora, até lá o sujeito já foi embora e acabou-se.

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  2. Soninha...que saudades!

    voce coloca para nós cidadãos de uma maneira tão simples e elucidativa!...voce teria que ganhar uns 2 milhões por mes somente para ficar passando estas realidades para nós...somente isto...um grande abraço...carlos eduardo (agora vice presidente conseg perdizes)

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