segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ma vocês tem filho?

A Folha publicou, hoje, matéria sobre creches e as propostas dos candidatos.

Fui consultada! \o/

Fui citada na matéria! \o/

Todos nós tivemos espaço pequeno e a minha resposta saiu assim: Soninha (PPS) propõe também criar a bolsa creche - dinheiro para as famílias pagarem escolas particulares.

Mas... "especialistas criticam o mecanismo. Gabriel Chalita (PMDB) chegou a ser vaiado em evento após fazer a proposta de convênios. "Em geral, o serviço é de pior qualidade", diz Romualdo Portela, da Faculdade de Educação da USP".

Valei-me vó Celeste: "Vão lamber sabão". 

"Em geral" se baseia em que, exatamente? Que dado objetivo verificado cuidadosamente?

APOSTO minhas fichas em duas coisas:

1) Não só não há dados que embasem como o especialista dificilmente conhece um número minimamente razoável de creches diretas e conveniadas. Eu, se fosse repórter, perguntaria.

2) O especialista não tem ideia do que é ter filho pequeno na fila de espera por uma creche. 

HMPF.

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Como não deve passar disso mesmo, isto é, não vão voltar ao assunto, seguem as minhas respostas na íntegra :o)

Vi, no SPTV, a Soninha falando sobre a criação de uma "bolsa creche", que daria dinheiro para as famílias matricularem seus filhos em creches particulares ou pagarem cuidadoras. Além disso, também a vi falando sobre a ideia de conveniar creches. Gostaria de saber se essas são as principais propostas da candidata para a área e se entendi correto, ou seja, são duas ideias diferentes (em uma as creches seriam conveniadas e as mães não pagariam e em outra as mães receberiam dinheiro da prefeitura para pagar creches particulares). 

R: Sim, são ideias diferentes. A prefeitura já tem na rede creches de administração direta e conveniadas - mas as vagas não são suficientes. Vou ampliar a rede, mas novas creches não são construídas em pouco tempo - até mesmo pela dificuldade, em alguns lugares, de encontrar um terreno adequado. Enquanto aguardam na lista de espera, as mães ficam, hoje em dia, com a responsabilidade pelo pagamento e sem nenhuma garantia de qualidade. É como se a prefeitura dissesse "virem-se". Matriculam em um berçário ou escolinha particular, dependem de favor ou pagam para alguém tomar conta - não necessariamente alguém com condições para isso.

Na minha opinião, é absurdo algumas mães terem direito à vaga gratuita e outras não. Então, para atender a necessidade urgente, vou, sim, pagar a mensalidade de uma escolinha quando for o caso, verificando sua qualidade (dever da prefeitura de todo modo). E, na falta de berçários e escolinhas particulares, vou selecionar, treinar, verificar as condições da casa onde a pessoa mora, remunerá-la e supervisionar. Hoje, a mãe não tem quem faça isso por ela. Se a pessoa contratada maltratar a criança, largá-la na frente da TV enquanto fica no Facebook, fumar na frente dela ou deixar desinfetante com cheiro de morango debaixo da pia, a mãe talvez nem fique sabendo. Uma equipe da Educação irá, assim, supervisionar as cuidadoras para garantir higiene, alimentação saudável, atividades adequadas para estimular o desenvolvimento da criança, segurança etc, fazendo visitas três vezes pr semana.

Outras dúvidas:

Há estimativa de custos para isso? 
R: Ainda não calculei. Mas o orçamento da prefeitura comporta, tenho certeza, e o benefício social justifica.

Alguns especialistas criticam os convênios porque neles não há garantia de ter a mesma qualidade e a mesma visão pedagógica da rede municipal. Como isso será garantido? 
R: É perfeitamente possível que uma creche conveniada ofereça atendimento excelente - tanto quanto uma creche da administração direta pode tratar mal as crianças. Importante é fiscalizar uma e outra com profissionais da Educação e garantir que mães e funcionários sejam ouvidos. Quem não aceita as creches conveniadas deveria visitar algumas delas para superar o preconceito e discriminação. As ruins tem de ser descredenciadas; as outras, de jeito nenhum. Imagine fechar centenas de boas creches, não tem o menor cabimento. Eu desafio os especialistas a viverem a situação de uma mãe que precisa trabalhar HOJE e não tem com quem deixar o filho... O que fariam??

Sobre a ideia de deixar as crianças com cuidadoras: isso não fará com que percam a parte pedagógica e didática da creche? As cuidadoras serão professoras?
R: Muitas vezes, a mãe deixa o filho com a vizinha enquanto vai trabalhar de babá cuidando do filho da madame. É um exagero achar que só a creche pode garantir a parte didática e pedagógica. As cuidadoras serão pessoas capazes, capacitadas, respaldadas e supervisionadas e terão todas as condições de oferecer os estímulos adequados para o desenvolvimento das habilidades, faculdades etc e a convivência saudável com outras crianças.

