Cenas de domingo 1: mãe atlética corre empurrando triciclo com filho com deficiência (possivelmente PC) na Dumont Villares. Com prazer.
Cena de domingo 3: vendedores esfregam 3 dedos indicando "compro seu carro" na rua do estacionamento do Anhembi. Carro usado tá barato agora
"Ao redor das duas, três da tarde, já é servida a janta (...). Daí em diante, quem tiver fome que se vire por conta própria.
Os horários esdrúxulos das refeições justificam-se em função da contagem, que deve acontecer às cinco da tarde. Daí a importância do recorte e a necessidade dos "jumbos":
- O jumbo é a sacola que a família traz pra nós na visita ou deixa na portaria nos dias de semana. Ajuda muito, embora que tem uns cabeça-de-bagre que passam o jumbo na sede para pagar dívida de droga".
No capítulo seguinte, Fim de Semana, ele fala mais um pouco do que a família traz:
"As visitas carregam sacolas de plástico abarrotadas; potinhos de plástico com pastéis, maionese, macarronada, calabresa frita e frango assado. Não há a menor preocupação com o colesterol: trazem só o que o preso gosta".
No canteiro central em frente à entrada da Penitenciária do Estado, uma barraca de ambulante oferecia grandes sacos pretos, do tamanho dos que algumas pessoas já carregavam enquanto esperavam na fila o portão abrir. Na verdade não vi o que tinha dentro, mas não consegui pensar em outra coisa que não um "jumbo" pré-preparado. As pessoas vem de muito longe às vezes; é muito prático encontrar uma "cesta-básica para apenado" tão perto do destino. Brasileiro, empreendedor de nascença, já enxergou ali uma oportunidade.
Até chegar o rapa.
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Deu vontade de reler Estação Carandiru. Recomendo muito.
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