terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Abertos os trabalhos

Cheguei à Câmara lá pelas 3h15, a Sessão Plenária já tinha começado. Subi até a Galeria - o acesso é livre a qualquer interessado. A entrada é pelo lado esquerdo do prédio, não pela porta principal.

O moço à mesa na entrada me avisou: "Não pode subir com garrafa" (eu estava com uma pet pequena de refrigerante). A Policial Militar ficou até sem graça, mas achou melhor deixar lá mesmo, "por precaução".

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A galeria é um balcão acima do plenário. Deve ter capacidade para umas cem pessoas. Estava cheia. Aos poucos fui reconhecendo assessores de vereadores. Havia grupos organizados também - sindicato de servidores, uma faixa pedindo a aprovação de um PL da área da Cultura...

Era minha primeira vez lá (engraçado), então não sabia as regras. Não pode fotografar com celular; só assessores de imprensa podem fazer fotos. Não pode falar ao celular. Por que atrapalha? Bom, já que pode conversar na galeria, por que não celular?? Não pode ficar de pé na galeria. As PMs ficam tomando conta, garantindo a ordem. Eu me debrucei para contar quantos vereadores havia de fato no plenário (55 registraram presença, mas ao longo da sessão eles vão saindo), a policial já vinha me advertir ("De repente você deixa cair o celular lá embaixo"). Sei.

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Quando o Haddad terminou de falar (ele estava lá para a "abertura dos trabalhos", os servidores puxaram um coro de protesto/reivindicação. E foi só. De resto, aplausos aqui e ali (para ele, uns "U-hus" e gritos de "Lindô"!). A Galeria fazia menos barulho que o próprio plenário.

Um assessor do Ari Friedenbach (PPS), do meu lado, teve a reação de todo mundo que assiste a uma sessão plenária a primeira vez: "Ninguém presta atenção"??! Ninguém. A não ser em casos excepcionais - eu lembro do frio na espinha quando eu fui pedir a abertura de uma CPI para investigar denúncia sobre o então presidente da Casa (baseada em grampos da Polícia Federal), ou quando fui declarar meu voto na eleição da Mesa (que não era nele...) e fez-se silêncio sepulcral no plenário. F.

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A pauta publicada no site da Câmara não informava essa abertura solene, mas tudo bem. Antes do Haddad falou o ex-vereador Edson Simões, atual presidente do Tribunal de Contas do Município - leu a longa história do Poder Legislativo em São Paulo. Ali estava todo mundo ouvindo, mas era difícil prestar atenção assim mesmo ehehe.

O Haddad falou sem ler discurso, achei legal. Exaltou os primeiros diálogos com o governador Geraldo Alckmin, que "não foram só conversa não, já resultaram em ações" - parcerias na área da Educação, Habitação... "Vamos repovoar o Centro. Que seja um lugar vivo de dia e à noite". (Eu diria - disse muitas vezes, desde 2008 - a mesmíssima coisa. Vejamos!). Operação Delegada - "vamos ampliar" (eu tinha dúvidas sobre isso durante a campanha; ouvi argumentos contra (por exemplo, de policiais civis) e a favor (de policiais militares). No fim, concluí que eu era a favor. Mas que é curioso [o PT] passar meses detonando a Polícia Militar de São Paulo e depois anunciar que vai AMPLIAR a Operação Delegada, lá isso é. Então ela não é toda de se jogar fora? Puxa.

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Haddad também comemorou a visita da presidenta Dilma no aniversário da cidade, quando assinaram vários convênios com o governo federal.

Assinar convênio é uma das coisas mais demoradas, complicadas, pent. da administração pública. Para acessar o Siconv, Portal do Sistema de Convênios, e preencher os formulários todos com a proposta, é tão "facinho" que tem curso pra isso. Super amigável, a interface. E as exigências dos formulários são inacreditáveis, tipo "Detalhe as despesas com x, y e z ao longo dois dois anos de convênio". O que é mais fácil fazer? Chutar. Em vez de rigor, a minúcia resulta nisso. (Aí as "ONGs conveniadas" - não todas, não todas! - fazem uma prestação de contas chulé e, se forem "amigas", fica por isso mesmo, vide alguns escândalos por aí). Enfim, se o Haddad, com 20 dias de governo, realmente ASSINOU convênios com o governo federal, das duas uma: 1) Já estavam sendo encaminhados há semanas ou meses; 2) A tramitação foi bem mais facinha que o normal. Acho que o 1 é mais provável.

Vou procurar os links para os convênios.

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"Desapropriamos o terreno para a construção da Universidade Federal da Zona Leste". Hmm... "Desapropriamos", isto é, o terreno já é da prefeitura?? Vou ver. A "Zona Leste" tem essa reivindicação faz tempo. Eu acho que não é de uma Universidade Federal que a ZL precisa. Não só porque as Federais "novas" do Haddad são uns puxadinhos, onde falta professor, biblioteca, laboratório, bandejão, moradia estudantil, transporte etc. Porque a ZL já tem, por exemplo, a USP Leste. Porque não investir nela dentro da tal boa parceria com o governo do estado, por exemplo?

Ele também prometeu o Instituto Federal (na Leste, se não me engano), com Cursos Técnicos (a Federal que fica ali do lado do Metrô Armênia, bem antiga já, era excelente, não sei como está agora). Enfim, se for pra valer, estou de acordo. E o tal Centro de Convenções em Pirituba, coisa que Kassab e Zé Aníbal defendem ardorosamente.

Ao meu lado, um morador de Pirituba me prguntou: "Você viu ONDE É que eles vão fazer? Já viu como é pra chegar lá? A distância da estação do trem, a ruindade do serviço de ônibus, o trânsito? Vão de novo deixar pra resolver a mobilidade depois"?

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Depois começou o Pequeno Expediente - em ordem alfabética, os vereadores são chamados para falar por cinco minutos. A ordem alfabética hoje faltou. E não fiquei super em cima, mas tempo a impressão de que os cinco minutos também foram generosos, tolerantes. Não costuma ser assim.

No Twitter eu fiz uns resumos-relâmpago dos primeiros pronunciamentos. Qdo sair a transcrição (tem taquigrafia, então sai ipsis literis) eu publico o link pras páginas do Diário Oficial. Geralmente demoooora.

O vereador, se quiser, pode fazer correções no texto que será publicado - que deveriam ser apenas na forma, mas às vezes dão um "tapa" no conteúdo também ehehe. Se não fizerem, sai do jeito que foi na hora, com a anotação "sem revisão do orador".

Mas é ipsis literis meiaboca, estou lembrando agora. Eu nunca me referia a um colega como "Sua Excelência o vereador Fulano" - só "vereador Fulano", pelamor. Mas na "transcrição" eles incluíam.

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Saí antes de terminar a sessão. Ainda peguei a leitura de um veto do Kassab (longa e difícil de compreender... O vereador que leu, a pedido do Presidente da Mesa (que hoje era o Presidente da Câmara - nem sempre é, as sessões podem ser presididas por outros vereadores), não tem o dom da clareza para ler alto. Nem todo mundo tem.

Depois os líderes de algumas bancadas pediram a palavra. Saí logo depois de um vereador do PP (não o conheço) informar que passou a liderança da sua bancada para o Wadih Mutran.

Por hoje tá bom, né? ;o)

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