sábado, 14 de março de 2009

Sortidos

Hoje de manhã, participei de um plantio na alça de acesso à Ponte do Jaguaré, iniciativa do Projeto Plant-ar

O Alexandre Chut, criador do projeto, já povoou inúmeros canteiros centrais pela cidade. Eu, que plantei muitas árvores com a minha avó, aprendi várias coisas sobre como se faz um plantio caprichado: a largura, "fundura" e formato certo da cova, o hidrogel no fundo, a terra mais rica logo em cima, a altura do torrão em relação ao solo... Saber que algumas árvores são espetadas no chão de qualquer jeito e ainda assim crescem e sobrevivem é quase um milagre da natureza. Bom, elas nascem até nas frestas do Minhocão, nas brechas das lajes...

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Passei pela praça Ipecatu, onde volta e meia acontece uma feira clandestina de animais. Socam os bichinhos em uma caixa de papelão e eles ficam lá o dia todo - sem água, sem ar... Vacina, vermifugação? Nem pensar. Por isso destacamos uma equipe de fiscalização para lá todo fim-de-semana. Basta a Veraneio parada ali para eles nem começarem... Mas é um pouco estúpido ter de destacar duas pessoas (ou mais - duas era o que havia quando passei ali) para ficarem de plantão impedindo outras de maltratar os animais. Tenho a maior bronca da necessidade de vigilância pra tudo. Se não ficar de olho, começa a ilicitude? Que saco.

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Passei também pela Carlos Weber, onde há um conflito em relação ao uso de uma área municipal. Trata-se de um terreno razoavelmente grande, que tem um galpão espaçoso e não utilizado. Qual é o conflito? Um interesse da Saúde em instalar ali uma unidade (com fisioterapia, odontologia e outros atendimentos) X um interesse de empresas da região em demolir o galpão e transformar o terreno em uma praça.

Adoro praças, quero praças. O projeto dessa é lindo. Mas abrir mão de um galpão daqueles, ai ai ai. Falta tanto lugar para instalar equipamentos públicos...

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Dois grafiteiros estavam pintando o muro do terreno quando eu cheguei lá. Tirei várias fotos do lugar; minha vontade imediata é derrubar aquele muro, cortar o mato, fazer imediatamente uma praça na frente do galpão. Que precisa ser pintado, reformado e pode ficar bem bonito - equipamento público não precisa ser feio (minha vontade é pintar de vermelho-terra, sabe?, naquele acamento rústico de casa-de-bacana?).

Estou tão acostumada com paranóias várias, que pensei que se realmente mandar derrubar o muro, é capaz de os grafiteiros pensarem que foi por causa deles. "Virou Subprefeita, não gosta mais de grafite".

Eu gosto de grafite. Eu não gosto é de muro.

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Passei também na Rua Ziembisnki, onde foi autorizada a filmagem de um comercial dos Correios. A vizinhança não agüenta mais tanta filmagem naquela rua: "Eles chegam às cinco da manhã e saem à noite... Chegam a filmar três ou quatro vezes em uma semana... Ficam os caminhões parados o dia inteiro... Desse jeito, que adianta ser zona residencial?"

Dessa vez, fomos mais exigentes com a produtora que pediu autorização - estabelecemos horário mais apertado, dissemos que os caminhões não poderiam ficar parados na Ziembinski. Na hora em que eu circulei ali, a equipe devia estar almoçando, porque só se viam os equipamentos e um segurança na calçada. Mas estava tudo na mais absoluta tranqüilidade.

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A alguns quarteirões de distância, há um grande "complexo educacional" - escola estadual, escola municipal de educação infantil, acho que também tem creche... Um terreno enorme, espaçoso, com muito verde.

Fiquei viajando: "Será que as vagas estão todas ocupadas?" (A lugar ali é de "residências de alto padrão"). "Será que as empregadas colocam seus filhos aqui? Será que as crianças vêm de muito longe?". E mais: "Com tanto espaço, será que não dá para aumentar o número de vagas - e, se for o caso, garantir o transporte escolar para a molecada que mora mais longe e está na fila da creche?"

