*Todo dia, um (pequeno) dilema: começar a trabalhar bem cedo para tentar dar conta de tudo ou começar a manhã devagar para agüentar até o fim do dia?
Quase todo dia, a mesma resposta: começar a trabalhar bem cedo, não dar conta de tudo e aguentar, do jeito que der, até o fim do dia.
*Ontem: às oito, reunião na Secr. de Segurança Urbana. Assunto: pontos críticos na Sub da Lapa (como a região no entorno da Ceagesp, "famosa" por seus problemas; práticas criminosas associadas a determinados pontos de comercio ambulante; favelas em que moradores estão sujeitos a diversos tipos de violencia. Foram cinco ou seis itens com planos de ação traçados para cada um - ações mais urgentes e outras ).
*Das nove às cinco e meia, reunião com todos os Subprefeitos e a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. Assuntos: Obras e Serviços (acessibilidade e areas de risco, poor exemplo); limpeza pública (varrição, entulho, coleta seletiva); CCOI (Central de Contole Integrado); POP - Procedimento Operacional Padrão (para que todas as Subs sigam os mesmos passos e normas para, por exemplo, contratar serviços - para desburocratizar, simplificar e permitir um melhor acompanhamento dos resultados); Córrego Limpo; experiencia dos primeiros 30 dias em uma Subprefeitura por um dos novos Subprefeitos; a Controladoria (Sistema Saffor, índices e indicadores, as Praças de Atendimento, etc.); Fiscalização (PSIU, sistemas de fiscalização eletrônica em fase de implantação, etc.); Supervisão de Abastecimento (mercados, feiras livres, sacolões); Comunicação Interna; Qualidade na Gestão.
Para cada um desses itens, tenho vontade de fazer vários comentarios (como fiz na hora, a maioria deles na forma de anotações para dividir depois com a minha equipe na Sub). Sobre os "primeiros 30 dias", por exemplo: o Sub da Casa Verde (Walter Abrão) fez uma apresentação muito sucinta, objetiva e inspiradora de providencias simples que ele tomou e que vou querer adotar também (como o "Super Sábado" - depois eu explico). E ele tem lá um sistema de georreferenciamento que vou querer copiar (acho que veio da gestão anterior, do Marcos Gadelho).
Na hora do almoço, conversei muito com o Helio Rubens, de Santana, e o Walter Tesch, ex-Sub de Parelheiros. Assuntos: ciclovias, cultura, dificuldades encontradas na estrutura de nossas Subs (aquela básica falta de comunicação interna, pra começar), entre outros.
E em cada intervalo para o café, muitas outras trocas de experiencias ("Posso ir lá conhecer sua Sala de Estratégia?"), solidariedade e colaboração.
Excelente. Tive um flashback da minha expectativa ao me eleger vereadora: mergulhar nos problemas da cidade, estudar mil e uma possibilidades de solução, confrontar visões diferentes, compartilhar conhecimento, conhecer experiencias diversas.
Mas o Parlamento é muito contaminado pela idéia de confronto, disputa, vitória X derrota. É exasperante participar, anos a fio, de discussões estéreis, eternas trocas de acusação, ironias, agressões, completamente à margem do verdadeiro debate sobre as questões da cidade, da sociedade, do mundo. "Esta é uma casa política", diziam alguns colegas, quando eu me queixava dessa esterilidade, esse eterno teatro do bem contra o mal. Como se a política fosse um fim em si mesmo, sem conexão com o mundo lá fora.
Eu participei, na Câmara, de discussões interessantíssimas. A Comissão de Estudos sobre o Aquecimento Global, um debate sobre células-tronco, a CPI do trabalho escravo, os debates com meus assessores sobre projetos que eu relataria nas Comissões ou que iriam a votos no plenário, debates com grupos de interesse sobre projetos que eu pretendia apresentar... Mas foram pouquíssimos comparados com os discursos inflamados, repetitivos e superficiais.
Juro que não entendo como alguém que teve experiência no Executivo resolve encarar um mandato parlamentar e aguenta.
Depois eu volto a isso (agora tenho reunião sobre enchentes).
*Ontem saiu a nomeação de mais um assessor indicado por mim. "Você sabe quanto eu vou ganhar?". Eu não sabia, e ele veio trabalhar comigo sem nem pensar nisso (embora soubesse que o Executivo, de modo geral, paga mal|). Perguntou para o chefe de gabinete qual é o salário e entrou em desespero. R$1.800,00. Cogita parar a faculdade.
*Ontem ainda fui a duas reuniões de CONSEGs, Pirituba (que abrange vários bairros da Sub-Lapa) e Perdizes.
Perdizes tem problemas, mas é o céu comparado com a Jaguara... O público em Pirituba era composto, na maioria, por pessoas que se apresentavam assim: "Eu sou ..., moro aqui há 50 anos", "moro aqui há 61 anos"... E todos esperando que a prefeitura tome providencias tão simples (asfaltamento, limpeza, manutenção de praças)... Esperando há cinco, dez, vinte anos... Aperta o coração.
Perdizes, por sua vez, traz reclamações (justíssimas) mas também soluções. A união de vizinhos, síndicos, lideranças diversas faz do bairro (especialmente a Vila Pompeia) um laboratorio muito legal de iniciativas comunitarias, como a campanha "Calçada Limpa" que procura lembrar aos proprietarios de cães que a calçada "é pública, não privada", como dizia um outdoor ao lado das piscinas da USP...
*Tchau. Já estou me atrasando para a primeira reunião.
