quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Minha Vida Em Duas Rodas - Parte IV (eu acho)


Recapitulando...

Eu adorava bicicleta, como toda criança. Mas de moto eu tinha medo.

Não queria passear na garupa dos meus tios, que tinham umas “cavalas” de 500 ou mil cilindradas. Não quis que meu pai me desse uma mobilete. Não tive a menor vontade de tirar carta de moto para poder usar as motos dos meus chefes, dois fotógrafos para quem eu trabalhei como secretária (e que adorariam que eu fosse também “motogirl”). Não curti a volta que dei na garupa do Paulão, meu ídolo do basquete infanto-juvenil do Tietê (junto com  o Romeu rs).

Ah, lembrei agora que uma vez fui na garupa da Márcia, minha colega de Colégio Santana, fazer compras. Estávamos na fazenda da família dela em São José dos Campos; o mercadinho ficava a poucos quilômetros dali por estrada de terra. Meu medo de moto era principalmente medo da combinação carros+ asfalto+velocidade; ali não teria problema.

Adivinhe.

A Márcia foi um pouco mais rápido que deveria na estrada de terra e, de tantos buracos e solavancos, caímos. Vamos longe na terra; ela se machucou mais do que eu. Minha relação com duas rodas e motor não parecia mesmo das mais promissoras.

“Entretanto”, como dizem nos gibis...

Aos vinte e poucos anos, mudei de idéia. Comecei a cogitar seriamente tirar carta de moto, a partir de um sofrimento diário: ir de Santana (ZN de São Paulo) à USP (Zona Sudoeste) de manhã cedo e voltar correndo para Santana na hora do almoço. Eu morava e trabalhava lá. De ônibus, chegava a levar 3 horas entre sair de casa e entrar na sala de aula. O 177-H (Horto/ Butantã-USP) passava na esquina da minha casa, mas o caminho que ele fazia entre Santana e Butantã era semelhante a ir do Brasil ao Chile via Colômbia. Ao entrar na Cidade Universitária, dava outra volta ao mundo. Havia a alternativa de pegar o Circular na porta do campus, mas às vezes ele demorava horrores para passar e lotava antes de caber todo mundo que estava na fila.

Às vezes eu tinha carona com um aluno da Psicologia, vizinha à faculdade de cinema. Mas era horrível também! Se às 6:50 já não tivéssemos passado o Rio Tietê, pegávamos trânsito horrível na Brás Leme (em 1989!!!). E da Marginal em diante era tudo horrível também. Resultado: uma hora e meia dentro do carro.

Tortura.

Portanto, em quatro rodas eu não ia dar conta. Só podia pensar em duas. Mas e o medão?

Resolvi criar coragem. Da janela do ônibus, ficava olhando os motoqueiros e pensando: “Isso eu não faria. Esse não é jeito. Não precisa passar assim”. Nessa mesma época, meu irmão resolveu vender a lambreta de segunda mão que estava usando. Ofereceu para mim, e eu... comprei.  Antes de saber usar, para me forçar a aprender.

Fiz a matrícula na Auto-Escola. Marquei logo dez aulas – naquela época, o aluno podia fazer só três e pronto, mas eu não tinha a menor pressa de fazer o exame e tirar a carta. No primeiro dia de aula, fui na garupa do instrutor (ai meu deus) até a pista de treinamento, ali nos “Campos de Bagatelle” (rs). Ele desmontou da moto e me passou o guidão: “Agora você segue ali o percurso para ir praticando”. “Ahn... Eu não sei usar a moto”. “Você... Não sabe? Nada?!”. Ele não acreditou. Acho que nunca, em sua carreira de instrutor, tinha precisado ensinar alguém a dirigir a moto. Parece até que curtiu a novidade. “Aqui é a embreagem, aqui o acelerador, o freio de trás, o da frente. O câmbio funciona assim: pra baixo, a primeira...”.

E lá fui eu fazer o diabo do percurso. Depois eu conto o resto J

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