domingo, 2 de dezembro de 2012

Tentativa suspeita

Sábado, 7 da noite, preciso de um táxi para o aeroporto (Guarulhos). Liguei para DEZ números, nenhum podia me atender de imediato.

#IMAGINAsabeoque.

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Perdi o voo. A moça do balcão da Gol correu, MESMO, para ver se a supervisora autorizava meu embarque - nem bagagem eu tinha, podia sair correndo também e encontrar o pessoal no portão 14-A, logo ali.

Nada feito. "Os documentos já passaram todos pela PF e Anvisa, nao tem como incluir mais nenhum".

EU estava atrasada, ELA foi incrível, mas era como se ELA estivesse se desculpando. Deus abençoe os seres humanos de boa vontade nesse mundo cruel dos aeroportos.

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"Moça-do-balcao-da-gol-no-caos-aéreo" é como eu definia o trabalho de Subprefeito. O mundo está desabando, os aeroportos vao explodir, as companhias aéreas não dão conta, há uma fila de aviões fazendo "oito" porque não têm onde pousar, a moça do balcão não tem culpa nenhuma nem a menor possibilidade de resolver alguma coisa, mas é ela que está ali no balcão, podendo no máximo tentar organizar a fila. E é ela quem volta e meia toma um soco de um passageiro enfurecido.

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O moço da loja de passagens da Gol, onde fui tentar remarcar a minha, também foi ótimo - e também nao podia fazer nada por mim, a nao ser dar o telefone da central Smiles.

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Depois desse tempo todo, consegui obter uma resposta da central Smiles por telefone: "Você tem de entrar no site".

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Depois de muito enfrentar o site - enfrentar a falta de um quadradinho onde marcar um "x" embora ele dissesse que você nao podia prosseguir sem o "x"; enfrentar as letras cinzas e os campos inalteráveis, embora ele dissesse que eram campos de preenchimento obrigatório - encontrei, no parágrafo quinto de um contrato que a gente diz que leu e concorda mas nao lê porque é chato e longo pacarai e corre o risco de cair a conexao antes de terminar e você ter de começar a compra tudo de novo, a informaçao: "Em caso de no show para reservas feitas a partir de maio de 2012, as milhas usadas e o valor pago são perdidos".

PERDIDOS.

Nao tem multa, nao tem transferencia. Babau. Perdeu, playgirl.

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Depois eu choro, depois eu brigo, agora preciso remarcar minha passagem. SURPRESA! Em TRÊS minutos eu consegui comprar uma passagem nova com mais algumas milhas do meu estoque. Lo que sea.

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6h15 passou na minha casa o táxi agendado de véspera (Ligue Táxi, taxa de agendamento = R$8 e uns quebrados), 6h40 peguei o EMTU bonitao que sai da Praça da República. R$35, informaçao certa no site e pontualidade na partida.

De dentro do boteco na esquina, o balconista me reconheceu e cutucou o colega - "É ela, olha lá". Cumprimentaram sorridentes. Nos últimos dias do primeiro turno, ganhei quatro votos ali quase por acaso.

Tinha parado para um café antes de fazer campanha na feira de artesanato da Praça e percebi, atrás do balcao, uma movimentaçao que nao é rara: É ela, ela quem, Soninha, que Soninha. Ao entregar o pingado, o moço perguntou se eu era quem ele achava que eu era (e, na conclusao habitual da cena, o colega atrás dele: "Nao te falei?")

"Você é aquela que é evangélica"? Percebi que ele estava me confundindo com a Marina. "Nao, eu sou budista"."Ah, tá. O rapaz ali diz que vai votar em você, mas eu sou muito sincero, eu voto no Russomanno. Eu e minha família".

Eu pensei que ele tinha ficado desapontado, mas fazer o que? Eu nao sou a evangélica.

O César, no entanto, teve um insight. "O senhor é o que? Evangélico"? Levemente ressabiado, respondeu quase prevendo cara feia: "Eu sou do candomblé".

"E vai votar no Russomanno? Ele é o candidato da Universal!"

