BRASÍLIA - A grande (e ótima) novidade anunciada durante as minhas
férias foi que o Brasil passou o Reino Unido e é agora a sexta economia do
mundo. Uau! Somos uma potência! Mas que potência é essa?
A infraestrutura é sofrível. (...) Quanto à educação: Será que o país tem boas escolas para a maioria e
profissionais de ponta para enfrentar os desafios do crescimento e da
competitividade em todos os setores? Há dúvidas.E o país consegue ser a sexta economia mundial com um IDH ainda vexaminoso. Quando você passeia pelo interior do Nordeste, onde as coisas vêm melhorando, é verdade, assusta-se com os ainda extensos bolsões de miséria atolados em dois ou três séculos atrás. Povoados sem asfalto, um atrás do outro, com crianças barrigudinhas e descalças correndo na poeira, entre mulheres de ar sofrido e pele encarquilhada e homens trôpegos pela cachaça e pelo cansaço de uma vida inteira de trabalho duro, debaixo de sol a pino e em regime de semiescravidão. Não consta que haja gente e cenários assim no Reino Unido e na França, o próximo país a ser, bem antes do que se previa, ultrapassado pela economia emergente do Brasil. O que está em pauta não é (só) o ritmo da economia (...) mas principalmente a qualidade do desenvolvimento. Há que se discutir por que, para que e para quem o Brasil assume ares de potência. Eliane Cantanhêde, na Folha de terça-feira (link só funciona para assinantes da Folha ou do UOL :oP)
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"...But when you talk about destruction/Don't you know that you can count me out"
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Que potência é essa?
(É tão bom qdo a gente lê algo que poderia/ gostaria de ter escrito...)
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