- Porque é uma obra CARÍSSIMA - mesmo com todos os indícios,
para dizer o mínimo, de que os custos estão subestimados.
- Porque o setor privado refugou do interesse e precisou
entrar o BNDES para que as empreiteiras se interessassem pelo negocião – ainda assim,
com o governo como sócio.
- Porque a real capacidade de geração de energia é motivo de
controvérsias – pelo regime peculiar do Xingu, cuja vazão é dez vezes menor em
época de seca, e pela previsão de diminuição do volume dos rios da Amazonia nos
próximos anos em função das mudanças climáticas.
- Porque a população local, segundo previsões oficiais (e
talvez subestimadas), vai DOBRAR em curtíssimo espaço de tempo. Já há imensa
demanda não atendida pelos precários serviços públicos e infraestrutura locais e a pressão sobre eles
vai explodir. (Em um ano, os índices de violência em Altamira já aumentaram em
28%!)
- Porque com a absorção da população local na construção
civil, falta mão-de-obra para a agricultura, que já não dá conta do abastecimento
local (a comida lá vem de muito longe).
- Porque não tem cabimento desmatar uma área enorme naquela
região - para acolher o aumento da população, a instalação de cimenteiras e
outras fábricas, a construção do reservatório etc.
- Porque um reservatório enorme como esse (o terceiro maior
do mundo) tem um impacto socioambiental brutal e existem alternativas hoje a
esse modelo de “megausina”.
- Porque além do impacto do alagamento, há o “secamento” do
rio depois da barragem, prejudicando os que vivem às margens do Xingu por
muitos e muitos km adiante.
- Porque povos tradicionais serão afetados negativamente de
maneira irreversível.
- Porque espécies animais serão extintas. Vegetais,
possivelmente, também.
- Porque não é verdade que “sem Belo Monte, haverá uma
catástrofe energética “, ou que a única alternativa a ela é a energia de alto
carbono.
- Porque somente 3% da energia gerada será utilizada no
próprio Pará. Isso significa, entre outras coisas, que a receita de ICMS –
cobrado no consumo e não na geração – será baixíssima para tamanho impacto
(mesmo considerando os royalties, que aliás variam conforme a energia gerada
portanto caem muito na “seca”).
- Porque o processo de licenciamento foi repleto de
inconstitucionalidades e a concessão de licença “parcial”, para início de
instalação de canteiro de obras enquanto condicionantes NÃO foram atendidas, é
uma aberração de fato e de direito.
***
***
Ontem, no debate no Setembro Verde da
Matilha Cultural, documentário exibido mostrava uma liderança local falando do papel do ex-presidente Lula no processo: “O presidente veio aqui e garantiu que não ia enfiar o projeto goela
abaixo. Mas puxa, a equipe dele de Energia não pensa como ele”.
Tadin’ do Lula, tão bem intencionado, cercado de gente tão malvada. [NOT]
Tadin’ do Lula, tão bem intencionado, cercado de gente tão malvada. [NOT]
Então, essa de Belo Monte é mesmo uma coisa meio estranha, parece um capricho, coisa de quem quer ter "a usina hidrelétrica com o terceiro maior reservatório do mundo". Ainda que fosse para ter o primeiro! (seria pior, convenhamos...) Mas o fato é que, em se tratando de energia elétrica, que é possível ser transmitida de uma região para outra com uma eficiência até satisfatória (senão ITAIPU só serviria o Paraguai) nós teríamos, realmente, muitas alternativas "verdes". Temos uma região problemática em relação à seca e ao excesso de insolação (sertão do NE) -> soca usina solar lá! E temos 8000 km de litoral, pra ficar só aí, em que SEMPRE há vento. EÓLICAS!!! Mas, fazer o quê, BELO MONTE tem um MONTE TÃO BELO (de coisas estranhas...)
ResponderExcluir