quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mais um (dia)

Cinco horas de reunião do partido - só amando política mesmo. Foi ótima, amanhã tem mais. E depois de amanhã.

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Havia umas quarenta pessoas na reunião da Executiva Nacional, talvez um pouco mais. Umas vinte pediram a palavra ao longo de todos os pontos da pauta. Dentro de um grupo desse tamanho, composto por pessoas com muita afinidade (presumivelmente), eu ouço alguns oradores e adoro, concordo, vibro; de outros, discordo de quase tudo. Imagine que pretensão maluca é ter quinhentas mil, um milhão de pessoas (membros de um partido) que se entendam e concordem no país todo. Que desafio enorme é debater, argumentar, tentar persuadir, fazer ou não fazer concessões, disputar no voto se for o caso e, ao fim, tomar decisões que o partido todo deve seguir - projetos a curto, médio e longo prazo; construção de candidaturas; posições sobre temas em discussão na sociedade e no Congresso. Quando um partido é de verdade e não um ajuntamento ou uma seita, é muito difícil. E rico. E bonito. #adoro.

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Voltei pra casa escutando a Voz do Brasil (quantas pessoas será que escutam esse troço?). Ouvi o (Edison) Lobão dizendo que o país tem um belíssimo estoque de energia, que a situação dos reservatórios "deve melhorar" porque agora, com a temporada das chuvas, "deve subir o nível", e que nos próximos meses novas hidrelétricas "devem funcionar".

Disse que os primeiros reatores de Jirau devem começar a funcionar daqui a dois ou três meses. E que outras hidrelétricas "devem começar a funcionar também".

Disse, para provar que estamos atentos e seguros, que em outubro já tínhamos recorrido às termelétricas.

E que "a redução de 20% nas contas de luz" continua valendo e começa a vigorar em fevereiro.

Anotado.

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(O governo cansou de defender Belo Monte - aquela aberração - dizendo "vocês preferem o que, as termelétricas?").

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A Embratur está com um programa muito legal - muito pequenininho para o tamanho e necessidades do Brasil, mas melhor que nada - que vai mandar 30 jovens para conhecer alguns lugares dos Estados Unidos,  aprender sobre o país e falar do Brasil, sua cultura, seus destinos turísticos. Eles estão em êxtase, claro. Foram escolhidos por serem estudantes de destaque em escolas públicas.

Lembrei das cotas.

Depois volto a isso. Outro dia.

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Também ouvi o Ministro da Saúde (alô Ministério, cadê a resposta da minha pergunta à Ouvidoria?) falar sobre o Edital do Provab, programa que vai conceder incentivos para que médicos recém-formados trabalhem em locais distantes dos grandes centros. Os selecionados vão receber uma bolsa de 8 mil reais e, se tiverem bom desempenho, um bônus quando fizerem prova de Residência em especialidades. "Se ele quiser ser dermatologista, ou cirurgião plástico, terá uma vantagem muito boa quando fizerem a seleção para a Residência".

Não é que a ideia seja de todo ruim, massss... Não é a primeira vez que se oferecem vantagens financeiras para quem se disponha a trabalhar longe. Isso é feito faz tempo nas periferias dos grandes centros e também nos rincões do Brasil. Nem sempre funciona. Por que? 1) Se as condições de trabalho forem muito ruins, nem com dinheiro se consegue atrair um médico. 2) Se o cabra aceitar só porque o dinheiro é bom, qual será a qualidade do atendimento prestado? (Conheço várias histórias de gente que foi "suportar" o trabalho porque ia juntar dinheiro em pouco tempo e depois voltar. Não é a melhor das motivações). 3) Continuando o item anterior - a maior dificuldade hoje em dia é conseguir clínico geral e médicos de determinadas especialidades, como pediatras e geriatras. Se o interesse do profissional é fazer cirurgia plástica, que tipo médico ele será na atenção básica?

Eu estou de má-vontade, admito. Mas não é porque é o @padilhando (de quem não sou mesmo fã), porque é PT etc. É porque conheço o serviço público e suas dificuldades...

Em 2008 eu falei algumas vezes durante a campanha: tem de chegar o dia em que a gente não vai precisar pensar "Como levar médicos para Cidade Tiradentes?". Na Cidade Tiradentes haverá médicos. Nascidos lá, criados lá, morando lá. E no interior do Acre, Rondônia, etc. Nem que eles tenham de sair de lá para cursar Medicina em outro lugar - normal. Mas não ter de inventar prêmios em dinheiro para quem se "submeter" a isso.

(Por outro lado, tenho certeza que muitos estudantes de Medicina e médicos recém-formados tem paixão por trabalhar em lugares assim. Precisamos ver como dar condições a eles).

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O Ministério da Pesca anunciou que a partir de agora a a identificação profissional dos pescadores será uma carteira de plástico, não mais os documentos em papel usados até hoje. Declaração de um pescador, feliz com a novidade: "A carteira estraga fácil com a água, fica num estado muito ruim, as pessoas olham e até desconfiam que é falsa.". Eita. Até hoje não tinham pensado nisso? #imaginaoresto.

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Na Voz de ontem, ouvi o Jucá dizendo que "a oposição não tem o direito de colocar em xeque a política econômica da presidenta Dilma, que está distribuindo renda bla bla bla". Ok, o líder do governo é um Parlamentar que tem o direito de dizer o que quiser, mas pelamor, "a oposição não tem o direito"??? Pra piorar, opositores não estavam discutindo a política econômica em si, mas exigindo do Guido Mantega explicações sobre a manobra (maracutaia) fiscal para transformar resultado negativo em positivo. A oposição não tem o direito de exigir explicações? Oi?

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Fui. Partiu. Boa noite.

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