Olá Soninha;
ResponderExcluirSei q vc já escreveu um texto enorme mas vou pedir um pouco mais...:
Vc poderia nos dizer quais foram os planos de ação traçados, para a região do ceagesp??
[]'s!
Prezada Soninha,
ResponderExcluirAcredito que o trabalho que você está fazendo está sendo muito positivo. Desejo-lhe força e sucesso nas iniciativas!
Atenciosamente,
Flavio
Soninha,
ResponderExcluirNão sabia que você estava com esse blog.
Achei muito estranho não aparecer atualização no meu blog.
Aí lendo no balaio do Kotscho que você estava com a sub-prefeitura da Lapa, achei que tivesse uma relação.
Enfim, parabens pela nomeação e boa sorte para arrumar este bairro bem como SP inteira.
Abs,
Meu salário, para trabalhar durante 9 horas diárias com 1 hora de almoço, no atendimento aos munícipes na Praça de Atendimento, é de 648,00. É pouco? Para uma mulher separada sem auxílio do ex-marido, com dois filhos pra cuidar, é pouco. Mas foi a oportunidade que recebi na época, pra fazer o que sei, e me foi dada em boa hora. Aprendi muito e retribuí muito. Por que estou aqui? Porque gosto muito do que faço, e acredito que a experiência adquirida nesses dois anos com as pessoas que trouxeram ao meu guichê seus problemas, até mesmo os particulares, só acrescentaram ao meu currículo profissional e pessoal. É a comunidade, são meus vizinhos há 43 anos, muitos deles me conhecem desde criança. A gente acaba até como psicóloga, ouvindo seus pitacos, suas broncas, recebendo sorrisos e até lágrimas. Muitos chegam com pedras e saem com flores. Acho que humanizar o atendimento ajuda muito a mudar a cara do atendimento público. Recebemos treinamento adequado, cursos e dicas que puderam ser aplicados nesse tempo. Dá resultado, sim. É só ter boa vontade.
ResponderExcluirM A R A V I L H O S O !!!!
ResponderExcluirSubPrefeita Soninha
ResponderExcluirTa QUASE chegando a hora
do Sr. Prefeito Gilberto Kassab começar a pensar em revalorizar os vencimentos do funcionalismo municipal....
Estamos, digo os funcionários estão uns
16 anos sem aumento verdadeiro.
Nem mesmo a inflação é reposta.
anualmente de forma GENEROSA é aplicado
um índice de 0,01% (Galera leitora, prestem atenção :zero virgula zero um por cento)
Conheco muita gente que recebe, recebeu menos de 10 centavos de reposição
Brazil....
desculpem mas revolta!!
Boa tarde Soninha...
ResponderExcluirSó consegui ler seu post agora.
Moro no São Domingos, pertencente a Sub de Pirituba (Pirituba, Jaraguá e São Domingos). Desde sempre meus pais são bastante ativos nas "sociedade amigos do bairro" e outras reuniões da Administração Regional, hoje subprefeitura (que não sei o nome). Eu mesmo já cheguei a sugerir muitas mudanças e obras/trabalhos em diversas áreas do bairro/cidade, mas nunca recebi respostas como: "estaremos avaliando suas sugestões" (na linguagem de tele-atendimento).
Pela proximidade (e por comentários dos meus pais) sempre acompanho as reivindicações do bairro e dos bairros do entorno e o que os moradores da Vila Jaguara passam é justamente o que você disse. Tanto é que eles reivindicavam que a região (Vila Jaguara, Remédios e outros) passasse para a subprefeitura de Pirituba, pois não eram atendidos (ou ouvidos) pela sub da Lapa.
Torço para que isso mude com você na subprefeitura!
Ainda nisso, tenho uma sugestão:
* Para melhorar os investimentos e a administração das subprefeituras nos Bairros e regiões da Cidade, assim como a atuação das mesmas nas diversas áreas (saúde, transporte, trânsito, meio-ambiente, esporte, etc), não seria mais fácil adotar, além da divisão da cidade em subprefeituras, que elas obedecessem um sistema semelhante ao do transporte público (por regiões: Noroeste - Subs de Pirituba/Jaraguá/São Domingos, Freguesia/Brasilândia, Casa Verde/Limão/Cachoeirinha, Anhanguera/Perus - , Norte, Nordeste, e assim vai). Desse modo, por exemplo, a região da Jaguara poderia se englobada pela Sub de Pirituba (do outro lado do Tietê e mesmo lado que o bairro da Jaguara) e a Sub da Lapa poderia concentrar seus esforços somente nos problemas e projetos para este lado. (Não deixando, logicamente, a comunicação e troca de experiências com as outras subprefeituras de lado)
Abraço e bom trabalho!
Fred.
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PS: Quais os planos traçados para a Lapa de Baixo/Barra Funda. Havia um projeto de urbanização no governo Marta, e nesse? E o Metrô?
Soninha, como fazer para dar sugestões de trabalhos para a SubLapa? Existe alguma forma eletronica, como email?
ResponderExcluirMas algo que com certeza alguem vá ler, nao apenas triar e apagar.
abs
Soninha, boa noite!
ResponderExcluirQuando discutir segurança urbana, lembre de nós aqui do M.M da Lapa, da Cincinato e da 12 de outubro. Aqui o comércio dos ambulantes é muito forte e, infelizmente, temos o mau ambulante, que comercializa tudo de ruim.
Abraços Nilson
Soninha ja tentei falar com vc diversas vezes inclusiva deixei para agendar até hoje nada
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