sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Violência não. Linchamento não. Quebra-quebra não. Fogo em ônibus não

Publicado em 10 de fevereiro, no facebook

Digamos que uma pessoa "ligada ao deputado Marcelo Freixo" tenha mesmo procurado o advogado do Flavio Raposo para ver se ele precisava de assistência ou apoio - daí a querer implicar o deputado no ataque ao cinegrafista vai uma Dutra de distância.

Centenas de pessoas podem se dizer ou serem consideradas "ligadas" a um deputado. O que não quer dizer que ele apoie, aprove ou deva responder pelas atitudes de todas ou cada uma delas delas.

Se o deputado defender ou, pior ainda, incitar violência, irresponsabilidade, vandalismo etc, aí eu concordo que seja questionado quanto a isso. E não faço distinção quanto ao alvo das agressões - manifestantes, policiais, jornalistas, brancos, negros, gays, crentes, jovens da periferia, coxinhas ou burgueses. Se quem arregaça os dentes e aplaude violência é um Bolsonaro ou petista, por mim tanto faz.

Mas me surpreenderia e decepcionaria muito saber que o Freixo é do tipo que acha graça em "fuck the police" ou "morte à Rede Globo". Como disse, apologia à violência é um perigo que me sinto obrigada a condenar. Já é suficiente que pessoas achem que as pessoas do outro lado mereçam morrer. Não precisa estimular.

Os deputados, os movimentos sociais, os sertanejos, roqueiros e funqueiros, todos aqueles que tem influência sobre um numero grande de pessoas tem de advogar em nome do respeito a um pacto social minimo que nos possibilite a convivência neste mundo: violência não. Linchamento não. Quebra-quebra não. Fogo em ônibus não, pelo amor de deus, não.


***
A "legítima defesa" ou "foram eles que começaram" é argumento usado por quem justifica linchamento, milícia, policial violento, bombardeio dos EUA a país "inimigo", tortura em delegacia, atentado suicida etc. Quem morre no caminho é "dano colateral". NÃO PODE continuar assim. Não há limites para quem participa ou aplaude um dos lados em escalada de violência. Por muito menos, tipo um grafite apagado em um muro, vozes libertárias se erguem contra a "barbárie". Ou as pessoas não-violentas condenam espancamento por ou de policiais, vitrines depredadas e ônibus incendiados, balas de borracha ou morteiros disparados a esmo, ou a sociedade marchará cada vez mais para um horrendo salve-se quem puder.

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