quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Contra o aumento do IPTU - 2

Vereador do PT condena, na tribuna, aumento do IPTU (veja na transcrição de sessão plenária em que o projeto foi aprovado, pág. 14 e 15)

"Falarei, um pouco, sobre a questão do IPTU.

Tivemos um intenso debate sobre a atualização da Planta Genérica de Valores - PGV. Nesse debate, a maioria do Governo se estabeleceu e aprovou a correção da PGV, o que implicará em um aumento de IPTU, para o conjunto dos proprietários da cidade de São Paulo, de cerca de 650 milhões de reais.

Felizmente, todos os cidadãos de São Paulo estão atentos a esse debate. E sabem quais foram os que, na
campanha, prometeram não aumentar impostos. Agora, a correção da PGV, com o consequente aumento de IPTU, implicará em 650
milhões de reais. Valor esse que será tirado do bolso do contribuinte paulistano, em uma situação muito diferente. Na situação atual, o País cresce; a receita da Prefeitura cresce; o Governo Federal apoia a cidade de São Paulo. Enfim, situação muito diferente daquela ocorrida em 2000, 2001, 2002, quando o País estava estagnado, sob a direção do Sr.
Fernando Henrique Cardoso; quando o Governo Federal não repassava os recursos para a cidade de São Paulo e a arrecadação de São Paulo era, absolutamente, insuficiente.

Chamam-nos de incoerentes. Evidente que, ao longo do tempo, vamos aprendendo, inclusive com o resultado das urnas. E tem de ser nosso grande guia o resultado das urnas. A população de São Paulo disse um “não” ao aumento de impostos; um “não”, inclusive, ao PT, naquele momento [governo Marta], por ter aumentado impostos. Revimos nossa posição, falamos que, naquele momento a conjuntura era muito pior, mas mesmo assim, a população sentiu o peso do aumento dos impostos. É natural que, agora, nos coloquemos contra.

É estranho aqueles que nos chamam de incoerentes. Chegaram até a citar aqui que existia um problema de dupla personalidade, que era um problema de psicanálise. Porém, esquecem-se de olhar para a sua prática. Esquecem-se
de que prometeram, na campanha eleitoral, que não haveria aumento de impostos, mas aumentaram. Isso não é problema de psicanálise, não. É, sim, um problema de Código Penal. Chama-se estelionato eleitoral o que fizeram na cidade de São Paulo".

NOSSA, que audacioso, criticando o próprio governo??

Claro que NÃO, duh. Esse era o Donato, então vereador (2009), hoje Secretário de Governo do Haddad.

Ele dizia que a população não queria aumento de impostos e que tinha aprendido isso nas urnas. Que não faz sentido aumentar imposto na cidade quando o país vai muito bem, "crescendo", e o governo federal não "sacaneia" São Paulo.

Aaaaah, tá.

***
O aumento previsto de receita era, segundo o próprio vereador em 2009, de cerca de R$650 milhões. O Haddad, quando enviou o projeto de lei, estimava um aumento de R$1,3 bi de arrecadação. Justo agora, que o país vai bem e o governo federal apoia São Paulo.

2 comentários:

  1. Outras observações, se é que me entende.
    1. Os homens mudam de ideia, isso é natural.
    2. Partidos deveriam estar minimamente vinculados.
    Conclusão (e aqui a sua tarefa de acompanhar o processo legislativo municipal é um esboço do que poderíamos ter em âmbito nacional sobre a masterpiece): será que não seria mais produtivo (me refiro à mídia "processual") ampliar a "discussão das discussões"? A da reforma política (ou vão querer descer tudo de uma tacada só via referendo?).
    Eu sei que os eleitos são todos geniais e constantes, como ilustra seu texto, mas, queiramos ou não, representam alguém, que pode e deveria ser sondado mais de perto.
    Sinceramente, é cansativo demais ver a carruagem criminal, desde o inquérito até a sentença (que nunca vem em definitivo, como no caso do Maluf).
    É a ode ao desprestigio das instituições, pra dizer o mínimo.
    Agora, a propósito, já estão esboçando um replay do "Caso Nardoni".
    Oh povinho sádico.
    Cadê carruagem do processo de reforma politica, cujo acompanhamento só constrói?
    Eu sonho, de verdade mesmo, com uma discussão aberta, acompanhada pela mídia, estando ela de que lado for, que me informe do processo que realmente importe acompanhar em todas suas fases, ao invés de ver só o resultado dos gênios eleitos e não eleitos, os escrivinhadores do futuro.
    Afinal de contas, como no Lincoln do cinema, podemos tentar compreender a existência de mensalões.

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  2. Eis uma carta aberta, minha cara.
    Porque aqui na Vila (e na cidade) onde moro as coisas são mais descaradas.
    A política é muito mais nojenta e aberta do que na capital, onde a distância embalava minha ingenuidade
    O Estado por aqui arrota na cara de todos, sem pudor.
    O Iptu, como em Sampa, eles cobram.
    A rede elétrica também está lá.
    Levam também a água, embora não busquem a merda: que chafurdem!!!
    Enfim, lembre-me de “scanear” e te mandar uma carta escrita por um falecido morador querendo o título de um pedaço de terra, endereçada ao Sr. Governador (as terras são devolutas estaduais).
    Chorei quando li.
    A tal Vila não cresceu e nem crescerá. Tampouco avança o desmatamento (não porque sejam menos gananciosos ou melhores do que os empreiteiros corruptores de São Paulo, mas porque o sistema de vigilância mútua funciona bem.
    Conservam a natureza, portanto, mas poderiam conservar as próprias vidas com a regularização fundiária que não vem.
    É um ardil de filho da puta por parte do Estado.
    O ódio entre vizinhos cresce e é fruto claro da insegurança jurídica proporcionada pelo Estado, que não se digna a enviar o órgão (ITESP) criado justamente para resolver as refregas: que se matem! Na falta da lei, vão resolver na bala (por duas vezes quase me sobra uma perdida, o que pra mim talvez fosse uma libertação...).
    Pra finalizar, ontem tive uma conversa informal com o prefeito e tive de ouvir (pouco me importa se é verdade ou não) que a sala locada para o tal órgão apaziguador fora recusada por conta “de uma porta e uma janela em mal estado”...
    Ou seja, enquanto uns não vão às compras, vamos nós outros ao mercado de armas.

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