"Ele o QUE?"

"Ele é candidato do Partido da Igreja Universal. O PRB".

"Ele é? Eu nao sabia! Perdeu meu voto. Perdeu meu voto. Dá seu número aí que lá em casa você ganhou quatro votos".

Posso apostar que o Russo nao tem preconceito com religioes de matriz africana - como SEI que nao discrimina homossexuais - mas quando as lideranças do seu partido o fazem... Sobra.

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O ônibus tem um problema bobo (isto é, fácil de resolver) que pode ser de um tremendo incômodo: o desembarque é na Asa A. O passageiro pode ter de ir até a D... Em dias de saguao lotado, um belo incômodo. Em momentos de pressa-desespero, mais ainda. Em caso de dificuldade de locomoçao, #quedó.

Aliás, vi muita gente com dificuldade: idosos, um moço de pé quebrado, uma moça cheia de malas e crianças. Tem carrinho de bagagem mas nao vi uma mísera cadeira-de-rodas ou carrinho de bebê para uso compartilhado. Tem?

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Na sala VIP da American Express (#adoro - suco, mokaccino, brigadeiro de copinho) a moça perguntou, depois de tomar coragem e se ver sozinha comigo no corredor do banheiro: "A sra nao é a Soninha? Minha colega que reconheceu".

Disse que passa muita gente conhecida ali, mas "tem uns que nem olham na cara da gente". "Mas veio um que eu nao sei quem é porque nao acompanho corrida, só sei que disseram que ele é um dos melhores pilotos, um loirinho, e ele brincou com todo mundo, tirou foto, cumprimentou um por um".

A fila do banheiro tinha ganhado mais uma aguardante, que entrou na conversa: "Eu nao sou de pedir autógrafo essas coisas, mas uma amiga minha foi falar com um cara da Grande Família e ele foi tao grosso, mas tao estúpido. Um Pedro... Pedro..."

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A capa da revista de bordo era a Astrid. Ê, Astrid... Nestes dias de limpar guarda-roupa e mandar pilhas de coisas para bazares e brechós, lembrei das MALAS de roupa que ela me dava quando nao queria mais. Coisas de marcas que eu jamais teria. Acho que devo ter alguma peça até hoje. :-)

E nao foi só isso. Ela foi muito bacana comigo sempre, fazia questao de me dar moral e fazer meu cartaz com a chefia. Ela era brava. Mas reconhecia a molecada esforçada e esperta. E tinha aquele faro-radar-feeling extra power para detectar quem-gostava-de-quem; descobria de quem eu gostava e quem gostava de mim antes mesmo que nós dois soubéssemos rs.

As primeiras vezes que eu "apareci na TV" foram por obra dela. Um dia, dirigia a gravaçao do Disk MTV no switcher e a interrompi para corrigir um erro qualquer. O som da minha voz no alto-falante do estúdio deu um efeito engraçado e a Astrid começou a usar isso de propósito - no meio do programa, gravado ou ao vivo, dizia que ia recorrer à "voz de deus" para tirar uma dúvida - aí me chamava: "SONINHA!". E tirava um sarro, dizendo que eu sabia tudo, podia perguntar qualquer coisa.

Dali a um tempo as meninas que assistiam o Disk mandavam cartas para a Astrid e para "a Soninha", que só existia como voz em off vindo do Além (se soubessem que era da CSABC, no 3o andar intermediário, nao veriam muita diferença).

E dali e dois ou três tempos foi que eu virei apresentadora também.

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Desembarquei no Aeroparque - experiencia parecida à de chegar a Sao Paulo por Congonhas, vendo a cidade muito mais de perto a caminho do pouso. Vim para o Hostel sem pressa, caminhei pelos arredores, tirei um milhao de fotos. Amanha, quem sabe, eu publico.

Quem sabe.

#Óciovagabundo.

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Ah, "tentativa suspeita de acessar sua conta", foi o que o Google me avisou, porque alguém estava tentando entrar no meu email de um lugar nunca-dantes. Fofo. #alguémsepreocupacomigo <3 br="br">

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