quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Porra, Bombig, tadinho do Haddad? - 1

Título de matéria da Época assinada por Alberto Bombig: "Fernando Haddad, o prefeito no moedor de carne" "Isolado, com popularidade em baixa e às turras com o PT, Haddad vive um dos inícios de administração mais conturbados da história de São Paulo"

O tom da matéria é, de alto abaixo, que Haddad é pobre vítima indefesa das circusntâncias. Inacreditável a compaixão que ele desperta nos e nas jornalistas. Acompanhe.

Com a saída de Gilberto Kassab e a entrada de Fernando Haddad, mudou a decoração do gabinete do prefeito de São Paulo. Saíram os tapetes e cortinas de que Kassab tanto gostava. A alteração valorizou os janelões do Edifício Matarazzo. (...) A vista dos janelões não mudou. Parte deles dá para o início da Avenida 23 de Maio, criada para ser uma via expressa de alta velocidade ligando as zonas Norte e Sul da cidade. São 8 e meia da manhã e, do 7º andar do edifício, a paisagem que se descortina é um brutal congestionamento. De longe, não é possível ver os pontos de ônibus envidraçados e os relógios digitais, marcas da gestão Haddad. De perto, os motoristas, dentro dos carros, podem apreciá-los com vagar, em todos os detalhes, como se estivessem num museu diante da Mona Lisa. São Paulo é ingovernável? Haddad faz uma pausa e suspira desalentado antes de responder: – Eu diria que é uma cidade complexa. Não chega a ser ingovernável, mas é um desafio como poucos.


Haddad “suspira desalentado” diante do desafio de uma cidade como São Paulo... Nunca vi tamanha compaixão por um prefeito...


De terno cinza-chumbo impecável, Haddad iniciava, na terça-feira 3 de setembro, seu 245º dia no comando da cidade, período curto em relação aos mais de 1.200 dias que ainda faltam para ele concluir o mandato. Mas tempo suficiente para conhecer a encrenca que tem pela frente. O que se vê da janela é uma pequena parte, mas uma parte importante. Os paulistanos sempre culpam o prefeito pelo trânsito – e eles têm a impressão de que o trânsito piorou desde que Fernando Haddad instalou as faixas exclusivas para ônibus na 23 de Maio e em outras vias paulistanas.

Os paulistanos "tem a impressão" de que o trânsito piorou?

“Tempo suficiente para CONHECER A ENCRENCA”? Não podia ter estudado durante o último ano no ministério, quando foi ungido pré-candidato por Lula? Ou nos dez meses que antecederam a eleição, quando pode ser dedicar exclusivamente a isso? Nos meses de transição depois de eleito? Durante sua vangloriada passagem pelo governo Marta como Subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico??

Em oito meses de governo, ele viu a situação financeira da cidade, caótica desde o dia em que assumiu, se agravar ainda mais.

NÃO, a situação não era “CAÓTICA desde o dia em que assumiu”, as Finanças em São Paulo estavam arrumadinhas, porém NÃO SOBRA DINHEIRO e ele tinha OBRIGAÇÂO DE SABER. O quadro que ele apresentou, surpreso, na reunião de seu Conselhão VIP mostra o que qualquer um minimante interessado na realidade já sabia: parte enorme de nossa receita é consumida com serviço da dívida com a União, folha de pagamento, aposentadorias e pensões e custeio e manutenção dos serviços que já existem. Sobra muito pouco para investimentos. A Marta, quando prefeita, sabia. Eu sabia. Meus assessores na Câmara Municipal sabiam. Haddad NÃO SABIA!

Mas ele prometeu dar dinheiro para o metrô. Prometeu mundos e fundos, contando com “dinheiro do PAC”, que depois descobriu que não poderia contar com ele para obras no Arco do Tietê, por exemplo. Acusou os governo anteriores de não receber dinheiro do governo federal por causa de “picuinhas” e talvez agora, OBRIGADO a saber como as coisas são de verdade, descubra que convênios são penosos de se fazer.

Ele caiu no epicentro de um moedor de políticos chamado prefeitura de São Paulo, que já destruiu – ou, na melhor hipótese, arranhou – as biografias de nomes como Luiza Erundina, Paulo Maluf, Celso Pitta, Marta Suplicy e Kassab. Este último deixou a prefeitura em 31 de dezembro de 2012, reprovado por quase 50% da população. Para não falar em José Serra, que largou a prefeitura no meio do mandato, depois de prometer que não o faria. Mesmo considerando esses antecedentes, o desempenho de Haddad nos primeiros 245 dias de governo é preocupante. Isolado, sem dinheiro e às turras com seu partido, ele é o protagonista de um dos inícios de administração mais conturbados da história de São Paulo.


“Ele CAIU no moedor de políticos”? CAIU? Ele foi candidato! Como é que alguém pode ser candidato desavisado a prefeito de São Paulo? Quanto às frases seguintes... O repórter junta Maluf, Erundina, Pitta, Marta e Kassab NO MESMO balaio. A prefeitura DESTRUIU a biografia de Maluf e Pitta? Arranhou a de Marta, Kassab e Erundina? Ou algum deles foi arrasado também? “Sem falar” em José Serra, claro, que pode ser colocado em patamar abaixo de todos os outros porque “largou” a prefeitura...

Haddad está “isolado”? Por que não pede socorro a Lula, que repetiu a tática de escolher um “não-político” para ser mais fácil empurrar goela abaixo do eleitor? “Não precisa saber quem é, só precisa saber que é indicado por mim”. Qualquer político tem trajetória própria... Aprovação e rejeição... Um tecnocrata não tem.

