sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Armas de fogo e de quatro rodas


ASSASSINADA UMA JUÍZA em Niterói. Conhecida como”linha dura”, ou “martelo pesado”, era conhecida por “atuar com rigor contra grupos de extermínio”. E não foi lá no Amapá não (pobre Amapá...), foi na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A cidade que, a se julgar pelo noticiário da Rede Globo, alcançou status quase alemão de Segurança, de tão pacificada... Acho legal e importante dar notícias boas, mostrar coisas relevantes que acontecem que não são negativas, mas daí a pintar um mundo cor-de-rosa vai uma distância boa.

Nos últimos dias, Rodrigo Pimentel, comentarista de Segurança Pública do jornal, de quem eu sou fã, não apareceu. As notícias disseram respeito aos disparos contra o ônibus seqüestrado – a perícia demonstrou, sem muita dificuldade, que os tiros vieram todos de fora, com os reféns lá dentro nas mãos dos bandidos!. Na véspera, antes dessa análise, Rodrigo tinha observado, com muito conhecimento, que para atirar o policial precisa estar seguro da oportunidade, da sua habilidade e uma ou duas outras condições de que não me lembro.

Hoje a notícia foi sobre o assassinato da juíza, um absurdo, coisa típica de faroeste. Pode ser coincidência; não sei se ele tem dias fixos para aparecer. Mas fico com a impressão de que quando ele seria obrigado a fazer comentários negativos sobre o Rio de Janeiro, não é escalado para o programa...

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Na madrugada, em São Paulo, um carro com 3 pessoas disputava um racha na Avenida Água Espraiada (lindo nome substituído por “Roberto Marinho” na gestão da prefeita Marta Suplicy) quando se chocaram contra uma mureta. Segundo o SPTV, CINCO carros de bombeiro foram deslocados para o atendimento da ocorrência e os feridos estão hospitalizados.

Devia haver uma lei obrigando àqueles que necessitaram de socorro em função de seus atos ilícitos a ressarcir a administração pública pelas despesas decorrentes do seu atendimento. %$#*(

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O intervalo dos dois jornais, o SPTV e o Bom Dia Brasil, tem muito, mas muito comercial de carro. Quase uma lavagem cerebral. Carros lindos, possantes, invejáveis. Carros associados sempre a mulheres sedutoras, charme e status. Circulando sempre por ruas vazias, nem sempre em velocidade recomendável. Tem até aquele comercial com o "Homem do Ano", surfista, mágico, encantador, que fica impressionado com a habilidade da menina bonita em fazer uma manobra absurda para estacionar o carro - um cavalo-de-pau que um cara fez outro dia, acho que nos arredores de Brasília, e atropelou três ou quatro. Um charme, uau. 

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Em um debate sobre drogas, como sempre acontece, várias pessoas falaram sobre "usar e dirigir". "Claro que o sujeito que fuma maconha não pode dirigir, porque os reflexos ficam prejudicados. Se fizer isso, tem de ser punido". "Cocaína deixa o cara se sentindo onipotente; dirigir cheirado é um perigo". "Beber e dirigir é responsável 50% dos acidentes". "Aliás, falar ao celular dirigindo equivale a dirigir bêbado. O trânsito mata 
mais que as guerras". 

Pensando bem, dirigir é que é o problema, ehehe. Mas nem por isso vamos criminalizar a direção rs.


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