quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Jornal de ontem - Narcotráfico, Yanomamis, Corte Penal, ENEM dos Concursos

 COCAÍNA

Não sei por que tanta gente gosta dessa merda. Tenho horror das pessoas sob efeito de cocaína. Suadas, com os olhos estatelados, ficam prepotentes, agressivas. Têm a sensação de que tudo podem. Dirigem perigosamente, assediam ou agridem mulheres, saem na porrada por nada. Odeio. 

Ok, conheço gente que usa/usava - no banheiro da balada, na concentração do sambódromo, na festa em casa - simplesmente para curtir, sem causar mal a ninguém. Ainda assim eu tinha aflição. Inclusive porque a procedência é sempre o crime organizado, não tem alternativa. 

Agora o Equador vive uma crise pavorosa relacionada ao narcotráfico. Ah, sim, e o Paraguai, o México, a Amazonia, o Rio de Janeiro, o Brasil inteiro. Esta reportagem (aqui) fala sobre o quanto a pacificação das FARC na Colombia impactou o Equador, com os cartéis mexicanos enxergando no país uma oportunidade de escoamento da sua principal mercadoria. 

O PODER dessas quadrilhas é assustador. Cocaína dá muito dinheiro; muito dinheiro traz muito poder - de corrupção, de coerção, de opressão extremamente violenta. 

Retorno ao nojo que tenho de cocaína e a noção dos seus efeitos nocivos - o uso em si já é perigoso, e a dependência é DESTRUIDORA. Dito isso: tenho certeza de que o comércio legalizado de cocaína, com regras civilizadas sobre a produção, transporte, distribuição e venda, seria melhor para o mundo do que essas eternas tentativas INÚTEIS de proibir a comercialização, um fracasso global, dos maiores dos últimos séculos. 

YANOMAMI

O governo federal decretou EMERGENCIA EM SAÚDE no território Yanomami um ano atrás. O mundo ficou horrorizado com as imagens da FOME e da doença; do perversidade e do genocídio. Eles sobreviveram a um governo de pesadelo, que agiu deliberadamente para enfraquecê-los, prejudicá-los, eliminá-los. Aqui tem um apanhado de declarações públicas de Jair Bolsonaro sobre o assunto; aqui se reproduz uma reportagem do Globo de abril de 2022 descrevendo a monstruosidade que ocorria com os Yanomami àquela altura. E tem essa declaração dele como deputado, em 1998:

Imagem retirada desta página

Mas ao longo de todo ano de 2023 os Yanonami continuaram morrendo às centenas (mais de 300 pessoas) e continuam assolados pela fome, doença e com a violência do garimpo (link para reportagem do JN). O presidente Lula anunciou que a presença das Forças Armadas e Polícia Federal "será permanente"; que em 30 dias haverá novos postos de segurança e que, ao longo do ano, serão instalados novos serviços de Saúde. Ontem três ministros estiveram na TI Yanomami, depois das reportagens que revelaram que a situação por lá continua tenebrosa. 

Criança de 4 anos com peso inferior ao peso esperado para uma criança de 7 meses. Imagem tirada da reportagem. 

Os fatos falam por si. Absurda ineficácia das ações emergenciais e continuadas do atual governo. Mudar o discurso da barbárie para retomar a noção de humanidade é essencial para a sobrevivência de todos nós, mas aí vai uma platitude: é muito mais fácil discursar do que agir. Mas na era das "narrativas", elas dominam. 

A propósito: São Paulo tem Terras Indígenas demarcadas no Jaraguá e em Parelheiros. É a prefeitura, via Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que entrega cestas básicas, com recurso próprio, para seus habitantes. Embora sejam áreas da União, as aldeias não recebem nada de recurso federal. Nada. 

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
Lula pensou direitinho, afinal.

"O Itamaraty divulgou nota nesta quarta-feira (10) na qual afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia a ação apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça" (reportagem disponível aqui). 

Bem melhor essa posição do que esta do "outro" presidente Lula:

"Quero estudar muito a questão desse Tribunal Penal Internacional. Até porque os EUA não é signatário, Rússia não é signatária. Quero saber por que o Brasil é signatário de uma coisa que os EUA não aceitam — disse o presidente, em coletiva de imprensa, após participar de um encontro dos líderes do G20. — É um absurdo. São países emergentes signatários de umas coisas que prejudicam eles mesmo. Vou dar uma pensada nisso direitinho" (link para reportagem).

Esse outro Lula questionou o Tribunal Penal justamente por causa de outra guerra, a da Russia contra a Ucrania. Porque entende que os dois lados têm culpa; que "quanto um não quer, dois não brigam". 


CONCURSÃO

Por um lado, unificar concursos para vários órgãos federais em um só é uma grande ideia do ponto de vista administrativo. Em vez de muitos esforços (e muitas despesas) separados, uma ação de grande alcance. 

Por outro... Facilita muito a vida de quem presta concurso apenas porque quer estabilidade no emprego (vai me dizer que você não conhece ninguém?), sem ter o menor interesse em ser um servidor público. Mas o outro modelo não conseguia evitar esse carreirismo, então que seja. Muito pior do que isso é o tipo de prova unificada que vão apresentar. Vai ser mais uma coisa horrorosa no modelo vestibular? Com a exigência besta de informações decoradas e desnecessariamente detalhadas, com pegadinhas e testes para a resistência física com provas de várias horas? Com questões padronizadas para as muitio diferentes áreas disponíveis? 

Bom, veremos. 

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