domingo, 2 de outubro de 2011

Recuerdos de 2008 - 3



Comentários sobre o tema desse programa:

Algumas áreas da cidade precisam ser urbanizadas... O poder público precisa dotá-las do mínimo essencial, tipo calçadas, guias, placas com o nome das ruas! (Uma vez, durante a campanha, fui a um evento no Parque Novo Mundo e me perdi. Não só as ruas não tinham placa, as pessoas que moravam lá não tinham a menor ideia de qual era o nome das ruas à sua volta!).

Outras áreas da cidade e da região metropolitana, no entanto, precisam ser desocupadas. Por exemplo, porque as condições geológicas são absolutamente desfavoráveis - encostas instáveis e várzea de rio são os exemplos mais evidentes - ou pelo uso anterior do solo (como o lixão do Morro do Bumba...).

Desocupações são quase sempre eventos traumáticos. Existem efeitos colaterais inevitáveis - as pessoas se apegam ao lugar onde vivem, por mais inadequado (ou horroroso!) que seja. Ser obrigado a sair é muito ruim. Mas o poder público pode tomar providências para tornar o processo menos doloroso - INFORMAR as famílias corretamente, escutar suas angústias e inseguranças, providenciar um bom lugar para se instalarem (provisório ou definitivo), deixar que o conheçam, se familiarizem... Procurar preservar os laços de amizade entre vizinhos, a proximidade entre parentes... Encaminhar as matrículas das crianças...

Nessas horas sempre aparece muita gente querendo se aproveitar da situação. Existe a indústria da "especulação imobiliária" da desocupação - gente que aparece na última hora, constrói meia dúzia de barracos, paga uns coitados para ficarem dentro deles se fazendo de moradores com direito a indenização. Gastam 500 mangos, levam 5.000 por barraco... (Vi isso acontecer na Favela do Sapo, junto à Marginal Tietê). Tem os que estão esperando um imóvel  e veem na situação de emergência uma oportunidade para furar a fila (aconteceu depois do incêndio da Favela do Jaguaré...). E tem os que estão lá pra tumultuar, sabotar, criar confusão, por razões diversas - porque tem "negócios" na área a ser desocupada, para conseguir uma manchete de jornal ou por demagogia ou outras modalidades de politicagem.

Enfim, fácil nunca é. Se o governo agir com desleixo ou violência, então... A vaca vai para o brejo em grande estilo. Na dúvida, alguns preferem o confortável caminho da omissão - até a próxima tragédia.

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