8 comentários:

  1. Encontrei o que procurava, o site da sua campanha.
    Vou dar uma lida nele, volto a escrever.

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  2. Soninha, acabei de ler o Resumo do Plano de Governo de Soninha para SP.
    Preocupa a liberação para comércio de rua. Nos governos Pitta e Marta o centro ficava tipo Cairo, tipo feira árabe. Mas com menos espaço entre as barracas. E menos espaço ainda para os pedestres. A senhora propõe muita coisa que depende do comércio ou do legislativo. Imagino que se a senhora assumir propostas de maior envergadura, como a manutenção dos investimentos no metrô, construção de grandes avenidas na ZL, de um novo aeroporto internacional na cidade ou de recursos de São Paulo-SP na construção de um aeroporto na Grande São Paulo, tem mais potencial de levar suas propostas, enquanto prefeita, a Câmara dos Vereadores. Que propostas uma prefeitura pode ter para diminuir o custo Brasil? Para que empresas durem mais tempo. Talvez uma política de advertências e informação antes de multas. E o comércio informal vire formal, se estabeleça em imóveis no centro e na periferia. No discurso de lançamento de campanha o Serra falou em mais recursos para São Paulo-SP. Em apoio ao ensino técnico. São temas que aumentam a capacidade, a qualidade do emprego na cidade.
    Um diferencial de campanha, e um assunto social indispensável, é como melhorar a qualidade do ensino fundamental. Como convencer a classe média de que deixar os filhos em escola pública terá a mesma qualidade que escola particular? E haveria um impacto econômico considerável. Mais pessoas com recursos para reformar a casa, lazer, mais consumo e poupança (menos endividamento), cursos profissionalizantes, mais filhos. O ensino fundamental é uma base de igualdade de oportunidades. No que a prefeitura poderia acelerar o processo de aumento de remuneração do professor de ensino fundamental?
    O centro é uma área delicada. Somos a capital do nordeste e a maioria dos paulistanos nunca foi pro nordeste. Tenho percebido coisas difíceis de comunicar. A situação da praça da Sé é difícil porque lá fica o Tribunal Criminal. Na Praça João Mendes fica o Tribunal Civil, mas na Sé fica o Tribunal Criminal. Se conseguíssemos mudar o local do Tribunal Criminal, o centro geográfico da cidade seria diferente. É tarefa para um urbanista. Não sei no que um Tribunal Criminal e entorno precisaria ter para se harmonizar com a cidade sem criar uma área sensível como é a praça da Sé. Talvez só por ser distante da Catedral já seria uma situação diferente. Melhor para ambos, talvez. Como saber se a proximidade com a Catedral ajuda ou atrapalha o Tribunal Criminal e vice-versa? E fazer naquele prédio uma Fatec.

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  3. Errata
    Não é Tribunal na praça da Sé, mas Fórum Criminal.

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  4. Lamentável esta sua proposta. Para que será que uma pessoa estuda tanto para ser professor? Para ouvir uma proposta ridícula como a sua, que diz ser um exagero achar que só a escola pode garantir a parte didática e pedagógica. Para que escola, não é mesmo?

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    1. Kelly, eu estudei para ser professora. Para alfabetizar, ensinar matemática, desenvolver a sociabilidade, incentivar as aptidões e capacidades. E tenho CERTEZA, ABSOLUTA, de que a escola, graças a deus, não é a única que pode garantir a parte didática e pedagógica. Pra que escola? Para muitas coisas. Mas educação de crianças até 6 anos não é um bicho de sete cabeças que só um professor com muito tempo de estudo é capaz de proporcionar.

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  5. Oi, acabei de ver você no horário eleitoral falando sobre educação. O quê me chamou a atenção foi que você disse que não dá para ter 5 ou 6 anos de estudo e não saber ler. Gostaria de saber se você sabe que o método de ensino da leitura e escrita foi totalmente modificado e agora as crianças são ensinadas a decorar palavras e não a ler. Isso foi idealizado por pedagogos, mas é um absurdo o professor trabalha menos e a criança chega na quinta série sem saber ler. Eles dizem que ensinar as famílias (b com a, c com a...), não faz sentido para criança, mas todos nós aprendemos assim e saímos da primeira série lendo. Agora não. Peço que procure saber e se possível divulgue porque de nada vai adiantar novos professores e novas escolas se o método é não ensinar. Desde já agradeço a atenção. Juliana Lopes.

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  6. Desculpe Soninha, mas continuo discordando da sua opinião e acho um absurdo você achar que educação para crianças até 6 anos não é um bicho de sete cabeças. Realmente, cada dia tenho mais certeza que nossos políticos não tem a mínima vontade de investir na educação desde cedo. Trabalho na área social com crianças e adolescentes que mal sabem escrever o seu próprio nome e eu sei muito bem a dificuldade que temos para alfabetizá-los, não é nada fácil como você julga que é. Enquanto tivermos políticos que pensam como você, este país não vai para frente nunca! Para mim é lamentável saber que você pensa desta maneira.

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    1. Mas eu insisto, Kelly, mesmo que um ano depois. A expressão "bicho de sete cabeças" pode dar a ideia de que é fácil, tem razão, mas não é isso. Fácil ou difícil, como a educação pode ser em qualquer idade conforme as circunstâncias, o fato é que crianças com menos de 6 anos só começaram a ir para a escola por necessidade dos pais - porque cada vez mais as mães saíam para trabalhar e precisavam de quem cuidasse delas, e nem sempre podiam contar com a avó, babá ou empregada. Mas a educação (fundamental, importantíssima) para uma criança de 0 a 3 anos ou de 3 a 6 NÃO PRECISA do ambiente escolar para se realizar plenamente. A criança pode desenvolver suas capacidades-habilidades de muitas outras maneiras, não apenas em uma sala com outras 10 crianças e uma ou duas professoras. TANTO É QUE as crianças de famílias com maior poder aquisito não frequentam creches ou escolinhas desde os 6 meses de idade - elas ficam em casa, sendo cuidadas E educadas. Os políticos, na maioria, não pensam como eu - eles dizem que "educação é tudo", mas nem conhecem a situação real de mães, filhos e professoras. Prometem que vão fazer creches e pronto.

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