“Sem dinheiro”? Tanto quanto QUALQUER outro prefeito. Na verdade, não. A receita que Marta deixou para 2005 era de 13 milhões de reais. O “fujão” José Serra conseguiu, com medidas duramente combatidas pela bancada do PT (eu estava lá, eu sei... decidíamos em reunião de bancada tentar impedir o aumento da receita...), aumentar muito o orçamento da cidade. SEM FALAR no calote absurdo que Marta deu no final da gestão. Não pagou equipes de capinação de mato nem a Eletropaulo. Contratos milionários como o do lixo e grupos de teatro contemplados pelo Fomento. Isso sim era o caos.

Alas importantes do PT paulista estão insatisfeitas com a forma como Haddad conduz sua relação com o partido e com o Palácio do Planalto. E ele, por seu lado, coleciona mágoas acumuladas após decepções com dirigentes petistas, com a presidente Dilma Rousseff e muitos dos ministros dela. “Ao longo da história política recente do país, o PT tem funcionado como um porto seguro ou como inferno para suas estrelas”, disse a ÉPOCA um dirigente petista. (...)

“Mágoas”. Por que, por ter acreditado que Dilma cometeria o desatino de dar a São Paulo tratamento privilegiado em relação a outras cidades e estados? Porque prometeu negociar a dívida da cidade com o governo federal como se fosse só uma questão de boa vontade do prefeito; como se TODOS os prefeitos e governadores já não tivessem tentado antes?

Haddad e o PT começaram a trombar já no final do ano passado. Integrantes do partido reclamaram da montagem do secretariado, com muitos nomes oriundos dos gabinetes de Brasília, onde Haddad ocupou o Ministério da Educação nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. O maior foco de descontentamento veio logo depois, quando Haddad nomeou engenheiros e técnicos para a maioria das 31 subprefeituras de São Paulo. As subprefeituras, principalmente nos bairros mais populosos das zonas Leste e Sul, são consideradas uma espécie de filé-mignon da gestão, por causa do contato direto com os eleitores. Os políticos do PT ficaram inconformados em perder esse importante instrumento de luta partidária.

MENTIRA. Os “engenheiros e técnicos” nomeados são mero verniz. Não tem poder político nenhum. Os chefes-de-gabinete e ocupantes de outros cargos-chave são nomeados por vereadores. Não é à toa que Haddad aprovou TUDO que mandou para a Câmara Municipal em velocidade ESTONTEANTE. Abandonado? Às turras?

Insatisfeitos, os dirigentes zonais do PT paulistano pediram uma reunião com Haddad, que se recusava sistematicamente a recebê-los. Lula interferiu e, no final do mês passado, Haddad aceitou conversar com o grupo. Prometeu abrir um canal de diálogo mensal com as “bases” do partido. Essas mesmas “bases” também não aceitam o novo Conselho da Cidade montado por Haddad, repleto de notáveis como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa e o cantor e compositor Arnaldo Antunes. Para o partido, ao colocar quadros técnicos nas subprefeituras e ao criar uma instância consultiva aberta para toda a sociedade, é como se Haddad quisesse governar mantendo o PT à distância.

“Instância consultiva aberta à toda a sociedade”??????????????? Tá brincando???? Um Conselho VIP, com uma centena de pessoas escolhidas pelo próprio prefeito para se reunir quatro vezes ao ano e “aconselhar” o prefeito? AHAHAHAHAHAHAHA até parece que o partido está preocupado com isso!!!

Um documento da Executiva estadual do partido a que ÉPOCA teve acesso cobra Haddad explicitamente. Depois de citá-lo, o texto diz: “Vamos precisar muito dos companheiros como militantes e lideranças que vão para as ruas de suas cidades e para o Estado mostrando que é possível fazer diferente dos tucanos”.

Sem dizer qual foi a citação, fica fácil dizer que o partido está sendo duro com ele... Cadê a cobrança explícita?? O que o PT diz é o que SEMPRE DISSE: “vamos pra rua detonar os tucanos” no estado.

Ainda não recebera seus líderes, por achar que a reivindicação era injusta. Afinal, o reajuste estava abaixo da inflação acumulada no período, de acordo com o que o próprio Haddad prometera na campanha. Ele também lamentava que o PT não o deixara aumentar as passagens em janeiro, quando vivia a lua de mel dos recém-eleitos. Fez isso a pedido de Dilma, que não queria que o reajuste entrasse no cálculo da inflação.

“Quando vivia a lua-de-mel dos recém-eleitos” PORQUE ainda não havia aumentado as passagens de ônibus! Ela é sempre o fim da lua-de-mel. O boneco de Kassab foi queimado diante da prefeitura e da casa dele em aumentos anteriores.

A cena no Palácio dos Bandeirantes foi, segundo eles, uma maneira de mostrar ao PT e a Dilma que Haddad se sentia injustiçado pelo Planalto e pelo partido.

Coitado!!! Foi SUBMISSO às ordens de Brasília ao não aumentar as passagens e agora se queixa.

Continua a seguir.

Um comentário:

  1. É Soninha, a soberba não deixa nossos políticos admitirem que são despreparados para o povo e para os problemas de uma das maiores cidades do mundo, tão linda e complexa. Eles legislam para o partido ao qual pertencem, somente ! Definitivamente São Paulo não é para amadores ...

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