quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um dia e meio na Esplanada - parte 2


[Cont]

Agora um pouco sobre Brasília. 

Já não gostei, comecei a gostar, desgostei de novo.

Não consigo me imaginar vivendo lá. É como morar em um monumento. No Memorial da América Latina, argh.

Concreto, vãos imensos, distâncias gigantes. Caminhar? ESQUECE. A cidade não foi feita pra isso. São pistas expressas imensas, quadras gigantes (isto é, poucas vias secundárias, poucos cruzamentos). Ir de um lado para outro a pé é como um surfista atravessar a arrebentação. Em Teahupoo, sem tow-in (maiores explicações no Google).

De manhã bem cedo, a cidade ainda envolta em névoa, da janela do hotel você vê carros, carros, carros. Como o horizonte é amplo, dá pra ver muitas avenidas, portanto muitos carros em alta velocidade. Ônibus? Pouquíssimos - e veeelhos.

E aquilo é o “centro” da cidade. O ponto de encontro. O lugar para onde milhares de pessoas se dirigem todo dia. E não dá pra caminhar!! Não tem um centro comercial!!! Não tem vitrines, cafés, mesas na calçada. Meu Deus! Que lugar inóspito!

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A 500m do prédio imenso do Banco do Brasil, do BNDES, paredes sujas, pichadas, azulejos faltando, viadutos com pontos corroídos. E um “morador de rua” com seus panos e sacolas no passeio estreito da passagem subterrânea.

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Nosso hotel ficava a cinco minutos de táxi (R$9,00) do Ministério. Uns 2 ou 3 km em linha reta. Fazer uma caminhada em noite agradável? Sério, não dá. NÃO TEM caminho. É como querer passear na beira da Marginal... Da Avenida Brasil no Rio...

Na hora do almoço, a possibilidade de sentar-se ao ar livre e conversar com as pessoas é na areazinha reservada para fumantes. Se quiser dar uma volta antes de recomeçar o serviço, não tem onde.

Se quiser almoçar em outro restaurante que não o da Sobreloja do prédio, nem o bandejão da Sobreloja do Ministério ao lado... Táxi.

Meu, é bizarro.

O bandejão do MDIC - comida era simples e boa, mas nada de mais - ficou LOTADO. A fila para pagar tinha mais de CINQUENTA PESSOAS. Dois caixas funcionando.

É baratésimo - acho que R$14,00 o kg. Os clientes acostumados com esse preço teriam um infarto em São Paulo.

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 São Paulo... Aqui estou eu. Em Congonhas, fazendo hora antes de uma entrevista (ao vivo na web) as 21h00. Usando meu 3G, porque o wifi que a Infraero prometeu “em todos os aeroportos” em 2008 está disponível aqui - mas ´so na Sala de Embarque. Olha, eu usaria mesmo que tivesse de descontar no meu cartão de crédito, só pela comodidade! Mas acho que eles deviam era fornecer de graça - pombas, o aeroporto é cheio de patrocínio, a gente paga taxa de embarque, as cias aéreas pagam, tem as concessões de lanchonetes etc.

Hmpf.

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São Paulo é uma zona, mas é a zona que eu amo. 

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