segunda-feira, 16 de maio de 2011

Em defesa do direito de se manifestar!! (Marcha da Maconha)



Somos pessoas muito diferentes umas das outras, com um mesmo ponto-de-vista: 1) Defendemos o direito de as pessoas se manifestarem em público, organizada e pacificamente, pela mudança da legislação sobre drogas no Brasil; 2) A mudança em questão, que todos nós propomos,  é a legalização da produção e comércio de maconha.

Como seria essa legalização? Entre nós, deve haver ideias muito diferentes. Eu acho que algumas restrições, já aplicadas ao mercado de outras substâncias psicoativas, cabem em relação à maconha, como a proibição da venda a menores de 18 anos, a proibição de publicidade na mídia ou em pontos-de-venda, a restrição ao uso em determinados lugares (onde já é proibido fumar cigarro, cigarrilha, charuto etc...). Mas não acho que deva vender "só em farmácia", por exemplo, quando for usada para recreação (remédio feito com princípio ativo da Cannabis é outra história).

Eu também não concordo com a visão do Giva, ao atribuir a criminalização à "lógica do sistema capitalista", que também criminaliza a pobreza etc. O Estado Socialista é bastante adepto do cerceamento das liberdades individuais, e não são poucos os comunistas que acham essa história de legalização da maconha um papinho de burguês que não se importa com a alienação das massas - a massa trabalhadora não tem tempo para perder com maconha. Na lógica capitalista, do "cada um por si e o Estado que não se meta", da liberdade de mercado e auto-regulamentação da atividade econômica, faria muito mais sentido a legalização da atividade (uma das mais lucrativas do mundo, "ali" com pirataria e tráfico de armas). O narco-comércio produz muita riqueza concentrada, coisa bem típica da lógica capitalista...

Mas isso (essa diferença de pontos de vista) serve mais ainda para mostrar que as pessoas tem direito a suas opiniões, pelamordedeus, e de expressá-las em público! Claro, a liberdade de expressão não é absoluta no Brasil - haja vista o crime de racismo - mas qualificar a Marcha como "apologia" é um abuso. Aliás, o crime de apologia é mais uma de nossas fulgurantes hipocrisias - um país que tem cerveja patrocinando a seleção brasileira de futebol, que criou um selo de excelência para a cachaça, considera crime inafiançável o elogio a determinadas drogas. E ainda se dá o direito de decidir o que é elogio conforme se lhe dá na telha.

2 comentários:

  1. Ok, liberdade de expressão, concordo com o texto. Mas já q a polícia reprime, e a lei restringe, não deveriam os apoiadores da liberação da maconha mudar de estratégia e passar a fazer manifestações pela liberdade de expressão e pela mudança da lei q penaliza a apologia? Sei q não é tão atraente q clamar pela liberação da droga, mas seria legítima, ninguém seria preso, e poderia chamar mais atenção da mídia, q geralmente omite as marchas. Abraços

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  2. Totalmente apoiado. Veja o vídeo "a liberdade holandesa", um país realmente livre e não paternalista como o Brasil, onde o Estado se arroga o direito de decidir sobre a vida das pessoas e as escolhas mais básicas.

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