segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Segunda, 28

Pedi média e pão com manteiga na padaria, rapaz que me atendeu puxou conversa. "Se a senhora fosse o governador, presidente, não sei, o que ia fazer com essas casas noturnas?"

"Nessa hora muita gente aparece querendo criar leis, mas tem mais razão aqueles que exigem fiscalização das leis que já existem"

Ele concordou.

Mas pensei melhor e lembrei de mudanças que precisam ser feitas, sim, na legislação.

Para deixá-la mais... simples. Mais clara. Consolidada.

Hoje em dia, a aprovação de projetos, plantas, abertura de um negócio é baseada em um conjunto tão confuso, extenso, indecifrável ou incompreensível conjunto de regras que é muito mais fácil, e às vezes tentador, fazer errado.

Alguns QUEREM fazer certo. Respeitam todas as determinações da prefeitura, Bombeiros, CREA, Inmetro, Vigilância Sanitária, tudo. E não conseguem abrir seu negócio porque, de posse do emaranhado de leis, decretos, portarias e normas técnicas, um funcionário desonesto consegue por obstáculos sem fim, até que o empresário pergunta: "O que mais eu "preciso" fazer para conseguir o alvará/licença de funcionamento?". Aí vem o "cafezinho" - que, conforme o caso, custa tanto quanto a cafeteria completa. E a fiscalização depois será na mesma base - que mané verificar se as saídas de emergência funcionam, é só pagar o café todo mês e pronto.

E tem os casos piores - o empresário nunca quis fazer nada certo, já chega oferecendo uma grana e pronto.

Nas duas versões - extorsão e propina - fiscalização é fundamental. Lógico. Mas insisto: se as normas forem confusas, "misteriosas", as pessoas terão dificuldade de fiscalizar. De fiscalizar o fiscal.

Então, procuremos todos conhecer as regras. Seguir as regras (como alguém lembrou hoje no Bom Dia Brasil, quando você aluga um salão pra festa de casamento, lembra de verificar alvará, segurança etc??), compreendê-las, divulgá-las, brigar por mudanças se for o caso.

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Conversa continuou com ele me dizendo para "não desistir que eu chego lá". E contando que não desiste também - está a um ano de terminar a faculdade de Turismo. Tem contato com a prefeita de João Pessoa, sua terra, e está mandando projetos para ela avaliar - "Turismo para a terceira idade; programas turísticos com crianças da rede pública". Muito legal. Trocamos emails e espero que ele me mantenha informada;
prometi mandar algumas coisas também.

Ele também quer fazer uma pós, mas "sabe como é dificil conciliar com o trabalho aqui". Gente esforçada, persistente, animada, sonhadora ---> <3 p="">
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Cenas da cidade: ao meu lado, o filho da dona ou gerente da Lan House, chegou da escola e correu para o computador. Queria jogar "Ben 10" e outras coisas que não ouvi. Tem uns 7 anos, se tanto.

Sentou-se na caderia e, enquanto esperava a máquina ligar, arriscou, com o maior sorriso: "Vou me drogar".

Na mesma hora a mãe saiu do balcão: "O queeeeeee?". Com a cara de espertinho que Deus lhe deu, respondeu: "Nada. Não falei nada".

Claro que ele ouviu alguém falar alguma coisa relacionando droga e internet, talvez condenando o vício em computador, talvez dizendo "eu não preciso de drogas, essa é a minha droga" (trabalhar, estudar, brincar, jogar). Nunca saberei. Mas a mãe foi firme: "Não fala mais essa bobagem. Coisa feia". Ele entendeu direitinho.

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Até chegar à Lan House - adoro para me concentrar no trabalho - perguntei para umas cinco pessoas diferentes onde encontrar uma. Impressionante como não é mto fácil aqui em São Paulo; já tomei várias canseiras procurando. Fica a dica para quem precisar de uma em Santa Cecília: na travessa da Rua das Palmeiras que tem um Extra na esquina, um pouco pra cima dele. Fica meio escondida no térreo de um prédio, mas tem faixa pendurada da grade. A conexão é bem boa :o)

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