Andando de moto, o pensamento voa. (Sério, quando eu desço preciso correndo de papel e caneta para anotar todos os devaneios). "Com uma área desse tamanho, dava até pra fazer moradia aí dentro. Um predinho baixo, com alguns apartamentos modestos... Não é o sonho de hoje em dia, morar em um lugar que tem tudo? Não precisar sair do condomínio pra nada? Então, uma galera de renda mais baixa poderia morar aí dentro e ter escola, parquinho, clube municipal na porta..." (O Pelezão, com quadras, piscinas, pista de caminhada etc.)

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Depois fiz um rali de moto ali pela Faustolo... Os obstáculos dão a maior emoção. Já acendi uma vela pedindo recapeamento (e mandei um email pra Secretaria também, senão o santo não dá conta).

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Fui ao jogo do Palmeiras. Comprei ingresso pela internet, foi facinho. A entrada é ligeiramente bagunçada, mas já vi piores. Lá dentro é legal, arrumadinho. Lugar marcado. Tem uns problemas de projeto: ao entrar na arquibancada pelo portão do Setor 9, é preciso dar a maior volta para contornar a área reservada para cadeirantes e chegar às fileiras que ficam bem ao lado da escada... Mas o maior incômodo veio da natureza: sol na cara o jogo todo. Eu tinha certeza que ia ficar com dor de cabeça depois. Bingo.

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Fui a pé com a minha filha e a amiga dela. Mais uma vez, fiquei abismada com as coisas que a gente vê pela primeira vez - na rua ao lado de casa! O caminho que eu faço duas ou três vezes por semana é completamente diferente quando visto da calçada. Ainda mais que estou procurando casa para morar, então reparo em tudo... No quintal de uma, a varanda da outra... A surpresa daquela casa de fundos, escondida atrás de um portão e um corredor despretenciosos...

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Agora vou dar um jeito na minha amiga dor de cabeça e amanhã às oito estou na Sub para "ultimar os preparativos" para a Conferência do Meio Ambiente. Era pra ser tão legal, mas corre o risco de ser tensa, beligerante, baixo astral. Tomara que não. Por Belenos e por Tutatis, que o céu não caia sobre nossas cabeças.

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(Ah, mais uma coisa - boba, mas curiosa. Hoje encontrei, no plantio do Jaguaré, uma menina que trabalhou comigo na TV Cultura, mas que eu conheci bem antes, quando ainda estava na MTV. O namorado dela tocava em uma banda de metal (heavy metal) e eu dirigi um clipe para eles. Foi o primeiro (e um dos únicos - fiz uns quatro ou cinco). A locação: Tendal da Lapa. Que naquela época era praticamente uma construção abandonada, e por isso tinha seu charme para uma banda de rock... Quando eu ia imaginar que, dali a uns 17 anos, iria trabalhar bem ao lado? (O Tendal ocupa uma parte do edifício em que fica a sede da Subprefeitura da Lapa)

7 comentários:

  1. Amanhã, 10:30 estarei aí na sub para a conferência e levarei a filhota também. Leva a sua!

    bjs

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  2. Vc tem algum e-mail para eu lhe mandar uma mensagem?

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  3. Muito construtivo e produtivo essas suas andanças, acompanhamento e participação nas coisas da Sub Lapa, principamente por ser como sub Prefeita e moradora.
    Comercio ilegal de animais não deve ter somente vigilância, fiscalização, etc. Enquanto o "produto" de venda não for apreendido e os comerciantes multados e processados ( por formação de quadrilha, por exemplo) nada vai mudar. Essa gente não tem compaixão, ética e respeito por nada. Vão vencer a todos pelo cansaço.

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  4. É, o mundo dá voltas... quando menos esperamos vemos nosso passado ao nosso lado.

    Acho muito bom o fato de você andar pelo bairro, seja de carro, moto, a pé ou bicicleta. Alias, o que seria muito legal seria uma ciclovia nas principais avenidas que levam ao parque villa-lobos, hoje temos só lugares para os carros e canteiros centrais mal tratados.

    Quem sabe alguem com espirito jovem não mude esta situação.

    abs

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  5. "Eu gosto de grafite. Eu não gosto é de muro."
    Essa frase foi na veia. Muito boa.
    Um abraço.

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  6. Andar a pé é tudo! A gt descobre outra cidade, além das janelinhas dos automóveis, onibus e afins. Esta tem sido minha prática diária, já q não suporto mais a atmosfera (irgh) das academias de ginásticas.
    ***
    Keep going sister :)

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  7. *keep going* é a versão vajraiana pra *força na peruca*, hehehe - piada interna de novo! :)

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