quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sai baratinho!

É inacreditável como sai barato desobedecer a lei. Mais que isso, escarnecer dela, debochar, dar uma banana para as regras da democracia.

Lula foi ao programa do Ratinho no SBT. Aquele SBT que elaborou a ficção da bolinha de papel, que o então cabo eleitoral/presidente ajudou a espalhar. Em vez de condenar a violência, seja dos "mosquiteiros" que anunciaram e de fato armaram um corredor polonês para o candidato da oposição, seja dos seus cabos eleitorais que reagiram, o presidente debochou do episódio.

Aquele SBT do Silvio Santos, que fez um negocião com a Caixa Econômica Federal em torno do Banco Panamericano. Silvio Santos que sempre mandou um "é coisa nossa" para o chefe de plantão, militar ou civil. SBT que é, como toda emissora de TV, concessão pública. Mas isso não quer dizer nada, não é mesmo?

No programa do Ratinho, Lula foi exaltado por 40 minutos e elevou aos céus seu candidato à prefeitura em São Paulo. Que teria colocado "1 milhão de pessoas" na universidade, por meio do Prouni. 1 milhão é, para começar, arredondar para cima. Desde a criação do programa, quando o ministro era Tarso Genro, ainda não foram tantas as matrículas. E o número de FORMADOS pelo Prouni é muito menor, porque muitos não conseguem terminar a faculdade. E alguns se formam em "fábricas de canudo" sem a mínima qualidade, sem a menor condição de oferecer um curso superior, muito menos com repasse de recursos públicos.

Passaram uma matéria emotiva, mostrando uma moça que só chegou lá graças ao FHaddad. Típico de um programa do Silvio Santos: a moça foi premiada como as meninas do Boa Noite Cinderela; o ex-ministro foi o príncipe que lhe concedeu a graça. Não é um país que dá condições para que "seus pobres" estudem com qualidade, é um ministro que pratica essa bondade, a quem devemos ser gratos.

Acionada, uma Juíza do TRE concordou que houve propaganda eleitoral extemporânea e aplicou uma multa de CINCO MIL REAIS. Vultosa, não?

O problema maior é que não foi "apenas" propaganda eleitoral extemporânea. Houve o uso indevido de uma CONCESSÃO PÚBLICA para fazer propaganda eleitoral. Já não basta a MÁQUINA PÚBLICA propriamente dita??

Enfim, espero que o PPS, que entrou com a ação, tenha como recorrer dessa vergonha. Porque é que nem Boletim de Ocorrência: mesmo que você não tenha esperança de o B.O. resultar em solução do crime e a devolução do que lhe foi roubado, seu dever é registrar a queixa. No mínimo, para entrar para os registros policiais e, quem sabe, ajudar a evitar outros crimes no futuro.

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