“É absurdo prejudicar a população com uma paralisação que não foi informada”, “cujos motivos, juntos ou injustos, são desconhecidos”, “cujas lideranças não se identificam”. (HADDAD, Fernando - entrevista coletiva convocada (!)¹ para falar sobre a paralisação no serviço de ônibus).
Ah, para.
Paralisações não informadas acontecem o tempo todo. Quando as autoridades solicitam (ou exigem) que manifestações sejam avisadas com antecedência, PT acha um absurdo, “e o direito de livre manifestação”?
Os motivos nem sempre são conhecidos... Às vezes, nem mesmo pelos manifestantes. Já foi demonstrado, provado e comprovado que muitos são conduzidos à Paulista em troca de um lanche e um trocado não sabem nem pra que, e os Sindicatos acham “legítimo”.
Os motivos verdadeiros nem sempre são os declarados. “Queremos qualidade na Educação”! Mentira, queremos f. o governo. “Queremos preservar a autonomia universitária”! Mentira, queremos f. o governo. E se tiver que f. a população junto, azar. Ou melhor, tem que f. a população para produzir os resultados esperados!
Qto às lideranças... Ah, as lideranças. “Movimentos sociais independentes” são liderados por assessores parlamentares. Tem despesas pagas (carro de som, faixas, o bendito do lanche) por vereadores e deputados. Trabalhadores, pessoas afetadas por desocupações e participantes de ocupações são manipulados por malandros de todos os tipos. Os que querem constranger o governo e tão nem aí para o benefício ou malefício das pessoas. Os que querem ganhar dinheiro. Os que querem manter seu negócio funcionando nos becos de um fim-de-mundo qualquer.
E quando não há identificação nem lideranças, como os Black Blocs? #Comofaz? Se eles avisarem “vamos sair quebrando tudo”, aí tudo bem?
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Os líderes do movimento que desmatou uma área grande de preservação ambiental para instalar 8 mil famílias pararam várias vezes a Zona Sul. Manifestações assim são comuns: fecham a avenida, botam fogo em pneu, tacam paus e pedras em quem tentar liberar a passagem, agora tacam fogo em ônibus, viaturas e carros em “dois palito”.
O prefeito não condena.
Não diz que “foi sem avisar, não sabemos os motivos e não identificamos as lideranças”.
Pelo contrário.
Quando pararam o centro da cidade e se instalaram na frente da prefeitura, o prefeito desceu do gabinete, subiu no carro de som e fez um monte de promessas mentirosas e irresponsáveis. Criminosas. “Vão lá pressionar os vereadores a alterar o Plano Diretor que eu libero a área pra vocês”.
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Eu não conheço a genealogia do Sindicato dos Motoristas (“Fulano é de Sicrano, Beltrano é do inimigo de Sicrano”). Tem gente que sabe direitinho: “João é do Tatto, José é ligado ao PSTU”. Seja lá o que for, CLARO que a briga entre as lideranças sindicais está por trás dessa paralisação. Duh. Mas sei lá qual é a da direção do Sindicato. Será pelego? E a da oposição do Sindicato, é pior ou menos pior?Cer-te-za que uns e outros são uns anjos, que ja-mais abusam de sua força, dinheiro e poder.
Os grevistas aqui dizem que “eles (a direção, insinuando conluio com as empresas e a prefeitura) anteciparam a Assembleia à revelia para aprovar o que eles queriam”. Não vi um cazzo de um jornalista tentar averiguar isso. Fica, pra variar, no “um falou isso, outro falou aquilo”.
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(Também fiquei sem saber quem era quem na greve dos garis do Rio, que diziam discordar do que o Sindicato tinha negociado em nome deles. Quem era o filho-da-p. da história, o Sindicato ou a dissidência ou o governo ou tudojuntoemisturado)
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TODA greve de ônibus f. a população. Não avisar piora, mas é impossível não complicar muito a vida de milhões. Se fosse greve convocada pelo Sindicato, o transtorno pra população seria menor? Só seria diferente. Em vez de chegar ao ponto e descobrir que parou, já ia sair de casa duas horas mais cedo sabendo que ia parar...
O problema do Haddad NÃO É o transtorno. Isso ele aceita, até defende, desde que estejam “do seu lado”. O problema é que essa greve é de um serviço público municipal, ou seja, “contra a prefeitura”. DAÍ ele vem dizer que não é justo, não é assim que se faz. Vai falar isso lá pra CUT que eu quero ver.
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¹ O espanto com a convocação foi a rapidez com que o sempre sumido Haddad veio a público se manifestar. Mas ele não é louco de ir a campo, dar as caras em público e enfrentar o quebra-queixo, isto é, aquela roda de repórteres de rádio, jornal e TV se acotovelando em volta dele no momento de tensão. Haddad é que nem jogador de futebol, só fala sentado na bancada, na frente de um backdrop, com a entrevista sob controle.
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